O resultado decorre da baixa produtividade (em litros por hectare por ano) e também da baixa proporção entre vacas em lactação e o total de vacas da propriedade.
De acordo com o trabalho, para bancar a depreciação, considera-se a formação de uma poupança que irá financiar a compra dos equipamentos/máquinas ao final da vida útil dos mesmos. Quanto à remuneração do capital, considera-se uma taxa de juros - no trabalho, de 6% ao ano, que seria uma média da poupança. Sem renda para esses itens do custo total, em médio prazo, isso pode representar o sucateamento das propriedades.
Algumas mudanças seriam suficientes para que produtores obtivessem renda suficiente para os gastos diários (operacionais), para a mão-de-obra familiar e também para as depreciações, tendo, assim, condições de permanecer na atividade.
Em Goiás, por exemplo, considerando a média das quatro regiões pesquisadas, bastaria que a produção diária por vaca aumentasse de 7,5 litros para 9,6 litros - considerando 24 vacas por propriedade, resultaria em um aumento de 50,4 litros por dia.
Para Minas Gerais, o incremento necessário por vaca é de 2,7 litros por dia. Com isso, a média passaria de 7,5 litros/vaca/dia para 10,2 litros/vaca/dia, com a produção média das propriedades típicas subindo de 233 litros diários para 318 litros diários.
Tabela 1. Comparação da área média das propriedades leiteiras de cada região, produtividade, participação da renda, capital investido e volume de venda de leite mais comum nas propriedades.

Os custos operacionais, que correspondem aos desembolsos mensais, responderam por 41% do custo total das propriedades leiteiras típicas em Goiás e, em Minas, por 58% no período de outubro de 2006 a outubro de 2007. Entre os custos operacionais, a maior participação foi da alimentação dos animais: em Goiás, esse item representou 34% e, em Minas, 46%. O segundo item de maior peso foi a mão-de-obra contratada, respondendo por 26% dos dispêndios operacionais em Goiás e por 22% desses em Minas Gerais.
Alimentação e mão-de-obra, portanto, representam cerca de 24,6% do custo total das propriedades leiteiras típicas de Minas Gerais e de 39,44% das goianas. Essa proporção relativamente baixa dentro do total de custos, segundo o estudo, reforça a necessidade de aumento no volume de leite produzido com a utilização da infra-estrutura já disponível na propriedade - melhor aproveitamento da capacidade instalada.
Tabela 2. Comparação da participação dos custos operacionais (desembolsos mensais) e do item mão-de-obra e alimentação dentro do total de custos, e capital empregado e receita total, entre outubro de 2006 e outubro de 2007.

Em ambos estados, 84% da receita bruta vem do leite e o restante, da venda de animais.
Os dados mostram que a receita bruta é pequena em relação ao capital empregado na atividade. Na média de Goiás, por exemplo, a receita de um ano corresponde a somente 8% do capital investido na atividade. Em Minas, esse índice é de 10%.
As informações são da assessoria de imprensa do Cepea.
