Cepea: preços aumentam R$ 0,035/l em setembro

Segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, o preço médio pago pelo leite em setembro (referente à produção de agosto) foi de R$ 0,80/l, registrando um aumento de 4,5% frente ao mês anterior, ou de R$ 0,0346/l.

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Segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, o preço médio pago pelo leite em setembro (referente à produção de agosto) foi de R$ 0,80/l, registrando um aumento de 4,5% frente ao mês anterior, ou de R$ 0,0346/l.

A variação ocorrida em setembro mostra uma desaceleração dos preços pagos pelo leite, visto que no mês anterior o aumento foi de mais de R$ 0,08/l (11,8%) e em julho foi de cerca de R$ 0,06/l (9,6%), como pode ser visto no gráfico 1.

A maior média, de R$ 0,8459/litro, foi registrada em Goiás, de acordo com o Cepea. Na Bahia, apesar do aumento de 9,22%, a média foi de R$ 0,6623/litro - a menor entre os estados pesquisados. Em Minas Gerais, a média de preços foi de R$ 0,8267/litro, com valorização de 5,13% frente a agosto. No Paraná houve praticamente uma estabilidade frente ao mês anterior - aumento de 0,85% -, com média de R$ 0,7705/litro.

No mercado atacadista de São Paulo, a média do leite UHT chegou a cair 10,05%, passando de R$ 1,89/litro para R$ 1,70/litro. Para setembro, já há relatos de novas quedas, o que normalmente se observa neste período do ano.

A maioria dos agentes de mercado consultados pelo Cepea acredita em quedas (68%) para o próximo pagamento de leite aos produtores (outubro). Para outros 30%, os preços devem seguir estáveis e para apenas 2%, a aposta é de novos aumentos.

Gráfico 1. Aumento do preço do leite pago ao produtor em relação ao mês anterior, em reais por litro.

Figura 1

Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em setembro, referente ao leite entregue em agosto de 2007.

Figura 2

Fonte: Cepea - Esalq/USP

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Sergio Luiz Brant de Carvalho
SERGIO LUIZ BRANT DE CARVALHO

ATIBAIA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/10/2007

Quero parabenizar o sr. Vicente Rômulo Carvalho e a todos os outros, pelas suas declarações, que são a nossa realidade. Vamos abrir o olho com este governo corrupto, que quer se manter no poder ad-eterno e fazer caridade com as mãos do produtor rural. Eles só não estão importando leite de outros países para nos empurrar preços baixos porque o mundo não tem leite hoje, senão fariam com a maior cara de pau que eles têm, veja o que sempre fazem com arroz e trigo!!!

Vamos produzir o que o mercado precisa, vamos respeitar a lei da oferta e procura, vamos ter leite a custos competitivos, reais, não vamos forçar a barra com hormônios e etc., que aumentam os custos e uma produção victícia.

Ao persistirmos neste modo vivendi, sem dúvida nenhuma, amanhã todos os produtores honestos estarão com o chapéu na mão, mendigado preços, tendo que fechar as portas por causa deste hilariante sonho de que vai dar tudo certo. Vamos acordar, nos unir e trabalhar pela sustentabilidade do negócio leite, que é fundamental para crescermos como sociedade justa e saudável.
Neber Severino Aquino
NEBER SEVERINO AQUINO

CAMPINA VERDE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/10/2007

Na verdade nós pagamos caro por não sermos organizados e unidos, infelizmente esta oscilação do preço do leite ocorre em função da manipulação e intervenção das multinacionais.

Com o aumento do leite pago ao produtor, as multinacionais estabilizam suas compras ou até diminuem, trazem leite de fora porque eles têm poder para isso e o mercado fica cheio de produtos, ocasionando uma queda no preço.

Nós precisamos nos fortalecer cada ves mais em cooperativas, e estas precisam estar ligadas umas nas outras para juntarmos forças, esta é a saída mais rápida que vejo para estabilizarmos o preço do leite e que nos dê segurança durante o ano.

