Nos Estados Unidos, produtores e laticínios avaliam que a demanda por leite orgânico é pelo menos duas vezes maior que a oferta atual, fruto da busca, por parte dos consumidores, de alimentos saudáveis e que satisfaçam sua consciência social.
Para saciar esta sede, os EUA terão mais do que dobrar seu rebanho de vacas orgânicas em cinco anos. É um desafio, pois o número de fazendas leiteiras encolheu, de 334 mil, em 1980, para 60 mil, segundo a Federação Nacional dos Produtores de Leite. Além disso, quase metade do leite produzido nos EUA se origina a partir de fazendas com mais de 500 vacas, algo que os defensores dos orgânicos raramente apóiam.
Além disso, nos EUA não há grãos orgânicos necessários para alimentá-las. Também não existe morango, açúcar ou polpa de maçã suficiente para a fabricação de iogurtes.
Para o presidente do conselho e executivo-chefe da Stonyfield, Gary Hirshberg, embarcar leite em pó do outro lado do planeta é o preço que é preciso pagar para conquistar a prateleira de laticínios dos supermercados. "No momento em que entramos nos setor de orgânicos, precisamos nos abastecer globalmente", afirma.
As vendas de produtos orgânicos de mercearia têm crescido até 20% nos últimos anos. O leite orgânico é tão lucrativo que Lyle "Tampinha" Edwards, de Westfield, Vt., reduziu seu rebanho à metade no último verão, para 25 vacas, e ainda assim consegue se sustentar, apesar de uma queda de 15% na produtividade desde a transição para o sistema orgânico, há quatro anos. "Há muito mais burocracia, mas compensa", afirma Edwards, que fornece leite para Stonyfield.
Grandes corporações, como o Wal-Mart e a Kraft Foods, transformaram uma categoria de alimentos marginal em uma indústria de US$ 14 bilhões; trouxeram maior capacidade de distribuição e comercialização; e impuseram melhores controles de qualidade. Os produtos orgânicos agora representam 2,5% de todos os gastos de mercearia nos EUA - se os alimentos "naturais" livres de aditivos são incluídos, a fatia cresce para cerca de 10%. E a demanda poderá disparar, se os preços forem reduzidos.
Segundo notícia de Diane Brady para o Valor Econômico, com a tradução de Robert Bánvölgyi, o Wal-Mart se comprometeu neste ano a se tornar um centro de "orgânicos para todos", mais em conta, e começou dobrando sua oferta em 374 lojas espalhadas nos EUA.
Há quatro anos, o Departamento da Agricultura dos EUA (USDA) determinou que, para serem certificadas como orgânicas, as empresas precisam evitar a maioria dos pesticidas, hormônios, antibióticos, fertilizantes sintéticos, bioengenharia e radiação.
Mas, para os puristas a filosofia também requer que os agricultores tratem pessoas e animais de criação com respeito e, idealmente, a venda de pequenos lotes dos que produzem localmente para evitar queimar combustíveis fósseis no transporte. O USDA não oferece respostas plenas para isso.
EUA: escala põe em risco mercado de orgânicos
Nos Estados Unidos, produtores e laticínios avaliam que a demanda por leite orgânico é pelo menos duas vezes maior que a oferta atual, fruto da busca, por parte dos consumidores, de alimentos saudáveis e que satisfaçam sua consciência social.
Publicado por: MilkPoint
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CLAUDINO LUIS PITA DE OLIVEIRA
RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 26/10/2006
O modelo de produção orgânica leva em conta diversos fatores para que a certificação ocorra, que levariam a produção agropecuária ao nível da idade média, voltaríamos a conviver com a fome, pestes e a sub-nutrição.
O que aparece de fato é que os problemas advindos da agricultura moderna são muito mais relativos ao descontrole do que aos processos e tecnologias em si, pois medidas que coibissem o uso indiscriminado de herbicidas, pesticidas e adubos, zoneamento agrícolas bem feitos e respeitados, logística eficiente e racional e uma estruturação lógica da política agrária fariam uma grande diferença na qualidade dos alimentos sem comprometer a produção.
Portanto, antes de buscar modificar os sistemas de produção por conta de utopias alimentadas a custa de muito marketing inconseqüente, deveríamos buscar questionar o que se pode melhorar de fato na agropecuária mundial em termos práticos, pois a fome e a sub-nutrição com todas as mazelas advindas daí ainda são os principais problemas mundiais
O que aparece de fato é que os problemas advindos da agricultura moderna são muito mais relativos ao descontrole do que aos processos e tecnologias em si, pois medidas que coibissem o uso indiscriminado de herbicidas, pesticidas e adubos, zoneamento agrícolas bem feitos e respeitados, logística eficiente e racional e uma estruturação lógica da política agrária fariam uma grande diferença na qualidade dos alimentos sem comprometer a produção.
Portanto, antes de buscar modificar os sistemas de produção por conta de utopias alimentadas a custa de muito marketing inconseqüente, deveríamos buscar questionar o que se pode melhorar de fato na agropecuária mundial em termos práticos, pois a fome e a sub-nutrição com todas as mazelas advindas daí ainda são os principais problemas mundiais