Cepea: Preço cai e oferta cresce bem menos

As sucessivas quedas nos preços do leite juntamente com os custos mais elevados aos produtores têm feito com que o aumento da oferta, típico do segundo semestre, ocorra de forma bem mais comedida. De acordo com o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L), o volume de leite recebido pelas empresas em setembro foi somente de 1,25% maior que o de agosto, fazendo com que o Índice de setembro deste ano seja menor que o do mesmo mês do ano passado. Tal fato não ocorria desde abril do ano passado.

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As sucessivas quedas nos preços do leite juntamente com os custos mais elevados aos produtores têm feito com que o aumento da oferta, típico do segundo semestre, ocorra de forma bem mais comedida. De acordo com o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L), o volume de leite recebido pelas empresas em setembro foi somente 1,25% maior que o de agosto, fazendo com que o Índice de setembro deste ano seja menor que o do mesmo mês do ano passado. Tal fato não ocorria desde abril do ano passado.

De agosto para setembro, o menor aumento ocorreu no Rio Grande do Sul, de apenas 0,77%, e o maior, de 2,01%, foi em Goiás, conforme as pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. No mesmo período de 2007, os gaúchos chegaram a apresentar aumento de quase 10%, e os goianos, de pouco mais de 8%. Nem mesmo em 2006, ano de preços estáveis em patamares considerados baixos, o volume de leite cresceu tão pouco. No acumulado de maio a setembro deste ano, o aumento foi de apenas 3,9%; no mesmo período de 2007, foi de 32% e de 2006, 15%.

Desde julho, quando os preços começaram a cair, a média ponderada nacional (RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA) já perdeu 15 centavos por litro. Conforme o Cepea, em outubro, o preço médio bruto foi de R$ 0,6096/litro - em junho, último mês antes de começarem as quedas, a média era R$ 0,7633/litro.

A combinação de baixo crescimento da oferta com preços em queda indica a existência de estoques nas indústrias. De fato, o volume recebido pelas empresas no acumulado deste ano ainda é 16,55% maior que no mesmo período de 2007.

Segundo o Cepea, o preço médio do leite pago ao produtor em outubro (referente ao leite entregue em setembro) caiu 7,3%, ou 4,8 centavos, em relação ao pagamento de setembro. A menor retração, de 0,75%, ocorreu na Bahia, com o litro a R$ 0,6142; em situação oposta, esteve Santa Catarina, onde a retração chegou a 12%, com o preço médio a R$ 0,5156/litro, sem o desconto do frete e dos impostos.

São Paulo, que até setembro apresentava quedas menores que os de Minas e Goiás, desta vez viu o preço do litro recuar 6,8 centavos, com a cotação chegando a R$ 0,6495/litro (bruto). Minas e Goiás, por sinal, tiveram retrações relativamente pequenas neste mês. Para os produtores mineiros, a queda por litro foi de pouco mais de 3 centavos e, para os goianos, pouco acima de 4 centavos, com as médias, respectivamente, a R$ 0,6314 e R$ 0,6293/litro (bruto).

Para o próximo mês, no entanto, começa a figurar a perspectiva de mudança da tendência. Cerca de metade dos representantes de laticínios e cooperativas ouvidos pelo Cepea acredita em manutenção dos atuais valores para o pagamento de novembro. A outra metade, no entanto, continua sinalizando mais um mês de queda. É importante observar as expectativas regionalmente. No Sul, 77,4% dos compradores consultados pelo Cepea prevêem estabilidade dos preços, enquanto que para MG, SP e GO, esta estimativa é compartilhada por 32% dos compradores.

Gráfico 1. ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite - Setembro/08. (Base 100=Junho/2004).

Figura 1

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Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em OUTUBRO referentes ao leite entregue em SETEMBRO.

Figura 2

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Tabela 2. Médias estaduais das novas regiões - RJ e MS.

Figura 3

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Gráfico 2. Série de preços médios pagos ao produtor - deflacionada pelo IPCA (média de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA)

Figura 4

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Manoel Moreira Campos
MANOEL MOREIRA CAMPOS

OLARIA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/11/2008

"Os ambientalistas lutam em prol da preservação da fauna e flora, deste país".

E quanto à extinção do produtor de leite! Tem alguém querendo defendê-lo? Ou será que acham justo deixá-lo que nade contra a correnteza, e morra afogado na praia?
Cleiton Mateus Restelatto
CLEITON MATEUS RESTELATTO

DOIS VIZINHOS - PARANÁ - ESTUDANTE

EM 04/11/2008

Qual é o futuro do mercado do leite?
RODRIGO JEFERSON TRAMBUCH
RODRIGO JEFERSON TRAMBUCH

RIO BRILHANTE - MATO GROSSO DO SUL - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 03/11/2008

Gostaria de dizer que fico pasmo com o que vejo acontecendo aqui no Mato Grosso do Sul, li em um jornal local hoje (03/11) que a previsão é que "pequenos produtores" devem receber em torno de R$ 0,28/Lt de leite. R$0,28? O que eles conseguirão fazer com R$ 0,28? Creio que na lei da "oferta e da procura" exista ainda a lei da "Oferta, procura e Exploração", ou estou enganado?

Creio que menos de R$0,50/Lt de leite para o produtor ja deva ser considerado como exploração, considerando que os custos deste estão simplesmente crescendo assustadoramente. Será que como Indústrias de Laticínios não estamos matando nossa "galinha dos ovos de ouro"?
Qual a sua dúvida hoje?