Enquete: expectativas variam em relação a crescimento

Publicado por: MilkPoint

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A enquete MilkPoint realizada no período de 11/01/06 a 31/01/06 analisou a opinião dos leitores a respeito da questão: "Você acha que a produção de leite no Brasil esse ano vai: crescer mais de 5%, crescer de 3-5%, crescer até 3%, diminuir até 3%, diminuir de 3-5% e diminuir mais de 5%". Os resultados indicam grande equilíbrio entre várias opções, sinalizando ou diferenças nas expectativas regionais ou de fato uma incerteza a respeito do crescimento neste ano, algo diferente do que havia sido verificado em enquete realizada na mesma época do ano passado (clique aqui para ler). Os resultados podem ser vistos na tabela abaixo.

Figura 1

Crescer mais de 5%:

21,9% escolheram esta opção e entre os que votaram estão: Walter José Pereira, da COOLAPA, em Passos-MG; Sérgio Luiz Brant de Carvalho, gerente da fazenda Ponderosa, em Atibaia/SP; Marco Antônio Maciel da Silva, auxiliar administrativo do Laticínio Cruziliense Ltda, em Cruzília/MG; Ivon Correa, produtor de leite, em Anápolis/GO; Lindeberg da Silva Magalhães, agente rural da Emater no Limoeiro do Norte/CE; Moacyr Guilherme Botelho Coelho, técnico em Pinheiros/ES; Júlio César Gama Dias, produtor de leite em Abaeté/MG; José Almeida de Oliveira, proprietário da Fazenda Bela Vista, em Major Isidoro/AL; Edgar Andrade de Toledo Piza, produtor de leite, em Andradina/SP; Ricardo José Bastos, presidente da Comissão Técnica de Pecuária de Leite da FAERJ no Rio de Janeiro; Fernando Andrade Garcia, diretor técnico da ANGÁ GEN, em Entre Rios de Minas/MG.

Ricardo Bastos acredita que haverá um crescimento superior a 5%, porque o produtor terá que buscar mais produtividade para reduzir o custo de produção e com isso aumentar a escala. "Se isso não ocorrer o produtor terá que sair da atividade, visto que a produtividade média brasileira é muito baixa", acrescenta.

Crescer de 3-5%:

Um total de 19,7% escolheram esta opção e entre eles estão: Roberto Amaral, gerente de desenvolvimento e qualidade da ILPISA, em Palmeira dos Índios/AL; Marcos Roberto Orth, engenheiro agrônomo da Cooperativa A1, em Itapiranga/SC; Márcio Ricardo Guerra, da Schering-Plough, em Cascavel/PR; Edmilson Barboza de Melo, analista de custos da Agro-Pecuária CFM Ltda, em São José do Rio Preto/SP; André Alves de Oliveira, consultor da Madasa do Brasil, em Jundiaí/SP; Carlos Henrique, assessor técnico dos Laticínios Fleury em Jaraguá/GO; Leomar Martinelli, agente de captação da Líder Alimentos do Brasil Ltda, no Rio Grande do Sul; Romeu Vieira Chagas Junior, gerente administrativo da Leite Cannan Indústria e Comércio Ltda, em Macuco/RJ; Antônio Moraes Resende, diretor do CENTROLEITE em Goiás; Valfrido Tomaz Curvelo, fiscal agropecuário, em Bom Conselho/PE; Clovis Marcelo Roesler, secretário executivo do SINDILAT/RS, em Porto Alegre/RS; Carlos Augusto Passos, analista da Serasa SA, em São Paulo; Denis Arroyo Alves, gerente técnico e de compras da Socil, em São Bernardo do Campo/SP; Roberto Soares Janeiro Filho, consultor da Rastro Consultoria Agropecuária, em Bauru/SP.

Clovis Roesler argumenta que o mercado de leite é cíclico, com ciclos de safra e entressafra, além de ciclos de um ano a um ano e meio bom e o mesmo ciclo ruim. "Apesar da situação do leite ao produtor estar ruim, ainda, nas estruturas mais controladas, não é uma atividade que dê prejuízo. As culturas de soja e milho, por exemplo, são mais deficitárias que o leite", acredita.

