Eleva está comprando a CCPL, do RJ

Além de anunciar a compra da unidade goiana da Cooperativa Central de Laticínios (CCL) por R$ 30 milhões, a Eleva anunciou ontem que pretende adquirir a Cooperativa Central de Produtores de Leite (CCPL), do Rio de Janeiro. As novas investidas podem colocá-la no segundo lugar no ranking nacional de produção de leite, atrás apenas da Nestlé.

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Além de anunciar a compra da unidade goiana da Cooperativa Central de Laticínios (CCL) por R$ 30 milhões, a Eleva anunciou ontem que pretende adquirir a Cooperativa Central de Produtores de Leite (CCPL), do Rio de Janeiro. As novas investidas podem colocá-la no segundo lugar no ranking nacional de produção de leite, atrás apenas da Nestlé.

Em comunicado à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), a empresa informou que vai analisar a estrutura do negócio da cooperativa fluminense, que encontra-se sob intervenção judicial. A CCPL produz leite longa vida, manteiga e requeijão.
 
Segundo reportagem de Neila Baldi, da Gazeta Mercantil, inicialmente a Eleva celebrará um contrato de industrialização por um período de três meses, renovável por mais três. A unidade de São Gonçalo produz 180 mil litros de leite por dia e vale, em média, US$ 15 milhões.

Em 2006, a Eleva produziu 900 milhões de litros de leite e a Itambé, 1 bilhão de litros. Segundo Marcelo Pereira de Carvalho, consultor da AgriPoint, neste ano a classificação geral na produção está movimentada, pois a empresa que ocupa a quarta posição - a Parmalat, com 600 milhões de litros de leite - também está fazendo investimentos para aumentar sua capacidade produtiva.
 
No caso da CCL, segundo ele, além de agregar uma produção maior, a Eleva estará colocando em seu portfólio uma rede de distribuição.

Além disso, a Eleva tem buscado crescer fora do Rio Grande do Sul, estado que está recebendo diversos investimentos da indústria láctea e deve ter a concorrência pelo leite acirrada. "A estratégia de buscar plantas em outros estados pode ser uma reação da Eleva à concorrência da produção no Rio Grande do Sul", acrescentou Carvalho.

No entanto, o movimento de compras - que começou no ano passado com a Perdigão adquirindo a Batávia - pode significar, em um futuro próximo, a concentração do mercado.
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fabio gomes de souza
FABIO GOMES DE SOUZA

BARBACENA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 01/10/2007

Estão investindo em outros estados devido à concorrência no Rio Grande do Sul, como forma de reação, querendo entrar em regiões em que o preço do leite esta até superior aos preços do Sul.
Sebastião José
SEBASTIÃO JOSÉ

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 24/09/2007

Essa possível aquisição significará uma total concentração de mercado nas mãos da Elegê (Eleva) e uma completa vergonha e desrespeito a pecuária leiteira do Estado do Rio de Janeiro. Há um tempo atrás foi anunciada a criação do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira do Estado do RJ, que na verdade foi uma forma "legalizada" de estorquir recurso dos produtores, Cooperativas e Industrias de laticínios do Rio de Janeiro com a desculpa de recuperar a CCPL.

Esse fundo foi originado por 50% dos créditos de ICMS acumulados nas Cooperativas e Indústrias nos últimos anos. Funcionava assim: as Cooperativas e Indústrias foram "obrigadas" a doar 50% dos seus créditos à CCPL para terem o direito a negociar os 50% restantes no mercado sofrendo ainda uma desvalorização na venda. Muitas Cooperativas em necessidade cederam a essa regulamentação, que não sabemos até que ponto é legal, para solucionar seus débitos (que em muitos dos casos tem ligação com débitos da própria CCPL) e continuam devendo sem ter qualquer posição por parte da CCPL sobre o pagamento de seu passivo.

Seguem abaixo algumas perguntas: Aonde foram parar os ditos R$ 25.000.000,00 dos produtores e indústrias do Rio de Janeiro que caíram nas mãos da CCPL? É correto usar esse capital dos produtores e indústrias do RJ para maquiar a indústria e entregar de mão beijada para uma indústria do Sul que não precisa dessas facilidades?

É correto manter as Cooperativas do estado na situação desesperadora em que estão, sem nenhum alento ou solução para as dívidas por parte da CCPL?
É correto concentrar o mercado do RJ nas mãos de poucos e deixar as Cooperativas do estado massacradas pela forca de uma potência como a Eleva?

Já temos notícias que algumas Cooperativas e indústrias estão sendo coagidas a fornecer leite para a Eleva por conta da visível concentração que vai ocorrer no uso das duas marcas CCPL e Elegê no mercado do RJ, e o risco de não conseguirem concorrer no campo com essa "potência".

Uma única palavra define isso que está acontecendo: vergonha.
Qual a sua dúvida hoje?