Elegê: de olho no mercado paulista

A Elegê traça planos para aumentar sua presença no mercado paulista, cujo consumo de leite longa vida representa 41,8% do total no Brasil.

Segundo o superintendente da Avipal, Rami Goldfajn, no fim de 2005 a marca já era líder no segmento de leite longa vida na grande São Paulo, com participação de 7,7% do mercado de 976 milhões de litros/ano. De acordo com ele, há dois anos a participação de São Paulo sobre o faturamento da empresa era de pouco menos de 15%. Mas no primeiro trimestre de 2006, subiu para 19,5% da receita bruta de R$ 286,45 milhões, e a intenção é dobrar as vendas no estado nos próximos quatro ou, no máximo, cinco anos.

Para isso, a empresa estará investindo em campanha publicitária no segundo semestre e na ampliação da rede de distribuição, que hoje reúne 3,1 mil empresas varejistas.

A linha de lácteos também será ampliada em 20%, e a unidade de Amparo (SP) poderá aumentar a produção nos próximos anos, segundo Goldfajn. Mesmo assim, o mercado paulista continuará recebendo produtos do Rio Grande do Sul e de outra planta que eventualmente venha ser adquirida, arrendada ou terceirizada.

Para ele, o maior desafio para o crescimento é a concorrência com as pequenas indústrias, que colocam no mercado brasileiro mais de 150 marcas regionais de leite longa vida. Mesmo assim, a empresa estima que com o crescimento de 42% na produção própria no trimestre e o desempenho "tímido" da demanda no período, a participação da marca no mercado nacional chegou a 14% de janeiro a março.

Neste ano, a Elegê respondeu por 58% do faturamento da Avipal no primeiro trimestre, depois de fechar 2005 em 50% da receita bruta total de R$ 2,26 bilhões. Segundo o superintendente, o aumento deveu-se à queda das exportações das carnes de aves e suínos devido à gripe aviária na Europa e à aftosa no Brasil, mas a divisão de lácteos deve se manter como o "principal negócio" do grupo, com 55% a 60% das vendas, de acordo com matéria de Sérgio Bueno para o jornal Valor.