Roberto Filho escolheu esta opção por acreditar que apesar da queda de preço ocorrido no ano passado, os produtores de leite que estão permanecendo na atividade são aqueles eficientes e com isso a produção irá aumentar. Já Leomar Martinelli opta por crescer de 3-5%, uma vez que com a queda nos preços do leite pago ao produtor, há desestímulo para investimento. "Isso irá diminuir o que poderia facilmente ultrapassar 5% de aumento na produção", conclui.

Moraes acredita que devido aos preços baixos do leite no final de 2005, a produção de volumosos foi prejudicada e, com isso, a qualidade e a quantidade serão inferiores à esperada. "Mesmo que o preço dos grãos continue em baixa, fazendo com que haja uma queda no preço da ração, a produção irá esbarrar na qualidade e quantidade de volumoso para a entressafra, principalmente no final da seca de 2006, fazendo com que a produção cresça até 5%, no máximo", finaliza.

Crescer até 3%:

Esta foi a opção de 24,4% dos leitores que participaram desta enquete e entre os que votaram estão: Paulo Sérgio de Oliveira Marius, supervisor técnico comercial das Rações Alvorada, em Divinópolis/MG; Jairo Braga da Silva, produtor de leite em Garanhuns/PE; Jorge Luis Barbosa, médico veterinário em Andradas/MG; Dionísio Caproni, vendedor da Cooperativa Agrária de Machado, Minas Gerais; Willian da Silva, diretor da SOORO, em Marechal Cândido Rondon/PR; José Ronaldo Borges, produtor de leite, em Cuiabá/MT; Luis Eduardo Morais, consultor da Danone, em Poços de Caldas/MG; Autenir de Miranda Alves, supervisor de vendas da Serra Agrícola, em Juara/MT; Zenaide Pereira da Silva Neves, produtora de leite, em Uberlândia/MG; José Roberto Begosso, consultor em São Paulo; Roberto das Neves Barbosa, produtor de leite, em Porto Alegre/RS; Wagner Milanello, professor na Universidade de Santo Amaro, em São Paulo e Renato Landini Dias, produtor de leite, em São José do Rio Pardo/SP.

Os produtores de leite, Renato Dias e Zenaide Neves, acreditam que a produção irá aumentar até 3%, pois segundo Zenaide, os produtores estão investindo em melhorias, mesmo recebendo um preço baixo pelo leite. Dionísio Caproni também acredita que a produção irá crescer em 2006, pois os produtores que estão na atividade estão se profissionalizando cada vez mais, devido às informações obtidas em vários meios de comunicação.

Já o produtor Jairo da Silva afirma que com a oscilação dos preços e a falta de uma política séria para o setor, é impossível crescer mais do que estes 3%. Autenir Alves acrescenta que além dos preços baixos, "a produção não crescerá em grandes porcentagens, porque as importações de leite, de países subsidiados, concorrem com os nossos preços, tendo eles com isso uma grande vantagem".

Diminuir até 3%:

11,7% dos leitores escolheram esta opção e entre eles encontram-se Antonio Julião Bezerra Damásio, presidente da Cooperativa de Laticínios de Sorocaba, em São Paulo; Marcello de Moura Campos Filho, presidente da Leite São Paulo; Márcio Humberto de Faria, diretor da Planejar, em Coromandel/MG; Gilson Rodrigues Pereira, produtor de leite, em Andrelândia/MG; Márcio Flavio Borges Alves, produtor de leite, em Patos de Minas/MG; Alexandre Pontes Dal Bello, produtor de leite, em Coroados/SP; Rena Suman, fiscal federal agropecuário do Mapa, em Planaltina/DF; Hélio Alves de Carvalho, produtor de leite, em Juiz de Fora/MG; Alba Ornelas de Mello, extensionista da COORAL, em Carmo do Rio Claro/MG; Jurandir Teixeira Machado, produtor de leite, em Santo Inácio/PR; Valdir Goergen, secretário municipal de Augusto Pestana/RS.

