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"Com as sobras, engordo terneiros machos, dando um ganho substancial à renda"

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 01/12/2015

4 MIN DE LEITURA

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No mês de outubro, o portal MilkPoint lançou uma enquete questionando os leitores sobre quais estratégias vêm sendo utilizadas para manter a rentabilidade de forma criativa e estratégica visto que os preços do leite estão mais baixos e os custos mais elevados. A enquete recebeu mais de 50 comentários e vários produtores compartilharam suas experiências.

A Equipe MilkPoint entrou em contato com alguns produtores participantes da enquete para buscar informações mais detalhadas e publicar uma série de relatos sobre o que vem sendo feito nas propriedades. Confira a primeira série abaixo:

De acordo com Roney José da Veiga, produtor de leite de Honório Serpa/PR, a cadeia do leite vem em descompasso entre os elos já há algum tempo. “Vemos distorções gritantes entre o preço pago ao produtor e preço do produto industrializado nas gôndolas dos supermercados”.

Propriedade leiteira. Fonte: Roney José da Veiga. 

Da porteira para dentro, ele vem rentabilizando o seu negócio por meio de algumas ações, como por exemplo, a produção da sua própria ração. “Com as sobras, engordo terneiros machos, dando um ganho substancial a renda. Além disso, otimizo a utilização de todos os recursos e meios de produção dos quais disponho”. Ele conta que produz milho, colhe e entrega a um armazém, de onde vai demandando conforme a necessidade. O farelo de soja e o núcleo mineral são comprados à parte e, no fim das contas, ele produz uma dieta com 21% de proteína bruta com economia de 20% nos custos. Veiga ainda relata que a economia poderia ser ainda maior (40%) se usasse ureia ou outros substitutos para a soja.

Produção da própria ração. Fonte: Roney José da Veiga. 

Funcionários
– Roney ressalta que cobra eficiência na utilização dos recursos, pois segundo ele “patrão quebrado é igual a funcionário desempregado”. “Tenho um sistema de pagamento de funcionários onde eles recebem parte do ordenado por comissão. Isso faz com que eles se envolvam mais no processo produtivo e queiram também produzir mais”. Para finalizar, ele lembrou que existem muitas variáveis a se considerar antes de implantar algo semelhante ao que ele faz em outras propriedades. “Não existe receita de bolo. O que pode dar certo aqui, pode não dar certo em outro lugar, e vice versa”.

O produtor de leite Antônio de Castro Junior, de Joanópolis/SP, comentou que optou por um sistema de produção simples, economicamente enxuto e sem captação de recursos bancários, ou mão de obra integral, mantendo bons índices de produção, mas contando com animais mestiços, resistentes e adaptados ao relevo. “Nosso rebanho produtivo, hoje, é pequeno e jovem, e as vacas em lactação são filhas de touros girolandos e holandeses em variados graus de sangue. Apesar da pouca especialização genética, nesta primeira semana de novembro elas produziram cerca de duzentos e vinte litros por dia, o que dá uma média por animal de aproximadamente quinze/dezesseis litros”.

Animais no pasto. Fonte: Antônio de Castro Junior. 

Ele relata que os animais se alimentam de silagem de milho, silagem de resíduos úmidos de cervejaria e polpa cítrica. “No mês de outubro adquirimos o resíduo úmido de cervejaria pelo valor de R$180,00 a tonelada, o que é muito atraente, pois o produto é de boa qualidade e muito bem tolerado. A silagem de milho, calculada com valores antigos de combustível e mão de obra temporária, nos custa algo em torno de R$ 0,18 o quilo, enquanto a ração feita a partir de farelo de trigo, algodão e milho, custou R$ 0,84 o quilo. Gastamos, apenas com alimentação, cerca de R$ 6,75 para manter uma vaca diariamente. Estes valores são médios, mas baseados na nossa produção de dezesseis litros por dia”.

Ainda de acordo com Junior, em outubro, ele recebeu R$ 0,92 por litro de leite. “Cada animal nos rendeu R$ 14,70 de lucro bruto apenas com o leite, o que para nosso modelo, dimensão, e época do ano, parece adequado”.

