O Banco Central (BC) conseguiu, ao menos momentaneamente, interromper a escalada do dólar. Depois de subir mais de 12% entre segunda e quarta-feira e de bater em R$ 2,53 ontem de manhã, a moeda americana caiu 3,15%, para R$ 2,305. Segundo analistas, a mudança de direção deveu-se à pesada atuação do Banco Central (BC) no mercado de câmbio.
Além de anunciar um programa de venda de swap cambial que pode chegar a US$ 50 bilhões, a autoridade monetária promoveu três leilões de dólar à vista. O total negociado nessas operações beirou US$ 1 bilhão, nas contas de profissionais do mercado. Um deles explicou que a decisão do BC de lançar o programa de swap "evitou uma corrida contra o real", que já começava a acontecer.
Swap cambial é um tipo de contrato no qual uma das partes é remunerada pela variação do dólar e a outra parte, pela variação da taxa de juros, no mesmo intervalo de tempo. Por exemplo: um banco adquire hoje o direito de receber, em 31 de dezembro, R$ 2 milhões corrigidos pela variação do dólar nesse intervalo. Se o dólar valorizar 10%, a instituição recebe R$ 2,2 milhões do Banco Central. Em contrapartida, o BC é remunerado pela variação da taxa de juros de mercado (CDI) no período. Se a variação foi de 5%, o BC receberia R$ 2,1 milhões. O resultado líquido dessa operação é de R$ 100 mil favoráveis à instituição financeira.
A intenção de quem compra o contrato do BC é se proteger contra uma eventual alta do dólar. Quando o real se valorizava quase ininterruptamente, o BC promovia um leilão contrário, batizado de swap reverso.
Os especialistas evitam arriscar uma tendência para o dólar nas próximas semanas. O economista-chefe da Gradual Corretora, Pedro Paulo Silveira, explica que dois fatores continuam pressionando a moeda americana para cima. O primeiro deles é o passivo externo do setor privado brasileiro, estimado por ele em US$ 150 bilhões. "O Estado brasileiro está muito bem no que se refere ao dólar, pois o governo é credor na moeda", comentou. "Mas o setor privado é devedor." O outro está relacionado à saída de estrangeiros do Brasil, como mostraram ontem dados do BC. Do início de outubro até ontem, o saldo de investimento externo na bolsa brasileira estava negativo em US$ 4,398 bilhões.
A matéria é de Leandro Modé, publicada no jornal O Estado de SP, adaptada e resumida pela Equipe MilkPoint.
Depois de subir 12% em 3 dias, dólar recua
O Banco Central (BC) conseguiu, ao menos momentaneamente, interromper a escalada do dólar. Depois de subir mais de 12% entre segunda e quarta-feira e de bater em R$ 2,53 ontem de manhã, a moeda americana caiu 3,15%, para R$ 2,305. Segundo analistas, a mudança de direção deveu-se à pesada atuação do Banco Central (BC) no mercado de câmbio.
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