Portanto, você produtor, que não é associado de uma cooperativa, junte-se a uma, vamos unir nossas forças para revertermos esta situação. Sugiro aos diretores de cooperativas conversarem mais com as cooperativas vizinhas e ver a possibilidade de comercializar o leite ou produto juntas. Reflitam.
leonardo lima cordeiro
LEONARDO LIMA CORDEIRO

RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/10/2007

Os preços não estão caindo, estão subindo menos... O leite em pó, que é produto de comércio internacional, subiu bem mais que nosso leite in natura. O leite pago em minha região neste mês foi de R$ 0,89, líquido. Talvez por haver uma fábrica de leite em pó, que exporta toda produção, talvez por pouco leite na região, não sei ao certo.

De qualquer forma, tenho ficado muito feliz em ver a abertura de várias fabricas de leite em pó no país, vai deixar nosso leite "exportável", ou alguém tem dúvida que pagariam mais pelo nosso leite, pelo menos neste atual cenário?
Fernando José Ribeiro Kachan
FERNANDO JOSÉ RIBEIRO KACHAN

NOVA GRANADA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/10/2007

Até quando vamos viver de esperanças? Alegria de produtor de leite dura pouco! É preciso de uma vez por todas assumir que o produtor de leite precisa de preços que cubram seus custos de produção e ainda gerar lucro.

Virou moda nos últimos tempos dizer que nós temos que nos adequar às realidades de mercado, reduzindo custos e etc. etc. etc. Pura conversa mole. Antes, os preços internacionais estavam contidos e se dizia que o preço no mercado interno deveria acompanhar os preços internacionais. Agora os preços internacionais continuam em patamares elevados e aqui caem vertiginosamente. Quer dizer, economia de mercado somente quando interessa a alguns?

E por falar em interesse, a sociedade brasileira não reconhece absolutamente a importância dos que produzem. Inclusive os nossos governos nas diferentes esferas querem mesmo é preço de leite baixo. As políticas paternalistas, que além de dinheiro, distribuem leite à população, nada mais é que um mecanismo novo do "voto de cabresto", e quem financia isso somos nós, produtores.

É preciso dar um basta nessa situação. Precisamos de organização e de lideranças que deixem de lado as palavras bonitas, os tecnicismos que tudo justificam e efetivamente lutar por aquilo que vai sustentar o nosso negócio que é preço justo.
Vicente Romulo Carvalho
VICENTE ROMULO CARVALHO

LAVRAS - MINAS GERAIS - TRADER

EM 02/10/2007

Esta questão do leite é matéria muito complexa e, me deixa a cabeça cheia de interrogações, na busca de respostas, que não encontro.

Vamos à questão. Quando levo em conta apenas as 80 vacas que estão em lactação, que na verdade são 40, porque tem 20 com 1 a 2 meses de lactação, 20 com 3 a 4, 20 com 5 a 6 e 20 com 7 a mais. Resultado, na verdade tem 40 em início para meados de sua lactação, que na verdade são as que estão dando leite, com média de 12 litros, as outras 40 estão com média de 5 litros.

Conclusão, estas se pagam e sobra um pouco. Mas e as 20 secas + as 30 novilhas já prenhas + as 30 em fase de cobertura + as 30 bezerras desmamadas + as 30 que estão bebendo leite, há um gasto, que este pouco que sobra não dá para manter as mesmas.

Na verdade, de um plantel de 220 cabeças, apenas, praticamente 40 tem que bancar tudo. Meu gado é meio sangue, estas 80 vacas estão com uma média de 8,5 litros. Não tem silagem nenhuma, é capim cameron com cana cortados na hora, agora, apenas cana, isto de maio a outubro, depois somente no regime de pasto. São 4 empregados, todos fichados, com folgas semanais, encargos sociais e fiscais em dia, além do salário, que está um pouco acima do mínimo legal, algumas horas extras.

Energia elétrica quanto menos se gasta no correr dos anos, mais se paga. De um consumo de 3000 KWH mês, que há pouco tempo custava R$ 400,00, hoje consumo em média 1.200 KWH mês e pago os mesmos R$ 400,00. Um litro de óleo diesel que custava menos de um litro de leite, hoje gasto dois litros.

Moral da história, tem 40 vacas trabalhando em dois expedientes e 40 apenas um, porque ordenha 80 pela manhã e à tarde, apenas 40. As outras 140 cabeças estão apenas comendo e bebendo, sem prestar qualquer trabalho. Não tem como sobrar nada.

