Às vésperas de completar 90 anos, o produtor rural aposentado Leonello José Baldasso volta ao prédio onde a históriado pai se mistura à da Coperativa Santa Clara, que nesta semana completou cem anos. O pai de Baldasso, o italiano Pietro Vittorio que no Brasil se tornou Pedro, foi um dos fundadores e o primeiro presidente da cooperativa que hoje conta com 4.447 associados. É a mais antiga cooperativa de laticínios do país ainda em operação e processa 242 milhões de litros de leite por ano.

Vittorio integrava o grupo de 31 pequenos agricultores que no dia 10 de abril de 1912 formou a Cooperativa de Laticínios União Colonial. O objetivo era baratear custos de agricultores vizinhos e facilitar o escoamento da produção, puxado por mulas ou carroças. Hoje, a Santa Clara oferece mais de 200 produtos do setor de laticínios, frigorífico e doces de frutas. Além das fábricas, tem nove supermercados, oito mercados agropecuários, indústria de rações e cozinha industrial (que atende a Santa Clara e fornece refeições a outras empresas). Por dia, 600 mil litros de leite chegam à unidade de Carlos Barbosa, vindos de mais de 3 mil produtores de 95 cidades do Estado. Em 2011, o faturamento foi de R$ 618 milhões. Para se ter uma ideia da escalada do valor, em 2002 a cooperativa havia faturado R$ 113 milhões.

- A cooperativa cresceu como a natureza, devagar. E tudo o que cresce devagar tem uma base melhor, mais sólida - reflete o presidente do conselho de administração, Rogerio Bruno Sauthier, 76 anos, produtor de leite e há 18 anos à frente da Santa Clara.

Um marco desse crescimento foi a fusão da Cooperativa de Laticínios União Colonial com a Cooperativa Agrícola de Carlos Barbosa, em 15 de março de 1975. Surgiu, então, a Cooperativa Agropecuária Carlos Barbosa Santa Clara Ltda.

A matéria é de Kelly Isis Pelisser do Zero Hora, adaptada pela EquipeMilkPoint.