Cepea: preços caem cerca de R$ 0,01/l em dezembro

De acordo com levantamento feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, o preço médio do litro de leite em dezembro foi de R$ 0,6803, o que representou uma queda de pouco mais de 1 centavo por litro em relação a novembro (R$ 0,6946/l), ou redução de 2%. Em outubro e novembro, segundo dados do Centro, a redução de preços havia sido na ordem de 5 centavos por litro frente ao mês anterior.

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De acordo com levantamento feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, o preço médio do litro de leite em dezembro foi de R$ 0,6803, o que representou uma queda de pouco mais de 1 centavo por litro em relação a novembro (R$ 0,6946/l), ou redução de 2%.

Em outubro e novembro, segundo dados do Centro, a redução de preços havia sido na ordem de 5 centavos por litro frente ao mês anterior. Em relação a dezembro de 2006, houve uma valorização de cerca de 37% no preço médio pago ao produtor.

A maior queda, de 3,5 centavos por litro ou 5,47%, ocorreu no Paraná, onde o preço médio passou de R$ 0,662/litro em novembro para R$ 0,626/litro em dezembro. Em Minas Gerais e Goiás, a desvalorização foi de 2,4 centavos por litro, com médias de R$ 0,7215/litro e R$ 0,7082/litro, respectivamente. Em São Paulo, a redução foi de 2 centavos por litro, ficando em R$ 0,6726/litro em dezembro.

Houve recuperação de preços nos outros estados do Sul. Em Santa Catarina, o valor médio pago pelo leite ao produtor passou de R$ 0,5276/l para R$ 0,5876/l, aumento de 6 centavos por litro. No Rio Grande do Sul, o preço médio passou de R$ 0,6140/l para R$ 0,6291/l, aumento de 1,5 centavo por litro.

Gráfico 1. Evolução dos preços do leite pagos aos produtores por estado, em reais por litro.

Figura 1

No balanço de 2007 a receita obtida foi superior à do ano passado. Tomando-se como base um produtor de 300 litros/dia e considerando-se os valores médios apurados para a média nacional nos 12 pagamentos (referentes às produções de dezembro de 2006 a novembro de 2007), em termos reais, nota-se um aumento de receita de 27,87% em relação ao período anterior (dez/05 a nov/06). O que ocorreu em 2007 foi um aumento real do preço recebido pelo produtor, frente a 2006, ou seja, a alta do preço recebido pelo produtor foi superior à da inflação do período.

Os custos, no entanto, também subiram. De acordo com dados do Cepea, os preços da soja neste ano (considerando dados até 21/12) ficaram 22,8% superiores aos de 2006. No caso do milho, na mesma comparação, a alta foi de 26,1%.

Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em dezembro, referente ao leite entregue em novembro de 2007.

Figura 2

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Roberto Cunha Freire
ROBERTO CUNHA FREIRE

LEOPOLDINA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 03/01/2008

Como produtor rural de leite vejo a necessidade dos colegas produtores rurais de leite lutarem por um indexador para o nosso litro de leite que vendemos para as cooperativas e laticínios, baseados em uma cesta de produtos. Afinal, os derivados do leite são feitos através do leite; é óbvio e não é justo que as cooperativas e laticínios se baseem somente no preço do leite UHT vendido para os atacadistas para nos pagar algo em torno de 47% a 50% do valor.

Na construção civil e outros segmentos, há um indexador baseado em uma cesta de produtos. Creio que o nosso setor também deveria e deve lutar para que isso ocorra, senão estaremos sempre defasados e tomando prejuízo.

Chega da desculpa de governos anteriores e do atual, que o leite não pode aumentar o seu preço porque faz parte da cesta básica. Tudo isso é muito interessante como chavão para os políticos e economistas que estão encastelados em suas salas em Brasília, mas aqui no campo, nós, produtores rurais de leite é que sabemos o quanto custa para produzirmos um litro de leite.

O governo, através da EMBRAPA Gado de Leite, deveria estipular um indexador baseado em uma cesta de produtos derivados do leite para que pudéssemos nos basear mês a mês no quanto vamos receber dos nossos compradores. Seria uma medida justa, pois muitos de nós somos explorados pela manipulação através de cartéis formados por algumas cooperativas e laticínios. É só verificar os preços que nos pagam para constatarem que as diferenças são mínimas, cerca de centavos.

O MAPA através da EMBRAPA bem poderia se sensibilizar sobre esse tema. Como sugestão, deixo aqui uma cesta de produtos para o cáluculo desse indice: litro do leite em pó, leite UHT, iogurte e queijo provolone. Quem sabe começaremos uma nova realidade para o nosso setor, que tanto gera empregos no campo, combate o êxodo rural e leva o desenvolvimento sócio-econômico para as regiões que implementam a atividade.
Qual a sua dúvida hoje?