A quatro dias do vencimento do prazo do último aumento dos impostos de exportação de lácteos da Argentina, um grupo de empresas líderes do setor está negociando uma proposta para apresentar ao governo, na qual se comprometem a administrar suas próprias vendas ao exterior em troca de uma redução nos impostos de exportação, que hoje estão em 15% para o leite em pó e 10% para os queijos.
A princípio, o governo está estudando uma redução dos impostos, com redução para 5% em os queijos e uma diminuição gradual para esta mesma porcentagem, em dois meses, para o leite em pó. Apesar da boa disposição do governo em baixar os impostos, a possibilidade de uma greve, levantada pelas Confederações Rurais Argentinas a partir do próximo sábado, por quatro dias, poderia complicar a situação.
As empresas argentinas discutem qual será o critério utilizado para a auto-administração das vendas ao exterior que, no ano passado, atingiram o valor recorde de US$ 617 milhões. Entre outras alternativas, está sendo analisado o critério da past performance, a partir do qual cada empresa definiria seu volume de exportação em função de certa porcentagem em relação com o vendido no ano passado.
No entanto, as indústrias argentinas continuam preocupadas porque, mesmo que o governo baixe os impostos e aceite sua proposta, estas não conseguiriam permissão para aumentar os preços de alguns de seus produtos. A indústria argumenta que houve aumento nos custos.
Por outro lado, os produtores temem uma redução nos preços da matéria-prima - nas regiões leiteiras de Córdoba e Santa Fé, algumas indústrias estão comunicando quedas de 3% a 5% no preço do leite ao produtor. Este setor pede uma recomposição de seu preço.
Vale ressaltar que, segundo informações da SAGPyA (Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Alimentação), da Argentina, o Brasil é o terceiro maior importador em volume do país vizinho, responsável por 12,9% das exportações argentinas de janeiro a maio deste ano.
A reportagem é de Fernando Bertello para o La Nación, adaptada pela Equipe MilkPoint.
Empresas argentinas querem queda de taxa de exportação
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