Cleber Medeiros Barreto, Zootecnista e Produtor de leite

<i>Cleber Medeiros Barreto é Graduado em Zootecnia - 1996 (UFPB) e Mestre em Zootecnia - 2001 (UFC). É Analista de Risco Agropecuário da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (ADAGRI) e Produtor de Leite de Vaca em Limoeiro do Norte, CE.</i>

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Figura 1

Cleber Medeiros Barreto

Cleber Medeiros Barreto é Graduado em Zootecnia - 1996 (UFPB) e Mestre em Zootecnia - 2001 (UFC). É Analista de Risco Agropecuário da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (ADAGRI) e Produtor de Leite de Vaca em Limoeiro do Norte, CE.


MKP: Descrição breve da profissão

A zootecnia faz parte das agrárias e um grande leque de possibilidades de atuação existe. Para melhor entendimento, três áreas distintas podem ser citadas, quais sejam: acadêmica, serviço público e a livre iniciativa, sendo esta a que consideramos a mais atrativa, seja como consultor de empresas nos mais vários elos de uma determinada cadeia produtiva, ou como empreendedor, conduzindo o seu próprio negócio. Antes de tudo, a zootecnia é uma engenharia de produção, Isto implica dizer que trabalhamos desde a concepção (projeto) de um negócio que envolva a exploração de animais domésticos para fins econômicos, bem como a condução de tais empreendimentos.

O planejamento e gerenciamento desses sistemas de produção abrangem, principalmente, nutrição, alimentação, reprodução, sanidade, melhoramento genético, ambiência e gestão dos dados produtivos e econômicos da atividade em questão. Finalizando, o zootecnista na atualidade tem muitos desafios em seus diversos campos de atuação, nos quais, questões como produzir alimentos seguros vem cada vez mais tomando espaço num mercado consumidor exigente, sob uma ótica de produção sustentável.

MKP: Como é a sua propriedade leiteira?

Com área total de 12 hectares, o Sítio Pasta está localizado na Região do Baixo Jaguaribe no município de Limoeiro do Norte, CE. O empreendimento de produção de leite surgiu de forma peculiar, a partir de 2003. O sistema de produção adotado foi o intensivo a pasto, caracterizado por alta taxa de lotação e elevada produtividade por área. O capim tanzânia (Pannicum maximum) foi a gramínea escolhida, sendo a pastagem irrigada por sistema de mini-aspersão fixa. A estrutura do rebanho foi determinada para utilização de animais com produções médias acima de 4500 litros por lactação. Hoje conta com 41 fêmeas no rebanho todo, com produção em torno de 280 litros/dia.

Figura 2


MKP: Quais são as principais dificuldades que você tem na atividade?

Muitas tecnologias foram geradas e disponibilizadas no século passado. Entretanto, a sensação que temos é de ineficiência dos sistemas produtivos existentes no nosso imenso Brasil. Porém, navegamos num setor de perfis produtivos muito heterogêneos, o que leva a uma oferta descoordenada da matéria-prima, para felicidade geral dos nossos laticínios. Imagino que estamos atravessando um período de transição e que em breve haverá uma redução drástica no número de pessoas que produzem leite. Não tão somente pela inviabilidade técnica e econômica de determinados empreendimentos, mas principalmente, pela elevada faixa etária de grande parcela dos que ainda hoje produzem e que não estão fazendo seus sucessores. A exclusão se dará de forma natural, indolor.

MKP: O que está melhorando no setor?

A atual limitação do uso dos recursos naturais, tais como solo e água e a crescente pressão pela produção de alimentos seguros por parte do mercado consumidor, vêem criando uma nova conjuntura de comportamento social e produtivo. Estamos vivenciando um círculo virtuoso propiciado pela cultura da informação. Penso que esse quesito, associado à melhor educação do povo brasileiro será fator determinante para que possamos atingir um setor mais amadurecido e organizado. O consumidor informado será mais exigente, os nossos filhos e netos não colocarão qualquer coisa na boca.

MKP: O que acha que falta no setor?
Por ter uma produção muito pulverizada, como falado anteriormente, fica difícil de se imaginar o elo da produção se encaixando adequadamente com os demais elos da cadeia produtiva. Os laticínios poderiam ajudar nesse sentido, mas teremos ainda que aguardar o dia em que priorizem a captação de leite de qualidade.

MKP: Qual personalidade admira no setor?

O professor Vidal Pedroso de Faria. Tivemos a honra e a sorte de receber os seus ensinamentos. Foi uma luz para o setor aqui no Ceará.

MKP: Qual empresa admira no setor?

