CNA: qualidade garante retorno financeiro a produtor

Publicado por: MilkPoint

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Investir na melhoria da qualidade na produção de leite é ação que traz benefícios diretos ao produtor. A conclusão é do presidente da Comissão Nacional da Pecuária de Leite (CNPL) da CNA, Rodrigo Alvim, ao avaliar resultados de consulta com produtores de leite realizada pelo Projeto Conhecer, da CNA. O estudo mostra que 42% dos produtores que investiram em ações de melhoria da qualidade da produção, como a instalação de tanques de resfriamento na fazenda, estão recebendo bonificação na hora da venda para a indústria, justamente por oferecem leite dentro dos mais modernos padrões de qualidade.

O produtor de Goiás que adotou programas de qualidade na produção chega a receber R$ 0,07 a mais que aquele que ainda não se adequou às novas regras, diz Alvim. Isoladamente, o valor adicional por litro pode parecer pouco significante, mas representa, ao final de cada mês, substancial renda extra para o produtor. Um pecuarista que produz 350 litros de leite por dia, ou seja, 10,5 mil litros por mês, obtém um adicional na venda de R$ 735 mensal, caso tenha investido em programas de qualidade da produção e, por isso, esteja obtendo o adicional de R$ 0,07 por litro vendido à indústria.

A pesquisa realizada pelo Projeto Conhecer buscou justamente identificar o perfil do produtor de leite brasileiro, sua renda, o padrão da sua produção e suas dificuldades. A consulta obteve respostas de 850 criadores de gado de leite de várias regiões do país e trouxe resultados surpreendentes.

Uma parcela de 65% dos produtores respondeu ter renda bruta anual de até R$ 120 mil, ou seja, é um público considerado enquadrável ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), típicos pequenos produtores rurais. O estudo concentrou suas conclusões sobre as respostas oriundas das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis por 89,4% da produção brasileira de leite sob inspeção, de 14,5 bilhões de litros no ano passado. Essas três regiões responderam por 12,96 bilhões de litros de leite em 2004.

Para Alvim, a consulta confirma que investir na qualidade da produção de leite garante o crescimento sustentado do segmento, mesmo que não estivessem em vigor as exigências da Instrução Normativa no 51/2002, que estabelece regras para a melhoria da produção leiteira, e que está em pleno vigor nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste desde o início de julho. "Independentemente da IN no 51, o produtor precisa adaptar-se às novas tecnologias que, comprovadamente, garantem maior qualidade para o leite e, conseqüentemente, maior rentabilidade ao produtor", diz.

Conforme a consulta, nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste 84% dos produtores já realizam o resfriamento do leite na propriedade ou em tanques comunitários. Trata-se justamente do público que tem acesso a melhores bonificações na hora de negociar com a indústria. A consulta revelou também que 43% dos produtores já utilizam os serviços de laboratórios credenciados para avaliar a qualidade do leite produzido, o que é considerado um ótimo resultado pela CNPL, ao ser considerado que as regras da IN 51 estão em vigor há pouco mais de um mês. "Certamente, boa parte do restante dos produtores está ingressando no processo de análise", afirma Alvim.

Parcela de 15% dos produtores que responderam à consulta informou não estar enquadrado no Programa Nacional de Melhoria de Qualidade do Leite (conforme regras da IN 51).

A consulta identificou também que as principais demandas para enquadramento no Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite são falta de orientação técnica e dificuldade de treinamento e capacitação dos funcionários. Para solucionar esse problema, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) está concluindo a elaboração da cartilha "Como Produzir Leite de Alta Qualidade", que será base de projeto de treinamento a ser lançado ainda este ano, segundo Alvim.

A CNA também irá apresentar ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, uma proposta de capacitação dos produtores de leite.

Fonte: CNA (por Ayr Aliski), adaptado por Equipe MilkPoint
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Fernando Enrique Madalena
FERNANDO ENRIQUE MADALENA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 28/08/2005

Esta história não está muito bem contada, a començar pela manchete. "Garante retorno financeiro" a 42% dos que investiram, e os 58% restantes? Investiram a toa? Porque eles não tem retorno? Não alcançam os patamares de qualidade ou não há pagamento por ela? "Pode receber até R$ 0,07 a mais por litro", o que é muito bom, mas, quantos recebem isso? Seria interessante que o MP publicasse com mais detalhes esta pesquisa.



<b>Prezado Prof. Madalena</b>:



Em relação às suas dúvidas, esclarecemos que:



- 42% dos produtores informaram que vendem leite para laticínio que já possui programa de pagamento diferenciado por qualidade.



- Segundo levantamento feito pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (FAEG), a variação entre a média dos preços máximos resfriado e a média dos preços mínimos em latão pode chegar a R$ 0,14. Comparando os preços médios do mínimo resfriado com o mínimo latão, o valor é de R$ 0,07, mesma diferença entre os valores máximos.



- O que concluímos com esta avaliação é que alguns laticínios já possuem programas de pagamento por qualidade (42% dos produtores). Porém, mesmo aqueles que não criaram seu programa, diferenciam significativamente os preços pagos pelo leite resfriado e em latão.



Espero ter sido claro. Caso contrário, estou a disposição para maiores esclarecimentos.



Atenciosamente,



Marcelo Costa

CNA













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