Consultoria espera superávit no setor de lácteos

A Lafis Consultoria estima que o setor de lácteos deve fechar o ano com superávit. Até julho, as exportações de lácteos somaram US$ 85,913 milhões, 40% de alta em relação aos US$ 61,366 milhões de igual período de 2005. No mesmo período, as importações totalizaram US$ 80,377 milhões; um ano antes, ficaram em US$ 78,139 milhões.

Com o atual desempenho das vendas externas, o saldo comercial é de US$ 5,5 milhões. Em igual período de 2005, a balança era desfavorável ao Brasil, com um déficit de US$ 16,7 milhões.

A expectativa de Tiago Franceschini, da Lafis, é que o saldo no fechamento do ano atinja US$ 21,95 milhões, superando o recorde de 2004, quando houve um superávit de US$ 11,46 milhões. "As exportações devem continuar num patamar elevado ainda que o ritmo de crescimento esteja arrefecendo", afirmou.

Sua previsão é que o setor feche 2006 com vendas externas de US$ 168,2 milhões, alta de 29,3% na comparação com 2005. Já as importações devem crescer 20,7%, para US$ 146,25 milhões.

Segundo o presidente da Comissão Nacional da Pecuária de Leite da CNA, Rodrigo Alvim, a estimativa inicial era exportar US$ 200 milhões em lácteos este ano, mas o comportamento do dólar derrubou o ritmo. Com isso, os embarques devem somar US$ 165 milhões a US$ 175 milhões, num cenário otimista. Num quadro mais realista, US$ 150 milhões.

Para o dirigente, não fosse a política cambial, as vendas externas seriam superiores. "Em 2004, quando o dólar estava em R$ 3,20, as exportações cresceram estimulando um aumento de 12% na produção de leite no ano passado", lembrou em reportagem de Alda do Amaral Rocha para o jornal Valor Econômico.

Na análise de Franceschini, com o aumento da oferta e das importações, o preço médio do leite ao produtor nacional deve ficar em R$ 0,49, 5,8% abaixo dos R$ 0,52 registrado em 2005.