Exportação recua devido à crise e às chuvas em SC

A crise financeira internacional e as enchentes em Santa Catarina levaram o governo a admitir pela primeira vez ontem que o país não vai cumprir a meta de exportar US$ 202 bilhões neste ano e prever dificuldades maiores para 2009. Os dados de novembro indicam queda de 12,5% nas exportações.

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A crise financeira internacional e as enchentes em Santa Catarina levaram o governo a admitir pela primeira vez ontem que o país não vai cumprir a meta de exportar US$ 202 bilhões neste ano e prever dificuldades maiores para 2009.

Os dados de novembro indicam queda de 12,5% nas exportações e de 16,5% nas importações em relação a outubro. O governo esperava crescimento de ambos. "Esperamos chegar muito próximo à meta. Caso não se atinjam os US$ 202 bilhões, devemos conseguir pelo menos US$ 200 bilhões", disse o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral.

"As exportações caíram muito e essa queda reflete a recessão que o mundo está vivendo", afirmou o economista Rogério Cesar Souza, do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).

A queda nas compras do exterior demonstra que a indústria brasileira está comprando menos máquinas, equipamentos e insumos lá fora, um indício de que os empresários apostam em mais dificuldades.

Para Barral, outro fator que explica a redução no comércio exterior é o comportamento do dólar, que dificulta o planejamento das empresas. "Essa instabilidade gera insegurança no mercado e afeta tanto as exportações quanto as importações."

Segundo Souza, do Iedi, os números servem de alerta para a possibilidade de recessão ou mesmo depressão econômica no país. "Os indicadores já mostram que as expectativas dos empresários foram lá para baixo, por isso uma queda tão abrupta nas importações."

Os dados do Ministério do Desenvolvimento demonstram que a queda nos preços das commodities nos últimos meses prejudicou as exportações. Carne de frango (-11,5%), carne bovina (-26,7%), milho (-36,3%) e alumínio (-54,3%) apresentaram queda nas vendas ante novembro de 2007.

O Ministério do Desenvolvimento estimou em US$ 370 milhões as perdas com os embarques não realizados nos principais portos de Santa Catarina - Itajaí e Navegantes - no mês de novembro. No início de novembro, antes das fortes chuvas que atingiram o Estado, as exportações diárias na região eram de US$ 31 milhões. Agora, estão paralisadas.

Os portos de Itajaí e Navegantes são responsáveis por quase 4% das exportações brasileiras. Os principais produtos exportados nesses portos são carne de frango e de suíno, fumo em folha, motores, móveis e tratores. As maiores empresas exportadoras no Estado são, pela ordem, Seara Alimentos, Whirlpool, WEG, Sadia, Perdigão e Souza Cruz.

Parte das exportações que sairiam da região está sendo deslocada para São Francisco do Sul (SC), Paranaguá (PR) e Santos (SP). Há, no entanto, o problema de escoamento da produção pelas estradas do Estado, que também estão interditadas em vários pontos.

O governo federal já liberou R$ 350 milhões para a reconstrução dos dois portos. A expectativa do governo local é de que os portos voltem a ser utilizados em duas semanas. Para o nível de operação de 50% só deve ser alcançado em 30 ou 60 dias, segundo informações repassadas pelo Ministério do Desenvolvimento.

As informações são da Folha de S.Paulo, resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint.
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mario monazzi
MARIO MONAZZI

MATÃO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 02/12/2008

Está faltando seriedade na condução da nossa política interna, o porto de Santos esta ultrapassado, pois navios de grande porte não conseguem atracar pois seu calado é muito profundo então os produtos são levados em navios menores, causando um aumento de custo.

O meio ambiente não permite a dragagem no canal, pois alegam não ter onde colocar a areia contaminada do fundo, então resolveram deixar por lá mesmo, acredito que lá não cause problemas.

Nossas rodovias estão ultrapassadas e deterioradas, mas é mais importante fazer a trans oceanica (metade).

O nosso custo de produção de boi subiu demais, agora o preço caiu assustadoramente, qual caminho tomar. Produzir ou não?
Qual a sua dúvida hoje?