Com base em laudos do Lanagro (Laboratório Nacional Agropecuário), que apontam fabricação de leite com valor nutricional diferente do informado no rótulo, o Ministério da Justiça abriu procedimento administrativo para investigar seis empresas.
Em maio, essa irregularidade foi encontrada em oito amostras de leite em pó e longa vida de 57 marcas analisadas: Parmalat, Andrinse, Marajoara (duas amostras), Cilpe, Lebon, Alimba (que também pertence à Parmalat) e Total. A análise foi concluída neste mês e mostra que os níveis de gordura, carboidratos e proteínas estão com diferença maior do que 20% em relação ao informado na embalagem - resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) permite variação até 20%, tanto da quantidade de nutrientes como do valor calórico.
A agência argumenta que esse índice é comum aos países do Mercosul, e "admitido devido à variação natural da composição das matérias-primas, do processo de fabricação e da metodologia de análise".
Segundo reportagem de Angela Pinho, da Folha de S.Paulo, a partir dos exames do Lanagro, o Ministério da Agricultura também abriu 18 procedimentos para apurar infrações ao regulamento técnico do leite.
A Parmalat informou que só se pronunciará após ser informada sobre o processo, a Marajoara Indústria de Lacticínios, que fica em Goiás, não quis comentar o assunto, com o mesmo posicionamento da Parmalat. Um dos diretores da Cooperoeste (Cooperativa Regional de Comercialização do Extremo Oeste/SC), dona da marca Andrinse, Sebastião Vilanova, afirmou desconhecer as irregularidades apontadas. O gerente industrial da Lebon, da empresa Ilcasa (Indústria de Laticínios de Campina Grande), afirmou que não há irregularidade no leite da empresa.
As análises das amostras de leite foram feitas em conjunto com o Procon em Goiás, Tocantins, Paraíba, São Paulo (onde não foi detectada irregularidade) e Santa Catarina.
O procedimento administrativo do Ministério da Justiça pode acarretar multa entre R$ 200 e R$ 3 milhões, prevista no Código de Defesa do Consumidor. A penalidade do procedimento do Ministério da Agricultura tem o teto de R$ 16 mil.
Empresas serão investigadas por composição do leite
Com base em laudos do Lanagro (Laboratório Nacional Agropecuário), que apontam fabricação de leite com valor nutricional diferente do informado no rótulo, o Ministério da Justiça abriu procedimento administrativo para investigar seis empresas.
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PAULO SERGIO RUFFATO PEREIRA
RIO BONITO - RIO DE JANEIRO
EM 11/11/2007
Não se justifica levar 6 meses para "concluir análises de composição centesimal", pois trata-se de análises simples e sem grande complexidade, pricipalmente de lipideos, protideos e carboidratos. Acho sim que esses resultados ficaram prontos há bastante tempo, e estão sendo divulgados agora, devido ao momento de impacto da "fraude em leite", em que qualquer notícia sobre leite chama a atenção, e de certa forma preocupa consumidores, autoridades e demais envolvidos na cadeia produtiva do leite.
Não sou da Anvisa, mas darei a minha opinião a respeito das indagações:
1- Não sei os valores certos, mas com certeza são bem inferiores aos 20%, devido às caracteristicas bem distintas das nossas, tais como clima e raças com aptidão (genética) para leite, alimentação e manejo adequados e principalmente tradição e profissionalismo, sem falar no sistema de pagamento por qualidade, que levam a produzir leite sem grandes variações de composição.
2- No processo de fabricação, principalmente no leite longa vida, as alterações e perdas são muito pequenas em relação ao pasteurizado, e o sistema empregado é o UHT e usado tanto no Brasil , como nos demais paises do Mercosul.
3- A metodologia empregada também não pode variar, pois os metódos de análises devem ser os indicados em regulamentos técnico, que além de serem oficiais(validados), são os determinado por normas internacionais (FIL).
Como se pode ver a variação de 20%, não se justifica e só serve para que os fabricantes acabem tendo uma margem de tolerância para os valores nutricionais.
Agora, valores acima de 20%, são indicativos de fraudes.
Não sou da Anvisa, mas darei a minha opinião a respeito das indagações:
1- Não sei os valores certos, mas com certeza são bem inferiores aos 20%, devido às caracteristicas bem distintas das nossas, tais como clima e raças com aptidão (genética) para leite, alimentação e manejo adequados e principalmente tradição e profissionalismo, sem falar no sistema de pagamento por qualidade, que levam a produzir leite sem grandes variações de composição.
2- No processo de fabricação, principalmente no leite longa vida, as alterações e perdas são muito pequenas em relação ao pasteurizado, e o sistema empregado é o UHT e usado tanto no Brasil , como nos demais paises do Mercosul.
3- A metodologia empregada também não pode variar, pois os metódos de análises devem ser os indicados em regulamentos técnico, que além de serem oficiais(validados), são os determinado por normas internacionais (FIL).
Como se pode ver a variação de 20%, não se justifica e só serve para que os fabricantes acabem tendo uma margem de tolerância para os valores nutricionais.
Agora, valores acima de 20%, são indicativos de fraudes.

MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO
CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 08/11/2007
A constatação de que regulamento da ANVISA permite variações de até 20% com relação aos nutrientes e valor calórico indicado no rótulo dos produtos, e que a agência argumenta que esse índice é comum aos países do Mercosul, e "admitido devido à variação natural da composição das matérias-primas, do processo de fabricação e da metodologia de análise", é preocupante.
E o fato de em maio, em exames realizados pelo Lanagro em oito amostras de leite em pó e longa vida de 57 marcas analisada mostrarem que os níveis de gordura, carboidratos e proteínas estão com diferença maior do que 20% em relação ao informado na embalagem, é de arrepiar.
Gostaria que a ANVISA respondesse as seguintes perguntas:
1) Nos USA e comunidade européia, qual a tolerância com relação as innformações do rótulo?
2) Por que é admitido como natural em Países do Mercosul variações da matéria-prima, do processo de fabricação e da metodologia de análise que levam a essa tolerância de 20% com relação ao rótulo?
3) Por que, apesar da elevada tolerância de 20%, se encontram no mercado produtos com variação superior ao índice?
Marcello de Moura Campos Filho
E o fato de em maio, em exames realizados pelo Lanagro em oito amostras de leite em pó e longa vida de 57 marcas analisada mostrarem que os níveis de gordura, carboidratos e proteínas estão com diferença maior do que 20% em relação ao informado na embalagem, é de arrepiar.
Gostaria que a ANVISA respondesse as seguintes perguntas:
1) Nos USA e comunidade européia, qual a tolerância com relação as innformações do rótulo?
2) Por que é admitido como natural em Países do Mercosul variações da matéria-prima, do processo de fabricação e da metodologia de análise que levam a essa tolerância de 20% com relação ao rótulo?
3) Por que, apesar da elevada tolerância de 20%, se encontram no mercado produtos com variação superior ao índice?
Marcello de Moura Campos Filho