EUA: Rabobank analisa mercado de lácteos

O Rabobank America fez uma análise do mercado de lácteos dos Estados Unidos, que foi divulgada em seu novo podcast (arquivo de áudio que pode ser acessado no link: www.rabobankamerica.com/rabocast). No programa, a analista do setor de Lácteos, Alimentos e Agribusiness do Rabobank, Debbie Perkins, explorou o atual mercado de lácteos dos EUA, o crescimento de produtos especializados e as oportunidades de exportação.

Perkins disse que o interesse no mercado de lácteos está muito alto por causa dos preços recordes no mercado internacional no final de 2007, bem como pelos altos preços no mercado doméstico dos EUA. Entretanto, isso pode não significar uma expansão contínua no mercado, à medida que os preços dos alimentos animais, os custos de mão-de-obra e os custos com energia continuam aumentando. De fato, o crescimento da indústria caiu de uma média de 3% na segunda metade de 2007 para 2% durante o período de janeiro a abril de 2008.

"Existe muita preocupação no setor caso um excesso de produção, como resultado da expansão pelos produtores, levar à queda nos preços", disse ela. Ao invés disso, os maiores custos provavelmente levarão alguns produtores a reduzirem seus rebanhos, e isso significa que "veremos uma redução significante no crescimento da produção de leite para a segunda metade de 2008".

Com relação à demanda, existem áreas do setor de lácteos que estão crescendo. "Estamos vendo o maior crescimento em algumas das categorias mais novas do setor de lácteos, como iogurtes e queijos especiais". Em termos de queijos, os consumidores dos EUA estão demandando maior qualidade e variedade de queijos e, para o iogurte, o crescimento está ocorrendo no desenvolvimento de novos produtos - como iogurtes líquidos, por exemplo.

Outra área onde o setor de lácteos dos EUA está apresentando crescimento é nas exportações. "A participação da produção dos EUA que está sendo exportada aumentou de cerca de 5% em 2002 para 10% em 2007", disse Perkins. Uma razão para este crescimento é a maior produção. Embora parte desse aumento de produção seja destinado ao mercado doméstico, existe maior oferta para exportação.

Adicionalmente, tem havido uma demanda mais forte no mercado internacional - especialmente nos países em desenvolvimento, com maiores populações. Entretanto, os principais exportadores, como União Européia (UE), Austrália e Nova Zelândia, não estão sendo capazes de aumentar sua produção para suprir a maior demanda.

Segundo Perkins, "os EUA não podem ver o mercado internacional como um lugar onde coloca sua oferta extra. Eles precisam se concentrar neste mercado. Se fizerem isso, terão uma boa oportunidade de ter sucesso em longo prazo".