Empresas fidelizam produtores de leite com vantagens

Eu só pergunto uma coisa: se formos fiéis a eles, será que eles serão fiéis a nós? Ando cansado destas connversas fiadas de cooperativas, laticínios que vem arrastando a anos e nada acontece de bom para nós. Enquanto não nos unirmos, eles farão de nós o que quiserem. Já tem quem diga que não existe nada mais desunido que os produtores de leite e eu acho que é a mais pura verdade. Por isso deveríamos achar uma maneira de nos unirmos. Abraços a todos.

Fidelidade não é algo obrigatório. Todos têm direito de escolha. Alguns produtores acham que a assistência técnica é indispensável, no entanto serão fiéis às empresas que oferecem assistência técnica. Em contrapartida, outros acham que o preço é que importa (a maioria) e darão prioridade ao preço. A atividade leiteira é um processo muito rico e complexo e que exige ainda muitos estudos para se definir políticas corretas a serem aplicadas. O desenvolvimento do meio rural e da atividade em questão é algo que só se da com a cooperação de todos os atores envolvidos no processo.

Temos que tomar cuidado quando tanto se fala em fidelidade, porque não falam em divisão de lucros nem em melhorar o preço do leite para que os produtores possam sobreviver. Abraços aos produtores brasileiros, Elisio

Realmente, com os insumos e mão-de-obra nos preços atuais, vender leite nos preços praticados pelos laticinios está ficando impraticável. Fico imaginando o futuro sem muito entender, como fazer silagem, reformar pastagem com os atuais preços dos fertilizantes e com possibilidades de aumento? Acho razoável se os nossos governantes tomassem uma forte atitude em favor do tão sofrido produtor brasileiro, que diante da economia nacional carrega o piano. Um forte abraço a todos os produtores brasileiros, Elisio.

Como já dito pelos colegas Richard James Walter Robertson e João Paulo Pacheco Rodrigues, melhora para os produtores, mas ficam presos à indústria.

Já que os laticinios estão falando de fidelização, porque não entrarmos na onda? Os produtores de leite, se quiserem, podem fidelizar seus candidatos e criar a bancada do leite. A ideia está lançada. Vamos fazer um pouco de política, porque este negócio de ficar só produzindo e vendendo por um preço injusto, precisa de um fim.

A melhorar maneira de fidelizar o produtor é pagar um preço justo pelo leite, ou seja, conciliar planilhas de custos; ser parceiros em todas as situações de mercado, de tal forma que todos os segmentos da cadeia do leite se beneficiem e não transferir para o produtor situações de mercado desfavorável, como se o produtor fosse o único responsável por essas flutuações do mercado consumidor.

Bom, lendo a matéria e as colocações dos amigos leitores e produtores, gostei muito da mesma, só que tem um porém nisso tudo: as empresas estão interessadas nelas mesma e não nos produtores, querem quintuplipar a produção, trazendo para o produtor uma série de "vantagens", dando pouco e exigindo muito. Mas o mais importante não consegui ler na matéria, que é o tão sonhado preço; esse sim é o maior incentivo e fidelização do produtor (empresas, vamos ratear seus lucros com aqueles que diretamente ajudam vocês a terem os mesmos). Aqui eu deixo esse desafio para as indústrias que reduzam um pouco seus lucros e aumentem o do produtor.

E falando bem a verdade nem as cooperativas pensam muito no produtor a não ser as pequenas com poucos produtores associados. Isso é uma indignação de um produtor que sente isso na pele.

Concordo plenamente com as opiniões dos colegas produtores rurais de leite, que a melhor parceria seria a de melhorar o preço do litro de leite que nos pagam. Creio que uma demonstração de parceria verdadeira e honesta seria aquela em que se estabelecesse por contrato o indexador para corrigir o litro de leite que nos pagam, lastreado na média dos preços de uma cesta de produtos derivados do leite. Dessa maneira receberiamos o que é justo, afinal é do leite que se extrai os produtos derivados.

As industrias querem cada vez mais que o produtor trabalhe e eles estão sempre querendo vender produtos ou até financiar animais pra ver se prendem o produtor à firma, para ai sim, poder pagar o preço que querem; o produtor, como está preso, não tem muito o q fazer. As firmas estão todas ligadas umas nas outras e quem paga o pato somos nós, produtores, que não temos férias, muito menos décimo terceiro salário. E ainda temos que entregar o leite do jeito que eles querem, senão teremos descontos, como acontecia comigo. Eu não mandava analisar meu leite em laboratório de minha confiança e sempre dava contagem bacteriana e células somáticas alta; depois que comecei mandar analisar meu leite, nunca mais deu problema. A empresa para qual vendo meu leite é a Cooperativa Piá.

Uma parceria entre indústria e produtores pode ser um caminho muito bom num sistema "ganha-ganha".

Seria interessante conhecermos como serão celebradas essas parcerias e os direitos e obrigações dos produtores e os da indústria.

