Associação de lácteos continua pressionando UE a respeito de medidas contra coronavírus

Antes de uma reunião de videoconferência dos ministros da Agricultura da Europa, a European Dairy Association (EDA) publicou uma atualização do documento sobre a situação da cadeia leiteira frente ao COVID-19. Segundo eles, os três setores essenciais atualmente são saúde humana, suprimentos médicos e alimentos, incluindo laticínios.

O secretário-geral da EDA, Alexander Anton, disse que, ao estabelecer planos de conexão cada vez mais rigorosos em nível nacional, a dependência e a necessidade desses três setores devem ser lembradas para garantir seu funcionamento.

Segundo ele, a operação de todas as unidades de processamento de leite está limitada por falta de mão-de-obra leiteira devido ao COVID-19, devido a restrições à livre circulação dos colaboradores e equipes de suporte técnico entre Estados-Membros.

Ele acrescentou que a demanda por leite e produtos lácteos ainda está acima do normal, mas a limitação do fornecimento de material para embalagem está forçando os laticínios a fazer uso flexível do material, sem colocar em risco a segurança do produto. Ele disse que espera que as autoridades de controle aceitem essa flexibilidade nessas circunstâncias.

Os mercados locais de alimentos ao ar livre são os principais pontos de venda de muitos laticínios para pequenas e médias empresas na UE, observou Anton. O fechamento desses locais, em países como Croácia e França, significa que a coleta de leite e seu processamento por outros laticínios não podem ser garantidos.

Anton disse que essa é uma das razões pelas quais, em 19 de março, a EDA solicitou a criação de esquemas de urgência. Enquanto o setor está trabalhando para garantir o fornecimento confiável e estável de produtos lácteos, os laticínios na UE estão enfrentando pressão do setor de varejo para baixar os preços dos produtos, especialmente leite UHT, e aceitar atrasos mais longos nos pagamentos. Anton condenou a pressão do setor de varejo como "antiética".

Ele acrescentou que a paralisação em grande parte da UE, combinada com o aumento do volume de leite cru, o aumento do número de trabalhadores em quarentena e um suprimento restrito de material de embalagem, está forçando os laticínios a mudar o volume de leite para instalações de processamento que dependem de menos mão-de-obra e embalagens (torres de secagem).

A EDA está repetindo seu apelo à Comissão Europeia e aos Estados-Membros para garantir a coleta e distribuição de leite sem atrito e o movimento da força de trabalho, através de todas as fronteiras.

A associação também deseja que o esquema de ajuda ao armazenamento privado seja ativado para manteiga, leite em pó desnatado e queijo, além de acesso prioritário aos containers e frete para produtos essenciais, como leite e laticínios. 

Também reiterou seu apelo à criação de um esquema de urgência para produtores de leite, para descarte de leite, e para processadores de laticínios, para usos alternativos do leite.

As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint.