Enquete: maioria acredita em melhoria do setor em 2007

A enquete realizada pelo MilkPoint entre os dias 5 e 20 de janeiro avaliou a opinião dos leitores do site quanto às perspectivas do setor para este ano. Foi perguntado: "Quais são as suas expectativas para a atividade leiteira em 2007, em relação a preços, custos e rentabilidade?", e dadas as opções "melhor que 2006", "igual a 2006", "pior que 2006" ou "não sei".

Quase 60% dos leitores que responderam à enquete acreditam que o setor será neste ano melhor que em 2006. Em segundo lugar ficou a opção "igual a 2006", votada por cerca de 22% dos leitores, enquanto cerca de 16% dos que participaram da enquete acreditam que o setor terá resultados piores do que 2006.


Melhor que 2006

Das 136 pessoas que responderam à enquete do MilkPoint, 80 acreditam que os preços, custos e a rentabilidade da atividade leiteira em 2007 serão melhores que no ano anterior. Entre os que optaram por esta alternativa, estão José Antônio Bernardes, da Embaré Indústrias Alimentícias S.A., Matozalém Camilo, da CTG VET Consultorias, Diogo Augusto Fontes Ferreira, da Itambé, Airton José Prediger, da Cooperativa Languiru, Eduardo Machado de Moraes, da Tortuga e Mário Sérgio Ferreira Zoni, consultor em Ponta Grossa (PR), entre outros.

Um dos pontos levantados para explicar essa opção foi o fato da oferta mundial de leite não atender à demanda. José Geraldo Vaz Almeida, produtor da Bahia, acredita que se o Brasil tiver competência para exportar, melhoraria o mercado interno. Outro fato levantado por ele foi o aumento da renda das classes C e D, que estimula o consumo de lácteos.

O investimento das indústrias no setor também foi levantado como fator relevante a uma melhora do setor em 2007. Um exemplo ocorre no Rio Grande do Sul, onde serão instaladas novas indústrias. Tarso Quedi Palma, consultor em Palmeira das Missões (RS), acredita que este fato tem impulsionado a atividade no estado.

Airton José Prediger também acredita neste ponto, e ainda diz que os investimentos deverão se intensificar, devido à implantação da IN 51. Moacy Guilherme Botelho Coelho, assistente técnico em pecuária em Pinheiros (ES), está otimista quanto à melhora da qualidade do leite.

Cássio de Oliveira Leme, consultor em Paranapanema (SP) acredita que deverá haver mais espaço no mercado com a saída de produtores "aventureiros" para a produção de cana-de-açúcar, devido à expansão da cultura.

Rodrigo Borges Marques, produtor em Uberlândia (MG), acredita que este ainda será um ano bom para produtores de porte médio que consigam minimizar seus custos e ganhar em escala de produção. Ele acredita que há uma migração da atividade de pequenos produtores para produtores mais especializados.

Igual a 2006

Cerca de 22% dos leitores que responderam à enquete acreditam que o a atividade leiteira em 2007 será igual à de 2006. Entre os que optaram por essa alternativa, estão Antônio Julião Bezerra Damasio, da Cooperativa de Laticínios de Sorocaba, José Roberto Poiatti, da Avipal, Luiz Eduardo Morais, da Danone, Fernando Campos Mendonça, da Embrapa Pecuária Sudeste, Wanderlei Soares, consultor da Emater e Ronal Dias Troccoli, da Lagoa da Serra, entre outros.

Um dos pontos ressaltados na enquete foi o crescimento baixo da economia no último governo do presidente Lula, que foi de cerca de 3%. Para Pedro R. M. Ferreira, da Laticínios Mont Serrat, a situação não deverá se reverter e não deve haver novos empreendimentos.

Em função de uma tendência de maiores custos de produção para este ano, Luiz Batista de Rezende, produtor em Goiânia (GO), mesmo com uma demanda e preços melhores, acredita que o setor permanecerá igual em 2006.

Pior que 2006

Em torno de 16% dos leitores do MilkPoint que participaram da enquete acreditam que neste ano a atividade leiteira será pior que em 2006. Entre eles, estão Eduardo Fonseca Portugal, da Frimesa, Guilherme Alves de Mello Franco, produtor em Juiz de Fora (MG) e Vinícius Cota, da Itambé Rações.

O principal motivo para acreditarem nessa questão é a tendência de aumento de custos de insumos, principalmente os preços de milho e soja.

Guilherme Alves de Mello Franco acredita que a atividade será inviabilizada diante dos preços dos insumos. Segundo ele, os preços do leite nunca acompanham o valor da alimentação.

Eduardo Fonseca acredita que será um ano difícil em virtude do aumento dos preços de insumos aliado à estabilidade do câmbio. O aumento do custo na produção não terá como ser passado para os produtos finais comercializados.

Para Rogério Aloizio Rodovalho, produtor em Vazante (MG), os produtores de leite estão cada vez mais sem incentivos.

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É importante salientar que a enquete MilkPoint não tem o objetivo de quantificar opiniões com rigor estatístico, apenas mostra a opinião dos leitores sobre o assunto.