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China: "Febre do ouro" motiva contrabando de produtos lácteos

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 02/05/2013

4 MIN DE LEITURA

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Na semana passada, o Bloomberg News reportou que as prisões na fronteira de Hong Kong por contrabando de leite em pó para bebês – as fórmulas infantis – ultrapassaram aquelas por tráfico de heroína e outras drogas. Este problema surgiu após a introdução da nova lei que restringe o quanto cada pessoa pode levar do produto para a China.

Desde a última terça-feira, a Alfândega de Hong Kong prendeu 879 pessoas levando mais de oito toneladas de fórmulas lácteas para bebês, enquanto que somente 420 pessoas foram presas no ano passado levando drogas ilegais, incluindo heroína e cocaína. Algumas das prisões referentes ao leite podem ter ocorrido por ignorância com relação à nova lei, mas a Alfândega de Hong Kong descobriu um consórcio de fórmulas com 4 toneladas do produto, no valor de mais de NZ$ 166.000 (US$ 141.626).

De qualquer maneira, a escala das prisões oferece algumas informações sobre o quanto de fórmulas infantis está sendo importado pela China diretamente por viajantes internacionais – e o quão alta está a demanda por esse produto.

A política de apenas um filho levou a crescente classe média da China a se dispor a pagar preços altos por produtos que consideram crucial ao bem estar de seus bebês. Isso, combinado com a preocupação dos consumidores sobre a segurança de alguns produtos alimentícios locais, está direcionando a demanda por fórmulas produzidas internacionalmente a novos picos.

As fórmulas da Nova Zelândia estão entre as de melhor reputação e os exportadores nesse país estão se beneficiando dessa crescente demanda. O valor das exportações de fórmulas para bebês da Nova Zelândia cresceu de NZ$ 63 milhões (US$ 53,74 milhões) em 1999 para NZ$ 753 milhões (US$ 642,43 milhões) em 2009, de acordo com o Food & Grocery Council. Agora, esse valor deverá subir para NZ$ 1 bilhão (US$ 853,17 milhões).

A incipiente Associação de Exportadores de Fórmulas Infantis da Nova Zelândia, que representa 13 companhias – apesar de não incluir Fonterra, A2, Synlait ou New Image – afirma ter exportado NZ$ 684 milhões (US$ 583,56 milhões) no ano passado.

As grandes companhias estão trabalhando para suprir a aparentemente insaciável demanda. A companhia A2, registrada na bolsa NZX, enviou seu primeiro carregamento à China na semana passada e a Fonterra lançará sua marca Anmum, de fórmulas infantis, no país no final do ano.

O mercado varejista chinês para fórmulas infantis foi estimado em US$ 6 bilhões e deverá dobrar até 2016. Nessa taxa, podemos esperar ver o mercado de fórmulas infantis da Nova Zelândia no valor de mais de NZ$ 2 bilhões (US$ 1,70 bilhão) dentro de três anos – talvez mais se a influência da Fonterra levar a uma maior participação no mercado total.

Também está havendo mais investimentos chineses na indústria da Nova Zelândia. Nesse mês, a Yashili da China obteve aprovação para construir uma planta processadora de NZ$ 212 milhões (US$ 180,87 milhões) em Pokeno – o primeiro investimento autônomo chinês no setor de lácteos da Nova Zelândia.

A Synlait, de South Canterbury, que fará a fórmula para a A2, pertence em 51% à Bright Dairy & Food Co., de Xangai. Adicionalmente, a maior companhia de lácteos da China, Yili, gastará NZ$ 214 milhões (US$ 182,57 milhões) no estabelecimento de uma planta de fórmulas infantis em South Canterbury como resultado de sua compra planejada do grupo Oceania Dairy.

As fórmulas infantis são produtos com valor agregado. Um cálculo rápido, baseado nas estimativas da Alfândega de Hong Kong do preço da fórmula infantil - NZ$ 41.500 (US$ 35.406) por tonelada - e do preço do leite em pó integral no leilão da Fonterra – NZ$ 6.185 (US$ 5.276) por tonelada – indica que a margem de lucro é de quase 600%. O processamento na Nova Zelândia significa empregos. Então, os benefícios desse “boom” são muitos.

Porém, as margens altas também significam riscos sérios. Uma lata de fórmulas infantis que é vendida em um supermercado da Nova Zelândia por NZ$ 20 (US$ 17,06) tem o valor de cerca de NZ$ 70 (US$ 59,72) na China. Esse tipo de margem de preço tem forçado os supermercados da Nova Zelândia a colocar limites nas vendas de fórmulas, porque as pessoas estão comprando o produto para exportar de forma privada. As margens de vendas de fórmulas infantis estão tão altas que todos querem entrar nesse negócio.

Porém, há um risco de uma mentalidade de “febre do ouro” do século XIX ocorrendo, possivelmente de forma não regulamentada. Esse é um mercado onde a reputação da Nova Zelândia como produtora segura e saudável é absolutamente crucial. A mídia chinesa é extremamente sensível a qualquer tipo de escândalo alimentício. A questão do fertilizante DCD reportada em fevereiro causou um efeito imediato nas vendas de fórmulas infantis, mas este foi curto. Dessa forma, é necessário que o Governo da Nova Zelândia avalie seriamente como a reputação do país está sendo controlada.

O artigo é do editor do New Zealand Herald, Liam Dann, traduzido e adaptado pela Equipe MilkPoint.
 

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