Embrapa Gado de Leite

MKP: Dica de sucesso ou frase preferida

"Convicção é determinado ponto do conhecimento sobre a verdade"

MKP: Quais os serviços do MilkPoint você utiliza mais?

Notícias, espaço aberto, editorias e radares técnicos.

MKP: Como o MilkPoint lhe auxilia no dia-a-dia?

As informações sempre precisas que nos fazem crer que o círculo virtuoso já está em curso. Isso nos dá combustível para permanecer no rumo traçado, que é acreditar num setor em breve mais justo e organizado.
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Fernando Muniz
FERNANDO MUNIZ

SANTA QUITÉRIA - CEARÁ - ESTUDANTE

EM 18/03/2011

boa tarde cleber
gostaria de saber qual a sua taxa de lotação para os capim tifton e tanzânia que você utiliza neste sistema de pastejo rotacionado.

também queria ouvir a tua opinião sobre a utilização de silagem de cana de açucar complementando esse suporte de forragem que voce descreveu na carta.(ex. hipotetico)
Cleber Medeiros Barreto
CLEBER MEDEIROS BARRETO

UMIRIM - CEARÁ

EM 09/09/2010

Boa tarde Julihermes, um tanto atraso.
Na verdade o capim que está na foto é de uma área de 1 ha de capim tífton. Nossa outra área, conta joje com mais cinco ha de tanzânia. Todos com manejo rotacional.
Temos uma área sendo irrigada sob inundação e outra com aspersão fixa.
Com relação ao manejo de entrada e saída dos animais trabalhamos da seguinte forma, prioritariamente nos meses sem chuva (julho até janeiro):
Capim tanzânia: Altura de entrada: 0,80 a 1,0 m e Saída deixamos uma média de folha residual mais ou menos de uma chave .
Capim tifton: Entrada 30 cm e saída o mais baixo possível.

No início das águas o negócio complica e paramos de adubar e de irrigar, pois a perda é muito grande com "lama", além de um tanzânia emitir a sua inflorescência.
Ao final das chuvas entramos com um roço mecânico para darmos início a um novo ciclko de manejo irrigado.
Espero poder ter colaborad. qualquer coisa é só entrar em contato.
Abraço,
cleber
JULIHERMES CHAGAS PISSINATE
JULIHERMES CHAGAS PISSINATE

ITAMARAJU - BAHIA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 30/08/2010

BOA TARDE AMIGO ESTOU QUERENDO SABER COMO ESTA SENDO O SEU MANEJO COM ESTE CAPIM PARA A PRODUÇÃO LEITEIRA , OU SEJA QUAL É A ALTURA QUE VOCE DEIXA DE RESÍDUA NA RETIRADA DOS ANIMAIS ?
Severino Gonzaga Neto
SEVERINO GONZAGA NETO

AREIA - PARAIBA - PESQUISA/ENSINO

EM 06/02/2009

Gostaria de parabenizar o Zootecnista Cleber Medeiros pela brilhante atuação como produtor de leite no Estado do Ceará. Sou professor na universidade (UFPB) onde o colega foi formado e isso nos deixa muito orgulhoso.

O Setor de Bovinocultura de Leite do Centro de Ciências Agrárias/UFPB, sob nossa responsabilidade, tem passado por mudanças importantes nos últimos anos, principalmente, no que diz respeito as adequações tecnológicas e ao treinamento de Zootecnistas focados na demando do mercado empregador. Desenvolvemos, juntamento com os estudantes de graduação e pós-graduação em Zootecnia, o Grupo de Estudos e Ações em Bovinocultura - GEABOV, o qual tem promovido eventos importantes como cursos de capacitação, palestras com temos da atualidade e reuniões com representantes de vários órgãos ligados a atividade leiteira. Através de uma parceria com o Sebrae/PB e com a empresa Pecuária Intensiva Consultoria e Treinamento Ltda, já inserimos na ativiade vários profissionais, ação que tem motivado os nossos formandos.

É visível o crescimeto da atividade leiteira no Estdo da Paraíba, porém, é preciso que esse crescimento seja sustentável e qualitativo, com empresas sólidas e produtores mais assistidos e organizados. A Bovinocultura Leiteira é uma atividade complexa e exige, antes de tudo, dedicação e conhecimento.
Salientamos a necessidade de as instituições públicas e privadas continuarem unidas no mesmo propósito e que os órgãos de pesquisa e de difusão de tecnologias gerem e difundam técnicas que efetivamente auxiliem os produtores, sejam eles pequenos, médios ou grandes pecuaristas.

"Beba leite sem moderação"
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