Hoje (18/11), foi realizado o segundo encontro do Dairy Vision 2021. Esta manhã de palestras foi dividida em dois blocos: um sobre inovações e outro sobre novos negócios. Com o oferecimento da Chr. Hansen, o segundo painel sobre inovações foi a primeira temática abordada no dia.
O evento tem a presença de quase 400 pessoas (sendo 57% do público indústria de laticínios e 21% empresas de insumos) de 12 países, ocorrendo online nas manhãs dos dias 17, 18, 23 e 24 de novembro.
O Dairy Vision 2021 é uma iniciativa do MilkPoint, com o patrocínio da Arla Foods Ingredients, Chr. Hansen, Engineering, Tetra Pak, Hexis Científica, Rousselot Peptan, Cap-Lab, Doremus e Separatori, apoiadores e palestrantes.
Iniciando a manhã de palestras, Carolina Sevciuc, Digital Transformation & Innovation & Sustainability na Nestlé, trouxe o case da transformação digital e da inovação aberta na Nestlé Brasil.
“Nós entendemos que nosso trabalho aqui dentro da Nestlé Brasil é diário, porque nós precisamos cada vez mais conseguir estarmos atentos a nos conectarmos verdadeiramente com o consumidor brasileiro,” disse Carolina.
De acordo com Sevciuc, a exigência por qualidade, saúde e bem-estar é crescente entre os consumidores. “Isso exige cada vez mais produtividade com sustentabilidade. Tecnologia e inovação de portfólio de produto são cada vez mais essenciais.”
Em relação à inovação aberta, Carolina destacou a importância das parcerias de aprendizados e crescimento mútuos com as startups, por exemplo, ressaltando que é uma construção. “Você entende qual é o problema e qual é a oportunidade dentro da jornada de impactar positivamente o consumidor, mas você não faz um briefing para a startup; você constrói junto a solução.” Segundo ela, a Nestlé já realizou mais de 30 parcerias com startups.
Como um dos impactos da inovação aberta, Carolina citou o envolvimento dos colaboradores, que podem submeter seus projetos de inovação. “Com isso, nós vamos fomentando esse intraempreendedorismo tão importante para fazermos com que a espiral positiva da inovação seja um tsunami dentro da empresa.”
Ainda com um olhar atento aos comportamentos de consumo, Sebastiano Porretta, Pesquisador da Estação Experimental da Indústria de Conservas de Alimentos, SSICA, em Parma, na Itália, abordou a mudança de paradigmas no desenvolvimento de novos produtos com base no consumidor.
Porreta frisou que “nenhuma estratégia de mercado faria sentindo se não considerarmos a mudança dramática que o setor alimentício passou, em um mundo de novos hábitos alimentares. Por exemplo, basta olhar as palavras-chave do mercado alimentício atual: ‘saudável’ e ‘funcional’ são as palavras mais usadas.”
“Além disso, a mudança do mercado está relacionada ao fato que as pessoas comem em todos os lugares. Isso implica que elas vão atrás de um alto nível de serviço, embalagem, talheres e estabilidade.” Dessa maneira, Sebastiano ressaltou que “nós precisamos de um toque de criatividade.”
Para Porreta, é necessária uma mudança de paradigmas — que ainda está progredindo — no desenvolvimento de novos produtos. “Pesquisas de mercado investigam as atividades e comportamentos das compras feitas pelos consumidores. Elas podem incluir uma variedade de metodologias tradicionais.”
Como exemplo de tais métodos, Porretta citou o grupo focal. “O grupo focal é uma boa ferramenta para uma investigação preliminar, que, deve ser, necessariamente, seguida por uma robusta técnica quantitativa.”
Neste sentido, o palestrante destacou a Mind Genomics. “Em um nível simples, é o estudo de misturas, dos estímulos do dia a dia, para entender o que determina a escolha, o que é importante para uma pessoa e o que não é,” explicou.
Além das preferências de consumo, é fundamental que as empresas tenham um olhar atento para a sustentabilidade. Em sua apalestra, Rune Joergensen, Gerente do Programa de Sustentabilidade da Chr. Hansen, trouxe justamente essa temática, abordando como viabilizar um sistema alimentar sustentável.
De acordo com Rune, a Chr. Hansen escolheu “focar em três das metas do desenvolvimento sustentável. Fome zero, boa saúde e bem-estar; consumo; e produção responsável.” Em sua apresentação, o palestrante mostrou que ações sustentáveis podem ser aplicadas ao longo de toda a cadeia do leite, desde os estábulos até a redução dos desperdícios de lácteos nos laticínios e pelo consumidor final.
“Se olharmos para as estatísticas, observamos que 17% dos produtos lácteos são desperdiçados atualmente, não são consumidos, são desperdiçados em algum momento. 81% desse desperdício deve-se à validade do produto, tanto ainda nos laticínios ou na geladeira do consumidor,” disse Rune.
Encerrando o painel sobre inovações, Marcelo Pereira de Carvalho, CEO do MilkPoint e Co-Fundador do AgTech Garage (BR), trouxe a seguinte pauta: como ter sucesso em uma estratégia de inovação aberta.
Carvalho explicou que a inovação aberta é aquela que acontece fora da empresa. Muitas dessas inovações são feitas por startups, pelas quais têm havido um aumento nas buscas. De acordo com Marcelo, um dos motivos que explicam esse cenário é a velocidade.
“O primeiro aspecto é a questão da velocidade. É a rapidez com que as inovações estão sendo colocadas no mercado, é cada vez maior. As empresas perceberam que, se elas foram atrás do que já existe, ou de pessoas e empresas que já fazem alguma coisa relevante, elas vão conseguir fazer com uma velocidade maior e muitas vezes com um custo menor. Muitas vezes isso pode se tornar um serviço novo que a empresa vai colocar no mercado,” destacou.
Neste contexto, Carvalho ressaltou a importância do mundo 4.0, explicando que ele é a junção da conectividade com a digitalização, tecnologias de propósito geral, mobilidade e a capacidade processamento e armazenamento em nuvem. “Tudo isso junto gera novas soluções para resolver dores antigas.”
Além disso, Marcelo disse que esses cinco pilares do mundo 4.0 citados anteriormente, também mudam as fontes de vantagens competitivas. Com isso, de acordo com ele, surgem novos competidores. “Mudam também os próprios modelos de negócio. Muitas empresas que têm um histórico de vender um produto, já há algum tempo elas estão vendendo um serviço – mas muitas vezes o produto é o que realmente dá dinheiro — e, no futuro, essas empresas vão vender resultado.”
Neste cenário de mudanças, Carvalho também levantou o seguinte questionamento: como as corporações tradicionais podem ter sucesso nesse novo mundo? “O primeiro ponto é a chamada conexão com o ecossistema, com universidades, startups, hubs, investidores. A inovação ela não é mais restrita ao P&D interno das empresas,” explicou.
Ao final das apresentações, o próprio Marcelo Carvalho conduziu um bate-papo ao vivo com a presença de todos os palestrantes. O segundo painel do Dairy Vision 2021 trouxe pontos e levantou questões relevantes para o leite seguir inovando em um mundo de grandes transformações e mudanças.
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