CNA: preço cai em função da crise e da produção

A crise financeira nos Estados Unidos e as fraudes de leite identificadas na China, aliadas ao aumento de 14% da produção leiteira no primeiro semestre e a retração do consumo no mercado interno explicam a nova queda no preço do leite pago ao pecuarista brasileiro.

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A crise financeira nos Estados Unidos e as fraudes de leite identificadas na China, aliadas ao aumento de 14% da produção leiteira no primeiro semestre e a retração do consumo no mercado interno explicam a nova queda no preço do leite pago ao pecuarista brasileiro.

Segundo os últimos dados divulgados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), o valor da média nacional pago ao produtor ficou em R$ 0,65/litro, com queda de 7,62% ou 5,5 centavos a menos em relação a agosto. "Fatores negativos no mercado internacional acabam impactando o ambiente interno e ainda há o excesso de produção no Brasil", explica o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Alvim.

Ele explica que os preços atraentes registrados em 2007, que chegaram a R$ 0,80/litro, estimularam maior produção. No entanto, a demanda por leite e derivados não cresceu no mesmo ritmo. Na sua avaliação, há ainda, no ambiente interno, maior comprometimento da renda das famílias com a cesta básica, o que contribuiu para reduzir a demanda por lácteos. "Se no ano passado 47% do salário mínimo estava comprometido, neste ano esta relação está em 56%", justifica Alvim. Ressalta também a preocupação do setor com os custos de produção da atividade leiteira, que está em R$ 0,70/litro, acima dos preços verificados no mês passado. "A queda dos preços com aumento dos custos gera mais preocupação para o produtor".

Segundo Alvim, para conter a redução dos preços pagos ao produtor, a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados, que preside no âmbito do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com a participação de representantes de toda a cadeia produtiva, solicitou ao ministro titular da pasta, Reinhold Stephanes, algumas medidas emergenciais. Entre elas, a liberação de uma linha de R$ 300 milhões para estocar um volume de 400 milhões de litros que está sobrando no mercado e mais R$ 100 milhões para escoar um excedente de um bilhão de litros de leite, visando levar o produto das principais regiões produtoras para outras regiões que mais demandam o produto para consumo.

Outra providência que está sendo tomada pelo setor lácteo é a finalização das discussões sobre o programa de marketing institucional do leite, com o objetivo de, entre outras metas, incentivar o consumo de produtos lácteos. Alvim afirma que o consumo no País está estagnado há uma década.

As informações são da CNA, resumidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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Paulo Ribeiro
PAULO RIBEIRO

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/10/2008

Caros colegas produtores, quero saber como um país como o Brasil, que tem gente passando fome, tem criança subnutrida, pode ter excesso de produção de leite.

Algo esta muito errado. O leite é alimento básico. Aguém tem que ter o bom censo, que há uma péssima distribuição do produro. O FOME ZERO deveria ser distribuição de leite a vontade para os carentes.

Será que ninguém entende que todo mundo mama. O leite é abençoado, é saúde, é a solução para desnutrição do país. É o futuro.
André Ribeiro
ANDRÉ RIBEIRO

INDIANA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/10/2008

Na sexta-feira passada comprei minha primeira vaquinha leiteira, ela nao é la essas coisas, produz em torno de 10 kg por dia comendo apenas pasto. Que maravilha aquele monte de leite, nosso fogao a lenha nao para de funcionar fazendo doces, requeijao e tantas outras coisas estou deslumbrado! Agora mesmo minha esposa esta la tirando a nata para fazer umas rosquinhas.

Sei que economicamente deve ser mais facil comprar essas coisas no auto-serviço, mas me lembro das historias de meu pai e do meu avo. Isso nao tem preço.

E viva o marketing, acorda produtor! Ainda sonho em viver do leite de umas vaquinhas, que um dia ainda vou ter.


ACYR DUARTE QUINTÃO
ACYR DUARTE QUINTÃO

DIVINOLÂNDIA DE MINAS - MINAS GERAIS

EM 10/10/2008

Sou produtor de leite e faço parte da diretoria da CCPR Itambé, centro nordeste,
e o preço para outubro é 0,42 mais 0,17 de bonificaçoes por qualidade, sendo que no mês anterior era 0,52 mais 0,12 de bonificaçoes por qualidade. Hoje o preço pago pela industria esta batendo no custo de produção e ai...
renato calixto saliba
RENATO CALIXTO SALIBA

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/10/2008

É impressionante como nesse nosso país as autoridades esperam a situação se tornar insustentável para começarem a querer tomar as providências que poderiam já ter sido tomadas a muito tempo. Se existissem essas medidas, tais como propaganda institucional, AGF, etc, os produtores de leite estariam numa situação bem mais justa.
luciano paulino junqueira
LUCIANO PAULINO JUNQUEIRA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/10/2008

Todos sabem a redução dos preços ao produtor, porém eu ainda não ví nenhuma estatísitica, atual, da redução do consumo e dos preços ao consumidor final e, quando vejo, só trata do UHT; por que não dos outros produtos que tem maior valor agregado?
Na minha região, por exemplo, a Itambé faz uma grande captação que não é para UHT nem leite em pó!
Qual a sua dúvida hoje?