A Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL) desenhou um plano para recuperar as cooperativas de leite do Brasil, que respondem hoje por 30% da captação brasileira de leite, estimada em 21,1 bilhões de litros este ano.

Sabe-se que 500 cooperativas de leite entre pequenas, médias e grandes operam no País, um número três vezes menor que o registrado há uma década. "Não sabemos, porém, quais as condições destas estruturas", diz o diretor executivo da CBCL, Paulo Roberto Bernardes, que defende a modernização do sistema cooperativista, para que ele possa competir em situação de igualdade com as indústrias e se impor ao varejo.

A liberação do mercado de leite a partir de 1991, com o fim do tabelamento de preços, criou um desafio para as cooperativas de laticínios, que desde então têm de competir com empresas nacionais e multinacionais. Nesta batalha, as indústrias estão em posição de vantagem, uma vez que grandes empresas detêm 70% da captação de leite do Brasil.

Entre as dificuldades que as cooperativas enfrentam destacam-se a perda de produtores, dificuldades na venda e a necessidade de racionalizar a produção, profissionalizar a administração e investir em produtividade.

Segundo Bernardes, a meta é ampliar a captação das cooperativas aos níveis internacionais, entre 70% e 100%. Nos EUA, as cooperativas captam 70% do leite produzido. Na Nova Zelândia este índice chega a 100%. "Há cerca de dez anos as cooperativas respondiam por 51% da captação de leite do Brasil, mas o setor não resistiu à entrada das multinacionais", lembra o presidente da Leite Brasil, Jorge Rubez.

Fonte: Gazeta Mercantil(por Luciana Franco), adaptado por Equipe MilkPoint