“Devemos sonhar grande, desejar muito e trabalhar com garra e determinação, além disso, a paixão pelo que se faz é fundamental”. Foi assim que Sérgio Soriano, Gestor de Pecuária de Leite da Fazenda Colorado há 14 anos, justificou os motivos pelos quais a propriedade é considerada hoje a maior fazenda leiteira do Brasil de acordo com a pesquisa Top 100 MilkPoint. Inclusive, recentemente bateu o seu recorde, com mais de 80 mil litros/dia, 1980 vacas em lactação e média de 40,5 litros/vaca.
Sérgio Soriano, Gestor de Pecuária de Leite da Fazenda Colorado há 14 anos
“Com uma visão afiada de mercado e muitos anos há frente do negócio, o Sr. Lair Antônio de Souza e seus familiares viram algo que poucos veem: um futuro melhor para o ramo leiteiro. Entramos fortes no mercado e focados em ganhar escala, não perdendo produtividade, que é de fato o que paga as contas e nos permite evoluir a cada ano”.
Sérgio é médico veterinário e desde a sua graduação atua na atividade leiteira. Ele, que possui especialização em Reprodução Bovina e Pós-Graduação em Administração pela FGV, também será um dos palestrantes do Interleite Brasil 2018, que ocorrerá nos dias 08 e 09 de agosto em Uberlândia/MG. A sua apresentação, que trará uma visão da Colorado sobre bem-estar animal, compõe o painel “Bem-estar animal: na teoria e na prática”.
Bem-estar animal e gestão de pessoas
O rebanho da Fazenda Colorado é composto por vacas da raça Holandesa, com um sistema fechado de confinamento (ventilação cruzada [cross ventilation]). “A maioria do nosso empenho e dedicação é com o intuito de oferecermos às vacas condições adequadas de bem-estar. Assim, permitimos que elas respondam produzindo mais e com eficiência, em um ambiente confortável e seguro, contribuindo de maneira clara e duradoura para a saúde das mesmas. Isso tudo, culmina com a maior rentabilidade possível de todo o nosso sistema”, explica Sérgio.
Vista interna do cross ventilation
O cross ventilation na Colorado contribuiu para uma estabilidade na produção de leite, melhorias na reprodução e uma melhor performance dos animais, o que acaba refletindo nos custos de produção e eficiência dos índices zootécnicos. “Anos atrás, a nossa diferença de produção leiteira era de 7 litros entre o verão e o inverno, e hoje, é de 2 litros. Isso é um sinal de que as vacas estão muito bem alojadas, confortáveis e respondendo a todos os nossos investimentos em bem-estar por meio de suas produções. No momento, estamos buscando melhorar a reprodução dos animais no verão a fim de que eles sejam tão eficientes como no inverno”.
Atualmente, a fazenda está trocando as placas com células evaporativas para otimizar a eficiência do sistema. “Isso proporcionará para nós um verão mais produtivo e também faz parte das nossas ações relacionadas ao bem-estar animal. Sempre que fazemos um investimento, monitoramos ao máximo os resultados”.
Sérgio destaca que a propriedade também está apostando no bem-estar na maternidade por meio do manejo da areia
Sérgio destaca que a propriedade também está apostando no bem-estar na maternidade por meio do manejo da areia, com reposições ideais, areia de qualidade e nível ideal, tudo isso para que a cama esteja sempre seca e confortável. “Já na questão dos bezerros, a grande sacada dos últimos anos foi dar uma atenção adequada a esta categoria, principalmente, aos recém-nascidos. Por isso, adquirimos casinhas tipo iglu, visto que as vacas parem dentro do cross ventilation e a intenção foi eliminar o vento que recaia sobre os bezerros. Uma outra estratégia que estamos desbravando – bastante comum na suinocultura – é o uso de pós secante a fim de eriçar os pelos dos bezerros. Assim, eles criam uma manta protetora rapidamente e seguram mais o calor que recebem. Também, instalamos aquecedores elétricos para manter as casinhas por volta dos 39ºC e as reservas corporais adequadas, melhorando a imunidade”, explicou ele, que também detalhou melhor a estrutura dos berçários.
Berçario com o seu coordenador Antônio
“Nos berçários, os animais ficam até os 15 dias de vida. Nesse período, realizamos um monitoramento das temperaturas máximas e mínimas e usamos cortinas e ventiladores para controlar o frio e o calor. Estamos trabalhando com a melhoria dos telhados (usando telhas térmicas ou forro) para não deixar que a irradiação solar interfira nos bezerros, mas, não podemos nos esquecer dos itens básicos: saúde, água, alimentos de qualidade e um local próprio (casinha) com o suporte necessário que permita que os animais mantenham as suas temperaturas ótimas”.
Bezerros no pós desmama
Então, até os 15 dias de vida, os bezerros ficam em uma gaiola suspensa e – após isso – são transferidos para um local de aproximadamente 4m². “Este espaço é simples, barato e proporciona uma ótima locomoção para os animais. Estes, vão ao chão sobre uma casca de amendoim (de preferência) ou feno. Nossa maior dedicação é para que os animais tenham o espaço ideal para serem saudáveis”.
Soriano ressaltou que para que tudo o que foi anteriormente citado funcione, a gestão das pessoas é essencial. “A mão de obra da fazenda precisa entender os porquês desse cuidado especial com o rebanho e essa consciência é fundamental. Um bezerro amedrontado, gera para nós um enorme problema no futuro”.
E finalizou: “ultimamente, o bem-estar animal é um dos grandes focos da Colorado. E já comprovamos que vale a pena por gerar uma bezerra mais saudável e com maior ganho de peso. O que também contribuiu para este resultado foi a construção, em 2016, de um composto para as bezerras desmamadas e visando a melhoria da cama para esta fase. Tudo isso faz parte da nossa essência, alinhado ao cuidado com o meio ambiente e a sustentabilidade.
Cama dos menores de 15 dias
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