Com safra 30% menor, preços devem subir no RS

Com a quebra de até 30% na produção leiteira gaúcha devido à estiagem, que fez despencar o volume produzido no estado de 8 milhões de litros de leite por dia, para cerca de 6 milhões de litros/dia, a tendência é que o preço no varejo suba. A previsão do Sindicato das Indústrias Produtoras de Leite do Estado (Sindilat) é que o valor do longa vida oscile entre R$ 1,80 e R$ 1,90.

"Estamos saindo do período de entressafra, por isso essa diminuição de produção é normal", minimizou o diretor-executivo do sindicato, Darlan Palharini.

O tesoureiro da Fetag, Amauri Miotto, concorda com a tendência de aumento, que deve também ser repassado aos produtores. "O valor deve saltar de uma média de R$ 0,66, pagos hoje para até R$ 0,70, podendo respingar nos consumidores", acredita.

Segundo reportagem de Ana Esteves, do Jornal do Comércio/RS, além da falta de alimento, os produtores têm enfrentado a alta dos custos de produção. Com as perdas em qualidade e quantidade das pastagens houve a necessidade de compensar a nutrição dos animais. Assim, foi preciso aumentar em 10% o fornecimento de concentrado de milho e soja.

Mas mesmo com a quebra, a comparação em relação ao mesmo período de 2007 mostra incremento de produção de até 20%. Conforme dados do Sindilat, em fevereiro deste ano foram produzidos 204 milhões de litros de leite, 30 milhões a menos do que em janeiro, quando foi de 234 milhões. No entanto, em 2007, o volume em fevereiro foi de 189 milhões de litros e de janeiro chegou a 224 milhões de litros. "Para se ter uma noção do quanto o Estado cresceu em produção, em fevereiro de 2006 a produção foi de 169 milhões e em janeiro de 185 milhões de litros", comparou Palharini.