Diagnóstico MG: atividade tem baixa rentabilidade média

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Segundo o levantamento, cada produtor, em média, tem R$ 449.683,81 investidos na atividade leiteira, incluindo terra, conforme a tabela. Segundo o Prof. Sebastião Teixeira Gomes, é um capital elevado, especialmente se for considerada a produção média diária, de apenas 184 litros por produtor, que permite antecipar a baixa rentabilidade sobre o capital investido.

"Com esses dados, entende-se o porquê do ditado: o produtor de leite vive como pobre e morre como rico", afirma Gomes, lembrando que a baixa rentabilidade da atividade muitas vezes não permite um padrão de vida condizente com o grande capital empatado na atividade.

Figura 1

O pequeno porcentual de 5,43% investido em máquinas reflete o baixo nível tecnológico médio. O estudo mostra que a participação do capital em máquinas se eleva com o crescimento dos estratos de produção; entre os produtores que produzem até 50 litros/dia, apenas 1,96% do capital está investido em máquinas.

A alta participação das terras na composição do capital investido sugere também uma baixa produtividade por área. De fato, a tabela abaixo mostra que, em média, a produção de leite atingiu quase 1.200 litros/hectare/ano, embora com valores crescentes à medida que o módulo de produção se eleva. Dos 56,57 hectares utilizados para a atividade, 48,40 são utilizados com pastagens.

Produtividade por área

Figura 2

A rentabilidade do capital investido é, em geral, baixa, se comparada com outras alternativas econômicas. A tabela abaixo mostra que, incluindo o fator terra, apenas no estrato de mais de 1.000 litros diários a rentabilidade beira os 6% mínimos, aceitos como padrão de comparação.

Rentabilidade da atividade

Figura 3


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Paulo R. L. Portilho
PAULO R. L. PORTILHO

SANTA BÁRBARA D'OESTE - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 05/06/2006

O desenvolvimento do setor produtivo de leite no Brasil é inegável. A evolução de índices de produtividade, seja por unidade produtora, por animal ou de qualquer outro ponto de vista é inegável e de larga escala.



No entanto há de se sublinhar que esta evolução é feita com base na coragem de poucos e no esforço - raramente compensado - de muitos. Poucos que seguem investindo com rentabilidade marginalmente baixa e riscos assustadoramente altos, e muitos que seguem tentando sobreviver em atividade sub-econômica (esta é a melhor definição que eu achei para quem segue produzindo 50 l/dia sem ser politicamente incorreto) ainda que mal sobrevivam nela.



O ano de 2005 foi um dos melhores anos do leite na última década. Ainda assim o levantamento apresentado demonstra que raramente se obteve retorno decente sobre o capital. O que teria ocorrido se este levantamento fosse feito em 2001, 2002 ou 2003?



Sigo crendo, com uma certa dose de fé sem messias, que produzir leite no Brasil é uma atividade de heróis. Sigo, no entanto, certo que este tipo de atitude não pode ser mantida em um negócio de alguns bilhões de dólares por ano. Há de se desenvolver um equilíbrio entre lucratividade e risco em todos os elos da cadeia produtiva do leite.



Fica a esperança que um setor mais consolidado, ainda que seja visto apenas pelos meus filhos, traga este equilíbrio. E já que o levantamento foi feito em Minas Gerais, "equilibrium quae sera tamen"!
Qual a sua dúvida hoje?