Cepea: média anual é a maior, mas setor está em alerta

A média ponderada nacional (RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA) nos 12 pagamentos (referentes às produções de dezembro de 2007 a novembro de 2008) foi de R$ 0,7001/litro, sem o desconto do frete e dos impostos, aumento de 1,93% em relação ao valor médio de 2007, de R$ 0,6869/litro (sem o desconto do frete e dos impostos).

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Apesar da seqüência de quedas registrada a partir de julho deste ano, as altas do primeiro semestre garantiram aos produtores de leite o maior preço anual, em termos reais, desde o início dos levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em julho de 1994. A média ponderada nacional (RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA) nos 12 pagamentos (referentes às produções de dezembro de 2007 a novembro de 2008) foi de R$ 0,7001/litro, sem o desconto do frete e dos impostos, aumento de 1,93% em relação ao valor médio de 2007, de R$ 0,6869/litro (sem o desconto do frete e dos impostos).

Em dólares, o preço médio nacional do leite em 2008 também foi recorde, de US$ 0,3844/litro, representando aumento de 16,18% frente aos US$ 0,3308/litro registrado no ano anterior. Até 2006, os valores médios anuais não passavam da casa dos US$ 0,25/litro.

Nesse cenário, nos seis primeiros meses deste ano, o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L) aumentou 23,62% comparando-se ao mesmo período de 2007. Já no segundo semestre, quando tradicionalmente há um forte aumento na oferta, o ritmo de crescimento foi mais comedido, principalmente nos últimos três meses. Em novembro, o volume recebido pelos laticínios/cooperativas teve ligeira elevação 1,24%, ficando 5,5% abaixo do verificado em novembro de 2007. Comparando-se o acumulado deste ano (janeiro-novembro) a igual intervalo de 2007, nota-se que o ICAP-L aumentou 12%.

Entre os principais motivos do menor crescimento do volume estão as sucessivas quedas nos preços do leite no segundo semestre e os custos de produção mais elevados. De julho a novembro, as cotações do leite ao produtor acumularam recuo de 21% na média nacional. Quanto aos custos, levantamentos do Cepea realizados em parceria com a CNA mostram que, de junho a novembro, em Minas Gerais, os custos subiram cerca de 2%, enquanto o preço médio caiu 18%. A situação é pior no Rio Grande do Sul, onde os preços recuaram 20,5% no período, enquanto os custos aumentaram 3,16%.

Dezembro - Na média dos sete estados incluídos na pesquisa do Cepea, o preço de dezembro (referente ao leite entregue em novembro) ficou praticamente inalterado sobre o pagamento anterior, com leve alta de 0,25 centavo.

Entre as praças pesquisadas pelo Cepea, o maior aumento de preços em dezembro, de pouco mais de 4 centavos, ocorreu em Santa Catarina, com o preço médio chegando a R$ 0,5643/litro. No Paraná, a alta foi de 1,28 centavo, para R$ 0,5632/litro. No Rio Grande do Sul, o fechamento foi de R$ 0,5708/litro, elevação de 1 centavo frente a novembro. Contrastando com o Sul, a Bahia registrou a maior queda, de pouco mais de 2 centavos, com o litro passando para R$ 0,5988. Em São Paulo, houve baixa de 1%, para R$ 0,6008/litro.

Gráfico 1. ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite - Novembro/08. (Base 100=Junho/2004).

Figura 1
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Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em Dezembro referentes ao leite entregue em Novembro.

Figura 2
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Tabela 2. Médias estaduais das novas regiões - RJ e MS.

Figura 3
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Gráfico 2. Série de preços médios pagos ao produtor - deflacionada pelo IPCA (média de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA).

Figura 4
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As informações são do Cepea, adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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Vicente Romulo Carvalho
VICENTE ROMULO CARVALHO

LAVRAS - MINAS GERAIS - TRADER

EM 14/01/2009

Embora se respeite o ponto de vista do Sebastião Poubel, com a devida vênia, não se pode concordar com o mesmo. Este negócio do Estado dizer o que eu devo produzir e o quanto produzir não pega bem num regime democrático. Quando se fala em zoneamento agrícola e o Estado está financiando, tudo bem. Mas, quando se fala em produzir leite, quanto mais longe o Estado ficar melhor. Veja bem, falou em escoamento de estoque, entrou o Estado e disse que o valor do litro é R$ 0,47. Esta questão de quantos litros se deve produzir e a que preço, sempre observando a qualidade, é uma coisa muito própria para ser tratada entre produtor e laticínio (tudo dentro de um contrato) com seus deveres, direitos e obrigações.

Veja bem, nem determinadas obrigações do Estado, como saúde, segurança e educação, que estão na Constituição, ele observa. Tirar leite é coisa de iniciativa privada, inicia/saia/fique quem quiser. Não entendo como falar em safrista, se vaca não se faz de uma hora para outra. Para tirar leite, ou se tinha um plantel de novilhas e/ou vacas secas, ou se compra aquele plantel de alguém; neste caso, o leite apenas mudou de local, não há aumento de produção no geral.

Deixa esta crise apertar mais um pouco, que de uma coisa eu lhe asseguro, os verdadeiros produtores de leite vão dar a volta por cima e irão permanecer na atividade e com muitos ensinamentos. Esta turma que está pagando para produzir e não querem regular o mercado, vai aguentar até quando? Isto terá um fim e não veremos uma gota de sangue. Muito pelo contrário, muitas histórias para contar.
Sebastião poubel
SEBASTIÃO POUBEL

NATIVIDADE - RIO DE JANEIRO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 05/01/2009

Boa noite.
Lendo mais um dos bons artigos do MilkPoint, chego a conclusão que apesar de ser um desejo a longo prazo, talvez até um sonho, gostaria de ver o noso país com um sistema de cotas de produção para cada estado e depois para cada produtor.

Esta medida tornaria o mercado mais estabilizado e o aumento ou diminuição da produção, planejados. Evitaríamos as produções safristas, de produtores que não veem o leite como coisa séria. Quem sabe um dia esse sonho se realize.

Saudações, Poubel
Qual a sua dúvida hoje?