Faemg: pecuarista precisa de capacitação para produzir

A baixa oferta de leite, com sérios reflexos no mercado nacional, pode ser agravada se o produtor de leite não for estimulado a investir na atividade. Esta é a opinião do presidente da Comissão Técnica de Leite da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Eduardo Dessimoni.

Responsável por 28% do leite produzido no Brasil - com produção de 7,2 bilhões de litros no ano passado - Minas Gerais registrou queda de 11% na produção no primeiro trimestre em relação a igual período de 2006, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo Dessimoni, a queda é reflexo da crise enfrentada pelo setor leiteiro nos anos de 2005 e 2006. Em junho do ano passado, o preço médio pago ao pecuarista mineiro, atualizado pelo IGP-DI, foi de R$ 0,52. Hoje, os preços estão mais remuneradores, mas não subiram tanto como os gastos com combustível e mão-de-obra.

Eduardo Dessimoni avisa que, pelo menos em curto prazo, não há condições para o atendimento da demanda. Para a situação de abastecimento não piorar, ele apontou como saída o estímulo ao pecuarista, através da transferência de tecnologia pelas cooperativas. "Temos tecnologia disponível, mas que ainda não é aplicada nas fazendas. O setor cooperativista precisa investir na capacitação do produtor, para que ele possa ser eficiente e, dessa forma, ter renda satisfatória", opinou.

Da parte do governo, ele espera o cumprimento de suas obrigações básicas, como investimentos em infra-estrutura e condução da economia sem sobressaltos, informou a assessoria de imprensa da Faemg.