Ao contrário do Produto Interno Bruto (PIB) do setor agrícola, que cresceu 3,6% ao ano nas duas últimas décadas, o volume de recursos liberados para o segmento caiu 49,7% entre 1986 e 2004, de R$ 81,4 bilhões para R$ 40,4 bilhões. Os dados são do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A justificativa para os números contraditórios, na opinião dos técnicos André Sant'Anna e Francisco Marcelo Ferreira, é a mudança na estrutura do crédito, que deixou de ser um subsídio usado para especular com terras e no mercado financeiro para se destinar de fato à produção agrícola.
A partir dos anos 80, com a hiperinflação, o descontrole foi total. "Era um contexto de aceleração da inflação, a assunção de créditos a taxas de juros fixas baixas representava, na prática, um forte subsídio implícito aos tomadores. Estes, na prática, podiam aplicar recursos do crédito rural diretamente no mercado financeiro a taxas muito mais elevadas, realizando substanciais ganhos financeiros", mostra o estudo.
Por isso, a demanda por empréstimos rurais não condizia com a expansão efetiva da agropecuária. Só a partir dos anos 90, quando o crédito passou a ser vinculado à produção, houve retomada do crescimento agropecuário.
Ferreira ressaltou que não apenas a estrutura de crédito mudou, mas também o próprio comportamento dos ruralistas. "Temos hoje uma nova safra de empresários agrícolas. O padrão é muito diferente. Passaram a ser realmente empresários", disse o economista em reportagem de Irany Teresa para O Estado de S.Paulo.
Crédito rural cai 49,7% segundo BNDES
Ao contrário do Produto Interno Bruto (PIB) do setor agrícola, que cresceu 3,6% ao ano nas duas últimas décadas, o volume de recursos liberados para o segmento caiu 49,7% entre 1986 e 2004, de R$ 81,4 bilhões para R$ 40,4 bilhões. Os dados são do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
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JOSE EDUARDO FERREIRA DA SILVA
BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS
EM 01/09/2006
É necessário que se leia este trabalho (está disponível no site do BNDES). Ele me parece um pouco tendencioso (nesta época de eleição) a partir do momento que exclui da análise o financiamento privado, que é crescente (tanto em termos reais quanto em relativos ao financiamento público), sobretudo o crédito de custeio.
Também coloca de maneira simplista quando cita na página 6 (no arquivo em pdf baixado no site) que a participação do crédito agrícola no BNDES caiu de 17% em 2004 para cerca de 10% em 2005, em função da queda de preços. Omite neste caso o caos macroeconômico, sobretudo em relação a juros (que afeta o financiamento privado), câmbio (medida que traria alívio em curto prazo), impostos e tudo mais que afeta o custo Brasil (corrupção, mensalão, etc). Nem falo da estagnação dos investimentos em infra-estrutura (transportes, armazenamento, etc). Qual o real impacto que cada um destes componentes tem em relação à atual crise? Perceba que o PIB do agronegócio vem caindo.
O trabalho é interessante por ser um breve resumo histórico mas, como tudo neste governo, parece bastante maquiado para tirar a incompetência deles da reta.
Também coloca de maneira simplista quando cita na página 6 (no arquivo em pdf baixado no site) que a participação do crédito agrícola no BNDES caiu de 17% em 2004 para cerca de 10% em 2005, em função da queda de preços. Omite neste caso o caos macroeconômico, sobretudo em relação a juros (que afeta o financiamento privado), câmbio (medida que traria alívio em curto prazo), impostos e tudo mais que afeta o custo Brasil (corrupção, mensalão, etc). Nem falo da estagnação dos investimentos em infra-estrutura (transportes, armazenamento, etc). Qual o real impacto que cada um destes componentes tem em relação à atual crise? Perceba que o PIB do agronegócio vem caindo.
O trabalho é interessante por ser um breve resumo histórico mas, como tudo neste governo, parece bastante maquiado para tirar a incompetência deles da reta.