Crise: produtores mineiros aguardam Prop-Leite

Essa história de preço de leite ainda vai longe. Afinal, entram e saem governos e a situação permanece inalterada. Novas tecnologias são aplicadas. Grandes produtores liqüidando rebanhos. Tudo permanece a mesma coisa. E o que mais interfere no preço do leite, ao meu ver, é a auto-suficiência do produtor.

Recentemente uma grande emissora de TV perguntou a um produtor que tipo de apoio o setor agropecuário do país precisava do governo e ele respondeu: "nada, só que nos deixem trabalhar".

Enquanto esta pseudo auto-suficiência e a inércia das entidades representativas imperarem, continuaremos assistindo ao triste espetáculo da permanência do setor à mercê de pequena parcela de inescrupulosos que seguirão explorando os bobos que trabalham em detrimento do desenvolvimento do nosso país.

Que todos tenham em mente que a união é o único caminho para se alcançar o respeito e acabar de vez com a oscilação artificial de preços que tanto atraso e prejuízos tem causado no campo.

Além do Prop do leite, o produtor mineiro espera também que Papai Noel desça em sua chaminé, mesmo que, em país tropical, esta não exista.

Enquanto estas lendas não vêm, amargamos o jiló cotidiano da baixa dos preços, da conta da ração que nunca alivia em relação ao preço do produto - mesmo com o substancial aumento da produção -, dos medicamentos cada vez mais caros e proibitivos - o que compromete a sanidade do rebanho -, da impaciência com o descaso do governo com o agronegócio em geral, com a carestia que assola às sementes de milho, sorgo e capim, essenciais para a alimentação dos animais lactantes.

Estamos cansados de esperar. "Devagar é que não se vai longe", já disse um poeta. E, nós, nem devagar estamos indo, estagnados em nossas próprias impossibilidades.