Empresas reajustam produtos e perdem vendas

Com os preços da matéria-prima em ascensão, os fabricantes de lácteos estão sentindo queda no consumo e nos lucros. A Batávia, por exemplo, reajustou seus produtos em 6%, e viu uma queda do volume de vendas próximo a 10%.

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Com os preços da matéria-prima em ascensão, os fabricantes de lácteos estão sentindo queda no consumo e nos lucros. A Batávia, por exemplo, reajustou seus produtos em 6%, e viu uma queda do volume de vendas próximo a 10%. Por ter absorvido o aumento do custo por alguns meses e ainda ter tido um impacto negativo nas vendas depois do repasse, a crise do leite afetou os resultados da empresa, que já consumiu todo o lucro projetado para o primeiro semestre, segundo o diretor geral do negócio Batavo, Wlademir Paravisi.

A elevação dos preços de produtos de maior valor agregado no varejo foi recente (entre junho e julho), e um dos motivos para o repasse tardio foi a pressão do mercado varejista. "Está muito difícil de o supermercadista aceitar o aumento, mas está difícil de suportar também", diz Wlademir Paravisi, diretor geral do negócio Batavo.

As empresas reclamam que o reajuste nas vendas aos supermercados já chega defasado. Segundo o vice-presidente de operações da Vigor, Valter Monatovanini, a tabela que está chegando agora já está desatualizada, e precisaria de um aumento entre 5% e 7% acima dos 10% negociados anteriormente.

A Vigor espera para saber como será a reação do consumidor. Mantovani acredita que não adianta aumentar o preço e não vender, e que dependendo da resposta do consumo, é preferível parar a produção de algumas linhas.

Quem sai ganhando na alta de preços são as empresas que trabalham com linhas mais baratas. "Todo mundo reajustou o preço na casa de 10%, mas quem já tinha preço mais baixo, mesmo com o aumento, continuou abaixo dos outros e saiu ganhando", comentou a gerente de categorias da Coop, rede de supermercados do ABC paulista, Edna Figueiredo. As informações são de Daniela D'Ambrosio, do Valor Econômico.
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Harlen Diniz
HARLEN DINIZ

SÃO FRANCISCO DE PAULA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/08/2007

Quero parabenizar José Alvimar Lino da Silva por esta carta relatada nesta sessão, pois estes preços abusivos não são repassados a nós produtores. Não digo mais pois ele já relatou tudo que vivemos.
José Avilmar Lino da Silva
JOSÉ AVILMAR LINO DA SILVA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/08/2007

Ao ler a matéria que discorre sobre o reajuste do preço dos produtos lácteos, reativou em minha memória a diferença entre o valor recebido pelo produtor e o pago pelo consumidor dos produtos lácteos.

No ano de 2006, o valor médio recebido pelo produtor, pelo litro de leite tipo C, foi na ordem de R$0,50, enquanto que o consumidor pagava em torno de R$1,20 pelo leite Longa Vida, ou seja, a diferença entre valor recebido pelo produtor e o pago pelo consumidor final era de R$0,70.

Este ano, 2007, com a falta de leite no mercado internacional, temos assistido um reajuste dos produtos lácteos em mias de 100,0% como do leite em pó, por exemplo. Porém, o reajuste que o produtor tem recebido não chega a 50,0%, ou seja, o valor recebido pelo leite produzido em Julho deve ficar em torno de R$ 0,70 por litro.

Além disso arcamos, nós produtores, com um reajuste dos insumos para a produção de leite e a mão de obra de mais de 30,0%. Enquanto isso, o preço que o consumidor final tem pago pelo leite Longa Vida nos supermercados de Belo Horizonte, Minas Gerais, encontra-se na casa dos R$ 2,30 o litro. A diferença entre o valor que o produtor recebe e o pago pelo consumidor final, que no ano de 2006 foi de R$ 0,70, já encontra-se na casa de R$1,60, ou seja mais de 100,0% de aumento.

Então pergunto: será que a cadeia, além de nossas porteiras, teve seus custos de produção aumentados neste pantamar (mais de 100,0%) ou a ganância deste setor é que não tem limite? Enquanto isso já iniciam publicações de matérias sensacionalistas na mídia, relatando que o mercado não suporta mais reajustes no preço dos produtos lacteos. Sabe onde querem chegar? Claro que não reduzirão a margem de lucros da indústria, distribuidores, supermercadistas e varejistas.

Se as coisas caminharem, como sempre, neste nosso País, teremos que assistir uma estabilização do valor recebido pelo produtor pela matéria prima produzida (leite), a manutenção ou pequena elevação dos valores pagos pelo consumidor final, e pior ainda, a elevação exacerbada do custo do produtor de leite. Ou seja, o dono da galinha de ovos de ouro, o produtor de leite, ficará apenas com o que a galinha deixa debaixo dos puleiros onde dorme, enquanto que os intermediários (laticínos, cooperativas, distribuidores, supermercadistas e varejistas) que são organizados, para não dizer que são cartelizados, dividirão todo o ouro (lucro da cadeia).

As entidades que nos representam, governamentais (Secretárias de Agricultura, Ministério da Agricultura, Confederação Nacional de Agropecuária, Federações Estaduais de Agropecuária, etc) e as não governamentais (Associações de Clase, Sindicatos, Verdadeiras Cooperativas, etc), precisam estar atentas e atuantes, caso contrário, os donos da galinha de ovos de ouro não conseguirão sobrevevir e a galinha poderá vir a morrer por falta de cuidados.
Carlos Alberto T. Zamboni
CARLOS ALBERTO T. ZAMBONI

CAJURU - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 06/08/2007

Estamos "sufocando" o principal sustentáculo do mercado interno, o consumidor.
Qual a sua dúvida hoje?