Crise enxuga crédito para exportação do agronegócio

A instabilidade registrada no mercado financeiro nas últimas semanas e reforçada ontem nas bolsas de todo o mundo está enxugando o crédito aos exportadores de commodities agrícolas do Brasil. Além da disponibilidade de recursos ter recuado para níveis muito baixos, os poucos recursos que sobraram estão disponíveis a taxas muito elevadas e com prazos muito reduzidos em comparação ao período anterior ao início da crise financeira.

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A instabilidade registrada no mercado financeiro nas últimas semanas e reforçada ontem nas bolsas de todo o mundo está enxugando o crédito aos exportadores de commodities agrícolas do Brasil. Além da disponibilidade de recursos ter recuado para níveis muito baixos, os poucos recursos que sobraram estão disponíveis a taxas muito elevadas e com prazos muito reduzidos em comparação ao período anterior ao início da crise financeira.

De acordo com o executivo de uma das principais empresas exportadoras de soja do Brasil, que preferiu não ser identificado, os bancos não oferecem mais crédito com tanta facilidade e têm cobrado taxas muito acima das habitualmente negociadas pelo setor. Segundo ele, o preço do dinheiro para financiar a exportação pode chegar a 15% ao ano. "Quem falar que tem acesso a crédito não está falando a verdade", resume.

Além do juro mais elevado, o prazo de pagamento sofre um corte ao redor de 75%. Enquanto os prazos tinham em média 360 dias para pagamento, podendo superar esse período em alguns casos, com o agravamento da crise financeira o pagamento dos empréstimos não ultrapassa os 90 dias. "Nós só financiamos o produtor porque somos financiados na outra ponta. Se não temos acesso a crédito temos que represar todo o processo", afirma o executivo.

Para o representante da indústria, o produtor terá que pagar mais para plantar a safra desse ano e provavelmente usará menos tecnologia. "Onde o agricultor usava 10, vai usar 5. Os juros estão mais altos e a tecnologia será menor", afirma. Diante desse cenário, os preços da soja em Chicago fecharam hoje no limite de baixa. Os contratos para novembro encerraram o dia a US$ 10,94 por bushel, queda de 6% em comparação ao fechamento da última sexta-feira. Com o resultado de hoje, o preço do contrato para novembro atingiu o nível mais baixo desde março deste ano.

A matéria é de Alexandre Inacio e Tomas Okuda, publicadas no jornal Estado Online, adaptadas e resumidas pela Equipe AgriPoint.
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