Chile retira salvaguardas aos lácteos argentinos

Após nove meses de salvaguardas de 23% ao leite fluido, em pó e ao queijo Gouda, o Governo do Chile retirou estas barreiras às importações de produtos oriundos da Argentina, segundo informou o site InfobarProfesional.

Segundo dados oficiais, a Argentina destinava 70% de suas exportações de leite em pó ao Chile, um total de 8,473 mil toneladas. No entanto, com as barreiras, entre janeiro e junho as exportações de lácteos com este destino caíram para apenas 5,2% do total. O mesmo aconteceu com os queijos: de mais de 77% de participação, passou para 51,3%.

Quanto ao valor das exportações, a partir das restrições do mercado chileno, caíram de maneira abrupta: até agora neste ano, as exportações foram de US$ 11 milhões, enquanto em 2006 este valor foi de US$ 35 milhões.

O presidente da Federação Nacional dos Produtores de Leite do Chile (Fedeleche), Enrique Figueroa, lamentou a decisão da Comissão de Distorções de eliminar antecipadamente as salvaguardas aos lácteos argentinos, após a solicitação feita pelos Ministérios da Agricultura e Relações Exteriores. Ele disse que o Governo deverá explicar e responder ante a um eventual novo colapso do setor de lácteos nacional.

A Fedeleche queria manter a salvaguarda até outubro, nesta ocasião, prorrogá-la por um ano, inclusive ajustando-a a um nível "razoável" para cumprir com o objetivo de sustentar a estabilidade do setor leiteiro chileno em médio e longo prazo.

Figueroa também solicitou ao Governo que cumpra sua palavra de convidar a Fedeleche e seus assessores a integrar uma mesa de trabalho para o melhoramento dos mecanismos de defesa comercial e o monitoramento permanente do mercado de lácteos, a fim de reagir de forma adequada ante a eventualidade de um novo foco de distorção.

A salvaguarda foi solicitada pela Fedeleche em 10 de agosto do ano passado, diante do explosivo aumento das importações de lácteos da Argentina. O pedido só foi cumprido dois meses depois da solicitação pela Comissão de Distorções.