Crise dos alimentos: pior momento "já passou", diz ONU
O pior da crise dos alimentos já passou e a América Latina "está se consolidando como a grande produtora de alimentos do planeta", na opinião de José Graziano da Silva, diretor regional para a América Latina e o Caribe da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação).
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"Neste momento, acreditamos que as perspectivas (sobre uma solução para a crise) são muito boas. Nos dá a impressão de que o pior já passou", disse Graziano em entrevista à BBC Brasil. Segundo ele, os preços dos principais produtos, como o trigo e o arroz, estão se estabilizando e que "a produção de quase todos os cereais tem registrado um crescimento muito significativo e espera-se alcançar um recorde mundial em 2008".
Depois de meses de manchetes alarmantes sobre o aumento contínuo dos preços dos alimentos, a FAO acredita que a situação mundial de oferta e demanda melhorará graças a um aumento da produção mundial de cereais de 2,8%. Segundo Graziano, esse aumento na produção será especialmente marcante na América Latina, onde ficará em torno de 5,7%. "Os países do Mercosul, incluindo o Brasil, têm aumentando sua produção, o que tem contribuído para frear a escalada dos preços", afirmou.
No entanto, a América Latina vive um paradoxo, já que produz mais do que consome e "os mais pobres são os pobres do campo, que são os que produzem os alimentos". Para ele, a solução está em políticas de proteção aos setores mais vulneráveis e no estímulo à agricultura familiar.
"A alta nos preços dos alimentos pode representar uma oportunidade de melhora das receitas. Isso se os países têm políticas de apoio à agricultura familiar, às infra-estruturas nas zonas rurais", afirmou.
Sobre a inflação, o diretor da FAO disse que o grande problema na América Latina é que ela afeta os pobres em dobro. "A inflação média na região está em cerca de 6%, mas o impacto sobre os mais pobres chega a 12% e isso acontece porque a maior parte de sua renda vai para o consumo de alimentos", afirmou.
Mesmo assim, Graziano afirma que o impacto que as medidas antiinflacionárias terão sobre o crescimento é ainda mais preocupante. "A maior parte dos bancos centrais, por recomendação das instituições financeiras internacionais, começaram a aumentar as taxas de juros. Isso vai afetar o crescimento, e o crescimento para a América Latina é vital", afirmou.
Segundo Graziano, a FAO reconhece que os combustíveis têm tido um impacto importante no aumento dos preços dos alimentos, mas afirma que é preciso esclarecer a que tipo de biocombustível a organização se refere. "A FAO reconhece dois tipos de impacto: o primeiro seria o aumento do consumo do milho nos Estados Unidos para a produção do álcool e o segundo é o aumento do consumo da colza, que se utiliza na Europa para a produção de biocombustíveis", afirmou. "Por outro lado, nós não temos verificado um impacto significativo do uso da cana-de-açúcar', completou.
Apesar das boas expectativas para a solução da crise, Graziano afirma que nos países que têm baixas receitas, como os africanos, "não houve um aumento tão significativo da produção, e continuará existindo uma pressão dos preços no número de pessoas famintas".
A longo prazo, o diretor da FAO acredita que o mundo terá condições de produzir o suficiente para alimentar mais pessoas. "A FAO estima que para o ano de 2050 vamos ter de duplicar a produção alimentar para atender a uma população de 9 bilhões de pessoas, mas acreditamos que isso será possível", afirmou.
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BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 02/08/2008
NOVA ODESSA - SÃO PAULO
EM 30/07/2008
Acontece que a política que envolve a agricultura familiar está desassistida pelos orgãos públicos, falta o assistencialismo tão prometido pelo governo e que muitos não conseguem o financiamento de sua safra frente as instituições financeiras justamente pela falta desta assitêcia técnica precária.
Como disse o colega Antônio Pereira Lima, de Mato Grosso do Sul, "Quando termina a crise dos alimentos, começa a crise dos produtores de alimento, a produção é aplaudida o produtor ignorado".
Falta política pública atuante, deve-separar de fazer de conta, resultados são sempre bem vindos, "desde que a cadeia produtiva estaja com sua base forte". Senão vamos continuar com a crise do leite, da carne, do óleo, do feijão e muitas outras que espero realmente que acabe.

PONTA GROSSA - PARANÁ - FRIGORÍFICOS
EM 29/07/2008
Se pensarmos bem podemos achar outro ponto significativo, como a fabricação de alcool através do milho por parte dos americanos que tornou o alcool muito popular, concretizando uma imagem de energia renovável e menos poluente.
Os países produtores de petróleo acabaram se sentindo amaeaçados aumentando significadamente o preço do barril juntamente de uma das matérias primas do adubo, tentando assim dar um solavanco na cadeia produtiva da cana e respingando em outros setores de produção.
Devemos achar as raízes do problemas que, as vezes, estão mais fundas do que pensamos.

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 28/07/2008
Na opinião do Sr José Graziano da Silva, que aplaude a queda de preços dos produtos ignorando a alta dos insumos, dá para ter uma idéia o que representa o produtor para esta tal de FAO.
O impacto dos combustíveis, para a nossa realidade, tem sido no aumento dos custos de produção e não no aumento dos preços dos produtos, combustível para nós é óleo diesel, ainda não inventaram outra "colza", e está caríssimo.
As pessoas famintas da África, principalmente as mães, devem ter sentido um alívio ao saberem que em 2050, de acordo com a FAO, o mundo terá condições de alimentar a todos.

ARACAJU - SERGIPE - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE
EM 28/07/2008
Ora, se a produção brasileira de grãos prevista para esta safra, está com perspectiva de estabelecer novo recorde em quantidade produzida, é obvio que não existe nenhuma influência negativa desta gramínea na produção de alimentos, mais especificamente de grãos.
A segunda é o aumento que decorreu na cotação dos insumos necessários à produção, especialmente adubos, e que não demonstra nenhum sinal de arrefecimento, até por conta da quase absoluta necessidade de importação destes insumos.
Assim sendo, e percebendo a consistente desvalorização dos principais produtos, a pergunta que fica é: como se comportará a próxima safra de grãos, com o estreitamento cada vez maior das margens de comercialização. Certamente que a diminuição da safra de grãos, que certamente advirá, provocada pelo desestímulo do produtor, será creditada ao aumento da área da cana (alguém tem de ser responsabilizado pelo governo), e desta forma este continuará tendo como sempre que resolver sozinho os seus eternos problemas.

PIRITIBA - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 28/07/2008