Cepea: produção perdeu fôlego no 2º semestre de 08

Os dados obtidos pelo Cepea em janeiro permitem o fechamento do Índice de Captação de Leite (ICAP-L) para 2008. O resultado é aumento de 10,2% frente ao volume do ano anterior, ou seja, nos 12 meses, empresas processadoras (laticínios/cooperativas) receberam volume 10,2% maior do que em 2007. O ICAP-L/Cepea registrou captação 23,6% maior que a de igual período de 2007. A partir de julho, o quadro praticamente se inverte e a captação do semestre fica 0,77% menor que a do mesmo período do ano anterior.

Publicado por: MilkPoint

Publicado em: - 2 minutos de leitura

Ícone para ver comentários 2
Ícone para curtir artigo 0

Os dados obtidos pelo Cepea em janeiro permitem o fechamento do Índice de Captação de Leite (ICAP-L) para 2008. O resultado é aumento de 10,2% frente ao volume do ano anterior, ou seja, nos 12 meses, empresas processadoras (laticínios/cooperativas) receberam volume 10,2% maior do que em 2007. Mas, a exemplo de vários outros indicadores da economia, também a análise deste agregado deve ser feita separadamente para o primeiro semestre e para o segundo.

Nos primeiros meses do ano, tanto os preços do leite quanto os custos de produção estimularam o produtor a reforçar a alimentação do rebanho e elevar a oferta. O ICAP-L/Cepea registrou captação 23,6% maior que a de igual período de 2007. A partir de julho, o quadro praticamente se inverte e a captação do semestre fica 0,77% menor que a do mesmo período do ano anterior.

Em Minas Gerais, por exemplo, no primeiro semestre, a queda no valor do concentrado foi de 9%, enquanto o leite ao produtor valorizou 10%. Já no segundo semestre, o custo do alimento concentrado subiu 13% e o leite caiu quase 27%. A mesma tendência foi observada em outros estados.

No encerramento de 2008, o ICAP-L foi de 142,23, cerca de 7% abaixo do índice de dezembro de 2007. Nos principais estados produtores, os aumentos do volume de leite tem sido pequenos neste período típico de recuperação da oferta. Por um lado, reforços na alimentação do rebanho são desestimulados pelos preços recebidos e também pelo custo dos grãos, mas, por outro, as chuvas tem favorecido a pastagem em várias regiões. Em algumas delas, porém, as precipitações em excesso tem prejudicado o bem-estar dos animais e também dificultado a coleta do leite. Essa situação é vista principalmente em Minas Gerais. Na região Sul, ocorre o oposto em algumas localidades, com a estiagem sendo o principal motivo de preocupação.

No Rio Grande do Sul, de novembro/08 para dezembro/08, houve um pequeno aumento de 1% no ICAP-L e, no mesmo período de 2007, a elevação era de 2%. Já em Minas Gerais, o ICAP-L recuou 1% em dezembro/08, ao passo que, em 2007, foi observado um aumento de 4%.

Na média dos sete estados tradicionalmente considerados pelo Cepea para a elaboração da "média Brasil" (RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA), o preço de janeiro (referente ao leite entregue em dezembro) ficou praticamente inalterado em relação ao pagamento anterior, com leve alta de 0,6 centavo por litro. Regionalmente, no entanto, os preços variaram.

Enquanto nos estados da região Sul houve altas, que variaram de 2 centavos/litro no Paraná, a 3,8 centavos/litro em Santa Catarina, noutros (SP, MG, GO e BA) praticamente não teve alterações, havendo apenas mínimas variações negativas - inferiores a meio centavo por litro.

O valor médio bruto, sem desconto de imposto e frete, no Rio Grande do Sul foi de R$ 0,6061/litro, em Santa Catarina de R$ 0,6020/litro e, no Paraná, de R$ 0,5841/litro. São Paulo fechou em R$ 0,6331/litro, como o maior valor médio do levantamento. Minas, que por vários meses teve a maior média, ficou em R$ 0,5887/litro e Goiás em R$ 0,5697/litro.

Gráfico 1. ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite - Dezembro/08. (Base 100=Junho/2004)

Figura 1
Clique na imagem para ampliá-la.

Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores(líquidos) em Janeiro/09 referentes ao leite entregue em Dezembro/08.

Figura 2
Clique na imagem para ampliá-la.

Tabela 2.Médias estaduais das novas regiões - RJ e MS.

Figura 3
Clique na imagem para ampliá-la.

Gráfico 2. Série de preços médios pagos ao produtor - deflacionada pelo IPCA (média de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA).

Figura 4
Clique na imagem para ampliá-la.

As informações são do Cepea-Esalq/USP, adaptadas pela Equipe MilkPoint.
QUER ACESSAR O CONTEÚDO? É GRATUITO!

Para continuar lendo o conteúdo entre com sua conta ou cadastre-se no MilkPoint.

Tenha acesso a conteúdos exclusivos gratuitamente!

Ícone para ver comentários 2
Ícone para curtir artigo 0

Publicado por:

Foto MilkPoint

MilkPoint

O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.

Deixe sua opinião!

Foto do usuário

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração.

GUSTAVO FURTADO COUTINHO
GUSTAVO FURTADO COUTINHO

RECREIO - MINAS GERAIS - ESTUDANTE

EM 04/02/2009

Gostaria de parabenizar o Cepea (índice de captação do leite) por mais um belissimo artigo e dissertar apenas um pequeno comentario referente ao leite pago no estado de Minas gerais no primeiro e segundo semestre do ano de 2008. Devido a essa queda no concentrado e esse aumento no leite no primeiro semestre, foi o maior vetor para que viesse a acontecer esse desespero da maioria dos produtores de leite no semestre seguinte. Sendo um absurdo o leite apresentar um decresimo de quase 37% em um pequeno período como o citado acima.

Obrigado!
Marcello de Moura Campos Filho
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/01/2009

Essa evolução da oferta de leite e dos preços pagos aos produtores naturalmente que é função das nossas vacas atuais, cuja média deve ser um pouco menos ou um pouco mais de 1.500 litros por lactação. Imagine-se que a 5 anos atrás tivessemos implementado com sucesso um programa de extensão rural melhorando a genética e manejo dos animais, de forma que hoje tivessemos uma produção média por vaca de 2.500 litros por vaca, que convenhamos ainda é uma produtividade muito baixa. Dá par imaginar como teria evoluido a oferta e o preço aos produtores? Quando imagino isso vejo um quadro triste para nossa pecuária leiteira. E penso que esse quadro triste pode se tornar realidade por falta de mecanismo adequado para estabelecer política e planejamento para o setor leiteiro.

No meu modo de ver, esse mecanismo adequado poderia ser obtido com um grupo permanente para estabelecimento da política e planejamento do setor leiteiro junto à Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados do MAPA, constituido por representantes do setor público e do setor privado, que se responsabilizaria pela realizações das anaslises e estudos e apresentação de propostas para apreciação do plenário da Câmara, que daria o encaminhamento devido ao que fosse aprovado.
Qual a sua dúvida hoje?