Desvalorização do dólar freia expansão dos laticínios
Notícia de Neila Baldi da Gazeta Mercantil informou que os altos investimentos dos laticínios em 2005 - da ordem de R$ 350 milhões - caíram pela metade neste ano, seguindo o ritmo das exportações, que também tiveram suas projeções reduzidas em 50%, devido ao câmbio.
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As fábricas das principais bacias leiteiras do País - Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná - aumentaram em 30% a capacidade instalada nas plantas de leite em pó e 80% para o leite condensado, visando o mercado externo, cujas projeções eram de receita cambial de US$ 300 milhões para 2006.
Nos últimos cinco anos, a taxa de crescimento médio anual das exportações de lácteos era de 24%. Mas para 2006, a previsão é de, no máximo, 15%, por isso, o setor espera apenas US$ 150 milhões em vendas externas e amarga prejuízos e capacidade ociosa.
No Paraná, a valorização do câmbio acabou com as exportações de laticínios, apesar do investimento de R$ 22 milhões no aumento das produção de duas cooperativas, informou Norberto Staviski, da Gazeta Mercantil.
A situação ficou tão crítica que a Frimesa, que entre 2004 e 2005 exportou 600 toneladas por mês de um tipo específico de queijo à Coréia, deu "graças a Deus" quando cumpriu o último contrato, pois estava registrando prejuízo de 20%.
"Ao abortar o projeto, reduzimos nossa captação de 800 mil litros diários para 600 mil litros por dia, demitimos 60 empregados e tivemos uma queda no faturamento de R$ 35 milhões em 2006", informou o diretor-executivo da Frimesa, Elias Zydek.
A Confepar, que também ampliou sua unidade para exportar lácteos, investindo R$ 18 milhões em estrutura de secagem de leite, encerrou os embarques em novembro de 2005. Neste ano pretendia fazer crescer o volume para 30% da produção. Mas o dólar baixo refletiu em efeito contrário: produção 30% menor que em 2005.
Dos valores aplicados no ano passado, a maior parte veio da Itambé: R$ 270 milhões em duas fábricas, em Uberlândia (MG) e Goiânia (GO), para leite em pó e condensado, sendo 20% do volume destinado às exportações.
Segundo o vice-presidente da Itambé, Jacques Gontijo Álvares, com o câmbio atual, o leite brasileiro custa US$ 0,24 o litro, enquanto o argentino sai por US$ 0,18. "Nossa matéria-prima ficou cara", reconheceu.
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SANTO ANASTÁCIO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 27/10/2006
Os países decentes se preocupam defendendo os seus produtores rurais a qualquer custo com políticas de subsídios, que é muito mais barato para o país do que os presídios aqui no Brasil. Os nossos governantes preferem construir presídios para colocá-los lá dentro, em vez de proteger os mesmos no campo com dignidade.
Quem sabe um dia o Governo comece a perceber que a "galinha dos ovos de ouro" de um país sério é o produtor, que produz alimento que é a base de tudo.
Estou com vergonha de ser brasileiro, mas com esperança de um dia essa situação se reverter, pois só com um campo forte o país anda com suas próprias pernas. Alimentação é tudo, não adianta os políticos fazerem campanhas em cima do produtor e depois afundar o país em miséria.

SANT'ANA DO LIVRAMENTO - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 23/10/2006
No mercado os preços não caem, e quando caem, é porque já foi reduzido há tempos para nós. Quando os preços no mercado melhoram, há esperança de que para nós também aumente. E, se isso ocorre, já se passaram dois ou três meses do aumento no mercado.
O dólar alto impede as exportações, é verdade. Também é verdade que o valor atual do dólar é manipulado, não é o valor real. Mas, e o nosso mercado interno? Não tem capacidade de absorver toda a produção? Onde está o "marketing" para o leite? Onde está a política de preços? Onde está a política para o setor primário? Onde está o "Ministro da Agricultura"?
Por que importam leite e derivados se aqui temos em abundância? Não precisamos do leite externo. Continuamos a ser o "país do futuro", mas, sem governo e governantes, sem ministérios e ministros, sem políticos (ou seja, homens públicos).
Como brasileiro, escutando a fala destes políticos que detém os altos cargos da nação, chego a pensar que a matéria prima da nação - nós enquanto povo- é que somos o problema, e não eles que nos governam.

CAJOBI - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 28/09/2006
Cada vez que colocamos que o nosso problema é o dólar, nós estamos educando as pessoas a reclamar da moeda estrangeira. Nós sabemos muito bem que o problema não é o dólar, e sim a política. Daqui a pouco o governo desvaloriza o real e tudo aumenta de preço, e nós ficamos falsamente contentes, porque foi desvalorizado o real.
Acredito que o dólar tem que ficar estável e temos que exigir políticas, as mesmas que eles fazem em outros países. Por favor, me diga se estou errado.

ENÉAS MARQUES - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 26/09/2006
Enquanto eles, produtores subsidiados, afirmam que cada país tem que defender seus interesses (concordo plenamente). Só que é triste termos um povo trabalhador e competitivo nesta atividade, que vem fazendo a lição de casa, e infelizmente o nosso governo não faz a sua parte.
Afinal de contas, será que temos governo? Ou está preocupado em fazer politicagem em cima do trabalho e da falência do setor de agropecuário, fazendo demagogia que com uma salário mínimo nunca se comeu tão bem? Esquece ele de dizer que é às custas do sacrifício da descapitalização e falência do produtor rural.

CAJOBI - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 26/09/2006
Temos que nos acostumar com o dólar estável, porque variações na moeda estrangeira perturba todo o ambiente produtivo. Temos que exigir preços de insumos mais baixos. Se começar a ocorrer variações no dólar novamente, pode ter certeza que os preços irão mudar e não teremos como nos programar.
As empresas que investem num momento de dólar estável têm a oportunidade de se programar melhor para o futuro. É impossível fazer negócios em um país com dólar oscilando tanto.
Precisamos parar de colocar a culpa nos fatores externos. O problema está aqui dentro, e temos que encarar isso, ou iremos torcer para acontecer catástrofes nos países desenvolvidos para nossos preços ficarem mais competitivos.