Para Marcello de Moura Campos Filho haverá uma queda na produção de até 3%. "Todavia, se não houver sinalização de melhoria de preços ao produtor, essa redução poderá ser bem maior, talvez superando 5%", conclui.

Alba de Mello, Gilson Pereira e Alexandre Dal Bello, acreditam que com o preço de leite pago ao produtor no ano passado, houve um desestímulo para a produção de leite. "Como conseqüência, foram abatidas várias matrizes e há falta de investimentos em forragens para armazenamento", acrescenta Alba.

"O que adianta ter tanque de expansão se o valor do leite continua baixo? Hoje quem tira abaixo de 300 l/dia, está desistindo e mudando de profissão. Ou cria-se uma política honesta para este setor, ou o produtor sairá da atividade", desabafa Gilson Pereira.

Já René Suman expõe que devido à falta de chuvas em bacias leiteiras, haverá menos volumosos para os rebanhos, resultando assim em uma queda na produção.

Diminuir de 3-5%:

Entre os leitores que votaram nesta opção estão Domiciano Cerqueira de Castro Neto, produtor de leite, em Barão do Monte Alto/MG; Fernando Affonso Ferreira, diretor do Sindicato Rural de Itabuna, na Bahia; Ivo Bonassi Junior, extensionista em São Bento do Sapucaí/SP; Eduardo Cogo Abib, produtor de leite em Borborema/SP; Celso Tavares da Silva, produtor de leite, em Areado/MG; Gustavo Fernandes Franco de Souza, zootecnista da Agriforte Sementes de Assis, em São Paulo; João Luiz Carvalho Juliano, veterinário e produtor de leite, em Rio Grande/RS; José Dílson, produtor de leite, em Volta Grande/MG.

Jose Dílson acredita a produção irá cair devido ao preço do leite. "Toda vez que o preço despenca muitos produtores saem da atividade. A produção só não irá cair mais devido às outras culturas também estarem ruins".

Domiciano Cerqueira argumenta que sem uma política a nível nacional do governo e com os preços em baixa, não há produtor que agüente produzir. "Empréstimo no Banco do Brasil é uma luta para conseguir. Os grandes produtores estão trabalhando no limite e, nós, pequenos produtores, não temos condições de sair do vermelho", desabafa.

Diminuir mais de 5%:

15,6% escolheram esta opção e entre eles estão: Edvalson de Sousa Martins, funcionário público, em Goiânia/GO; Cilmar Machado dos Santos, produtor de leite, em Lins/SP; Mauro Machado Vieira, médico veterinário, em Governador Valadares/MG; Eduardo Dlugosz, sócio da Leite São Miguel, em Irati/PR; Cristiano Moraes Borges, produtor de leite no Rio de Janeiro; João Scaravelli, produtor de leite, em Itu/SP; José de Assis de Oliveira, produtor de leite, em Araxá/MG; Eularino Chrisostomo Pataro Teixeira, produtor de leite, em Belo Horizonte/MG; André Gama Ramalho, produtor de leite, em Batalha/AL; Bruno Amaral, produtor de leite, no Rio de Janeiro; Maria Amélia Martins Sant Anna, produtora de leite, no Rio de Janeiro; José Donizeti Teline, produtor de leite, em Rinópolis/SP.

Para o produtor José Donizeti Teline e João Scaravelli, a elevação dos custos e a significativa queda nos preços pagos são fatores que contribuirão para muitos produtores saírem da atividade, reduzindo assim a produção em mais de 5%. Eduardo Dlugoz acrescenta que estes fatos descapitalizarão os produtores que não conseguem investir em qualidade e melhoramento genético dos animais.

Cilmar dos Santos acredita que além dos baixos preços, a tentação do arrendamento da terra para produção da cana será outro fator que levará à queda na produção nacional.

É importante salientar que a enquete MilkPoint não tem o objetivo de quantificar opiniões com rigor estatístico, apenas mostra a opinião dos leitores sobre determinado assunto. Nesta enquete, 125 pessoas de diversas regiões do país votaram.

Fonte: Joice Rodrigues, da Equipe MilkPoint
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