Na avaliação da consultoria ARC Mercosul, a alta nos preços do cereal acompanhou a cobertura de posições vendidas dos fundos especulativos, diante a expectativa para o relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), que será divulgado na quinta-feira.
Apesar da valorização do cereal, a consultoria disse que a tendência segue baixista no médio prazo.
"O milho é a commodity agrícola mais afetada neste momento pela guerra nos preços do petróleo e das paralisações em função da covid-19", apontou a consultoria.
Na contramão do que ocorreu com os contratos futuros de milho, os preços do trigo recuaram nesta terça-feira. A commodity devolveu parte dos ganhos dos dois pregões anteriores, quando subiu em meio à demanda aquecida por produtos derivados de trigo. A falta de chuvas no Mar Negro, importante região produtora do cereal, também contribuiu com a alta recente.
Nesta terça-feira, os contratos futuros do cereal com vencimento em julho caíram 0,64% (3,5 centavos de dólar), cotados a US$ 5,475 o bushel. Para a consultoria AgResource, outra pressão para as cotações é a mudança de posições os fundos especulativos, que estão reduzindo as posições compradas do trigo antes da divulgação do relatório mensal de oferta e demanda do USDA.
Ainda na bolsa de Chicago, os preços da soja pareceram ignorar o clima de recuperação nos mercados internacionais e caíram. Os futuros para julho fecharam a US$ 8,61 o bushel, queda de 0,03% (0,25 centavo de dólar).
As perspectivas para o relatório de oferta e demanda do USDA exercem alguma pressão sobre as cotações. Para o Brasil, é esperada manutenção da estimativa de produção recorde, de 129 milhões de toneladas. Para os EUA espera-se que os estoques finais cheguem a 12,8 milhões de toneladas, acima dos 11,57 milhões de toneladas previstos em março, frisou o analista Evandro Oliveira, da consultoria Safras & Mercado.
O relatório do USDA, explica Oliveira, poderá trazer uma pressão baixista aos preços da oleaginosa. "Se os estoques finais vierem acima do que o mercado espera, o viés é baixista. Se vierem dentro do que o mercado espera, então é neutro", avalia o analista.
As informações são do Valor Econômico.