Manejo - “Nossa ordenha é mecânica, mas do tipo “balde ao pé”, de baixo custo de limpeza e manutenção, totalizando duas operacionais e duas reservas. No curral, antiquado, porém bem estruturado, as vacas são higienizadas antes da ordenha com água e panos embebidos em solução pré-dipping. Após a ordenha, apenas as que não possuem bezerros ao pé recebem pós-dipping, as demais amamentam seus respectivos filhotes. Entre as ordenhas, que acontecem às seis horas da manhã, e às quinze horas, o rebanho é liberado para pastar livremente. A sombra é natural, a água é ofertada em caixa abastecida por fonte, e o sal mineral servido em coxos cobertos no pasto, à vontade”, disse o produtor.

Ordenha “balde ao pé”. Fonte: Antônio de Castro Junior.

Antônio encerrou o seu depoimento expondo que seu modelo funciona sobre um esquema fisicamente limitado, antigo, mas relativamente fácil e barato de manter. “Obviamente, está em nossos planos aumentar e modernizar a produção, desde que consigamos realizar este projeto com recursos próprios, pés no chão e muito foco. Leite mais carne talvez seja a saída para o pequeno produtor, penso eu. Crescer a qualquer custo, aparelhar a qualquer custo, valendo-se de financiamentos longos e nebulosos, sem planejamento e uma direção clara, parece arriscado demais. O profissionalismo não passa, necessariamente, por esta via”.

Fonte: Antônio de Castro Junior.

Em breve, publicaremos a segunda série de depoimentos. Equipe MilkPoint

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ANTONIO DE CASTRO JUNIOR

JOANÓPOLIS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/12/2015

Salve, Evandro.

Há algum tempo, venho garimpando na internet dados sobre alimentação animal, e fiz alguns cálculos baseado no que aprendi aqui no milkpoint, e em outros sites. Como a média de leite da propriedade é de 16 litros por dia, fiz uma planilha que me ajudasse a balancear a dieta.



Utilizei dados de várias fontes, como o NRC e a Embrapa, por exemplo. Sabendo quanto uma vaca de cerca de 450kg necessita pra se manter e produzir "x" quilos de leite por dia, num determinado ambiente( no meu caso com muitos morros pra subir), ponderei o que esta mesma vaca deveria consumir por dia para alcançar uma determinada produção sem perder peso nas fases críticas.

Bom, eu disse 10kg de silagem, mas são 15kg! Me enganei na hora de responder a pergunta....he....ora, todas as vacas comem 15kg de silagem e 15 quilos de ruc( 4,5kg de MS), o que segundo minhas estimativas garantiria algo em torno de 12kg de leite no meu contexto. A partir daí, acrescento a ração conforme a embrapa orienta. 1kg para 2,5kg de leite.

Queria deixar claro que meu rebanho é de ótima qualidade, com algumas  vacas primíparas girolandas registradas, mas que nenhuma delas ultrapassa o pico de 34 litros de leite, e a média geral é de 16 litro por dia, e por isto não são exigentes.

Se quiserem, posso mostrar-lhes a planilha que uso pra calcular o custo da dieta e o balanceamento, desde que algum profissional possa analisá-la, evitando assim erros que possam prejudicar os amigos.
RONALDO PARREIRA SÁBIA

MONTE ALEGRE DE MINAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/12/2015

Bom dia Evandro.

Sua duvida está baseada em diferenças de denominação regional.

Em alguns lugares do brasil ração é sinônimo de concentrado.