Marcello de Moura Campos Filho

O produtor de leite só vai ter uma remuneração digna pelo seu trabalho e importância no dia que tivermos carros movido a leite. Só assim o leite não será essa vergonha que é hoje em dia, com indústrias explorando o produtor de leite.

A antiga distância que existia entre Produtor x Empresas, vem se estreitando a cada dia; com isto, conseguimos unir as duas "pontas" e trabalharmos sempre para um objetivo comum: melhoria na qualidade da matéria prima e consequentemente dos produtos finais. Ainda, melhoria nos sistemas de produção e rentabilidade dos produtores parceiros dos projetos oferecidos pelas indústrias.

Cooperativas antigas foram montadas para isto, mas em momentos de dificuldades, o armazém, que deveria reduzir os custos aos produtores, é que bancava o funcionamento da usina. Será que, uma vez integrado, o produtor não se transformará em um mero empregado sem direitos trabalhistas como férias, descanso semanal remunerado, 13º salário e FGTS? Será que muitos terão que recorrer frequentemente à mão de obra infantil familiar para sobreviver, como fazem atualmente?

O que vai definir o padrão de relacionamento será o nível cultural e o profissionalismo das partes. Será que evoluímos? Os produtores já mostraram as suas limitações. O tempo deles (das Cooperativas) passou. Só nos resta torcer para que as empresas tenham visão de longo prazo. Algumas empresas de outros setores, como a Phillips, estão investindo na educação formal oferecendo "gestão" a escolas estaduais de Pernanbuco e São Paulo. Não fazem isto por pura filantropia, mas sim por enxergarem um pouco mais longe que o normal. Será que as empresas do setor lácteo vão ter a coragem de focar o longo prazo sustentável, ou vão querer apenas os lucros fáceis da ignorância de curto prazo? Gostaria de acreditar na primeira opção, mas não é isto que vejo nos executivos do setor. Só o tempo e as ações concretas das empresas nos mostrará para onde estamos caminhando. O futuro está na mão delas, mas a sustentabilidade deste futuro, felizmente, dependerá de mais fatores.

De certa forma realmente é excelente, mas nem sempre é assim.

O companheiro acima falou bem e em alguns casos essa fidelidade desestimula o associativismo. A meu ver, a fidelidade Associação (ou Cooperativa)/Empresa é mais vantajosa para os produtores a longo prazo do que Produtor/Empresa, mas cada caso é um caso.

Mas sem dúvida é um grande passo para a pecuária leiteria de algumas regiões evoluir tecnicamente.(Aumentar a "eficiência")

Prezado Richar e demais leitores.

Faço minhas as suas palavras. As induústrias(desculpem os que se sentirem ofendidos) estão trabalhando para prender produtores. Isto não é bom para ninguém; produtor em "gaiola" não produz, não investe e morre sufocado na própria "gaiola".
Mas a indústria descobrirá isto sozinha; o produtor briga por qualquer centavo e isto a indústria não segura. Ele acabará indo para o mercado aberto.

Até hoje não vi nenhuma destas ações no campo. Mas que o marketing é bem feito, isso não resta dúvida.

Na minha opinião, a atitude dos grandes laticínios é ótima. Não acredito na geração de dependência dos produtores em função da adoção desta política. A visão empresarial moderna, adotada por grandes companhias, não contempla a morte da "galinha dos ovos de ouro". O medo do produtor rural, a falta de espírito associativista e a individualidade presente há séculos, principalmente na agricultura familiar, impede o desenvolvimento adequado do produtor de leite. Note-se, o maior volume de leite do País é produzido pelos pequenos. A iniciativa dessas grandes empresas é ótima.

"Comida de onça" somos todos os que dependem de pequenos laticínios; estes sim, escravocatas modernos, com a palavra mansa de que se estabeleceram para ajudar pequenos produtores. Até hoje recolhem leite em balde nas fazendas - ao meio dia, uma hora - e ainda querem testar e descartar este "leite", para se imporem e mostrar sua força. Fazem o que bem entendem, quem conhece a realidade sabe do que falo.

É preciso dar vivas às iniciativas das grandes empresas do setor, é preciso acabar com o amadorismo do campo, é preciso acabar com a escravidão dos pequenos produtores, que não têm opção a não ser a do muito amigo dono do pequeno laticínio, que não deixa o indivíduo crescer, porque senão ele perde o império.

As iniciativas desta natureza devem ser benvindas; trazem tecnologia, melhoramento genético, aumentam de verdade a renda no campo e perseguem a qualidade do leite. Conseqüentemente, beneficiam a saúde da população em geral. Em resumo, trazem a tão pregada profissionalização do setor.

A Cooperativa Agrovale, com sede em Quirinopolis/GO, trabalha com grupos de produtores a algum tempo, Programa Tanque Cheio. Quem estiver interessado em maiores detalhes é só entrar em contato através do site www.agrovale.com.br.

Quando fala em parceria, não podemos esquecer que o principal não foi divulgado: preço do leite para o produtor, custo de produção e preço médio, capaz do produtor poder ter sustentabilidade no seu negócio.
Isso sim seria uma parceria verdadeira.