Aí vem alguem e diz, mas e as vendas de animais? Ora, as vacas novas e boas não posso vender, porque meu leite diminui e complica mais a situação. As velhas e as com problemas são descartes na verdadeira acepção da palavra, porque não adianta tirar um problema da minha fazenda e jogar na de outro, porque isto não é parte de um negócio correto e/ou para gente séria.

Estas vendas de descartes, não dá nem para cobrir os buracos (contas pendentes). Após este preâmbulo, vamos às interrogações:

1-Como pode 40 cabeças trabalhar dois expedientes e 40 um, sustentarem si próprias, mais 140 que não estão trabalhando?

2-Em uma relação comercial normal (compra/venda) se calcula os custos de sua mercadoria, adicional seu lucro, para se ter o seu preço de venda. No leite, não. Você fornece e uns 20 dias depois do mês fechado o comprador manda o que ele quizer e pronto. Pode dar certo esta venda?

3-Nós, aqui da roça, temos que produzir comida para o pessoal da cidade, esta comida precisa de um preço justo para quem produz e consome, qual seria o preço justo?
Laércio Barbosa
LAÉRCIO BARBOSA

PATROCÍNIO PAULISTA - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 02/10/2007

Essa notícia deveria estar acompanhada da anterior, em que o Cepea informa que em agosto a produção foi superior à de dezembro/2006.

Não se pode negar que os altos preços pagos nesta entressafra estimularam a produção (aumento de 24% de junho a agosto) e a consequência disso é a queda nos preços, como em toda safra.

A verdade que ninguém quer encarar é que está sobrando leite hoje no país. Se a produção não diminuir, os preços vão continuar caindo...
Luiz Miguel Saavedra de Oliveira
LUIZ MIGUEL SAAVEDRA DE OLIVEIRA

SANTO ÂNGELO - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/10/2007

As companhias do noroeste do RS estão prometendo redução de 15 centavos por litro entregue no mês de setembro.
José Ferreira Soares Neto
JOSÉ FERREIRA SOARES NETO

MACAÉ - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/10/2007

Na região de Rio Preto (MG) recebi R$ 0,85 pelo litro de leite no mês de agosto, e realmente os rumores são de que os preços vão cair. Mas não vejo condições para aumento da produção, pois a chuva não foi suficiente para reverter a situação de seca das pastagens e o preço das rações está subindo toda semana.
Aroldo Augusto Martins
AROLDO AUGUSTO MARTINS

EDEALINA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/10/2007

Até parece que nosso leite só vira longa vida. Isso é mentira, verifique o mix do seu laticínio e veja o quanto eles estão ganhando.

Esta é melhor solução: baixou preço, baixamos a produção, e com isso regulamos os estoques e os preços param de cair, até porque estamos passando por um período de seca, falta de pasto e de silagem.
Alberto Adhemar do Valle Junior
ALBERTO ADHEMAR DO VALLE JUNIOR

OUTRO - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 01/10/2007

Esta pressão baixista do preço do leite, antes mesmo do início da safra de verão, é fruto da organização de alguns elos da cadeia do leite, notadamente varejo e grandes indústrias multinacionais, que manipulam o mercado de acordo com seus interesses.

A única saída para o produtor de leite é se organizar através de cooperativas bem administradas, como ocorre na maioria dos países desenvolvidos (praticamente 100% dos produtores estão dentro das cooperativas). No Brasil, somente 40% dos produtores de leite participam de cooperativas. Como poderemos ter poder de mercado com tão pífia participação?

Acorde, produtor. Procure já em sua região cooperativas que trabalham com eficiência, agregando valor ao seu produto e levando-o até o varejo, eliminando vários intermediários ao longo da cadeia. Ao final, as sobras decorrentes dessas transações serão suas, pois você é o dono da cooperativa.
Rudinei Luis Finger
RUDINEI LUIS FINGER

ESTRELA - RIO GRANDE DO SUL - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 01/10/2007

Há informações não condizentes com a realidade pois aqui no RS sobra leite. Em agosto o preço aqui já baixou R$ 0,05/litro. E a previsão é de mais queda para setembro, R$ 0,15/litro. O que está acontecendo?

Nós, técnicos de campo, vamos explicar o quê? O leite longa vida já tem oferta de R$ 0,96/litro nos supermercados.
Qual a sua dúvida hoje?