Em outros é sinônimo de ração total. Acredito que onde se diz ração por mérito,falamos em concentrado.Sorte!
EVANDRO TEIXEIRA DE MEDEIROS

TERESÓPOLIS - RIO DE JANEIRO - AVICULTURA/SUINOCULTURA

EM 07/12/2015

Desculpe, mas não entendi, pra cada vaca 10 kg de silagem + 15 kg de ruc ou pra cada 10 kg de silagem vai 15kg de de ruc e daí fracionada por mérito ? E quando se diz que tem vaca q não come ração é pq ? Não tem acesso a ração ou não atingem a produção que necessite a suplementação ? Qual a fórmula q vc usa ? Para "x" litros, "x" de silagem + "x" de ruc. Um abç.
ANTONIO DE CASTRO JUNIOR

JOANÓPOLIS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/12/2015

Boa noite, Evandro. Na verdade, a base da dieta é a seguinte: 10kg de silagem, 15 kg de ruc( 4,5kg de MS). A ração é oferecida por mérito, ou fase de manejo. Temos vacas que não comem ração, mas temos a vaca da última foto, a Cheeta, uma meio sangue nelorando que produz 33 L e come pra caramba! He he
GENECIO FEUSER

PARANAVAÍ - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/12/2015

Ok. Esta esclarecido, muito obrigado.
RONEY JOSE DA VEIGA

HONÓRIO SERPA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/12/2015

Amigo Genecio,  as "sobras" citadas no artigo são na verdade a diferença entre o que seria pago por uma ração industrializada e o que ela custa sendo produzida na fazenda.

Aqui na minha região uma ração com 21% de P.B. custa em torno de R$ 1,05 kg, sendo que produzida na propriedade ela custa em torno de R$ 0.84 kg. Esta diferença de valor foi chamada de "sobra", sendo revertida para a engorda dos machos oriundos das vacas em lactação!

Abraços!
EVANDRO TEIXEIRA DE MEDEIROS

TERESÓPOLIS - RIO DE JANEIRO - AVICULTURA/SUINOCULTURA

EM 03/12/2015

Não entendi a conta de R$6,75. Com 16 L/dia seria cinco kg de ração, correto ? A silagem de milho a 0,18 kg, o ruc a 0,18 o kg e a ração a 0,84 o kg. Se a dieta for: 2 kg de ração ( 1,68 ) + 2 kg de silagem ( 0,36 ) + 1 kg de RUC ( 0,18 ) = R$ 2,22. Vai mais alguma coisa ? E qual a proporção que o sr. usa ? Um abç.
ANTONIO DE CASTRO JUNIOR

JOANÓPOLIS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/12/2015

Sobre as alternativas de forrageira, estamos pensando seriamente no capim elefante, e por 2 razões: ataque de javalis à lavoura de milho( atrasamos o plantío para que a formação das espigas coincidam com a queda de pinhão das araucárias), e vandalismo nos silos! O javali é um problema, mas não tem culpa, agora perder milho ensilado por causa de sabotagem na lona...sem palavras!
ANTONIO DE CASTRO JUNIOR

JOANÓPOLIS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/12/2015

Olá, Sr. Rodrigo. O amigo está certo, eu me expressei mal. O valor refere-se à renda média por animal a cada dia, e não o lucro. Sobre o custo do volumoso, aqui nós temos algumas glebas tratoráveis, e conseguimos produzir toda a silagem consumida durante o ano, até porque nosso rebanho ainda é modesto. Fora isto, digo que para nós o RUC possui um custo benefício imbatível, lembrando que equilibro a dieta com polpa cítrica e ração com 19% de PB. Um grande abraço! Tudo de bom.
RODRIGO LOPES DE MORAES

VIÇOSA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 02/12/2015

Parabenizo o Sr. Antônio de Castro Jr. pela perseverança em produzir leite mesmo em topografia acidentada, média e volume de produção não tão altos o que pesa na diluição dos custos fixos.

Os R$ 14,70/vaca de lucro bruto que o senhor citou, acredito que seja na verdade, R$ 14,70/vaca de RENDA BRUTA, pois o seu lucro seria o resultado da RENDA - DESPESA, ou seja R$ 14,70 - 6,75= R$ 7,95.

Com essa média de produção e custo elevado na compra de silagem de milho, não seria interessante pensar em outra alternativa de volumoso complementar como capim elefante, ou uma silagem de cana?
GENECIO FEUSER

PARANAVAÍ - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/12/2015

Olá! Sobras! Quais sobras?
ANTONIO DE CASTRO JUNIOR

JOANÓPOLIS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/12/2015

Obrigado a toda equipe Milkpoint, e em especial para Raquel. Que bons ventos soprem à nosso favor!

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