Câmbio: Frimesa e Confepar desistem de exportar lácteos

O câmbio desestimulou as exportações de lácteos das cooperativas paranaenses Frimesa e Confepar. Com isso, mesmo com a ampliação das unidades industriais, ambas reduziram a produção e a estimativa de receitas para 2006.

Em maio, a Frimesa fez sua última remessa para a Coréia. "Nos primeiros meses de 2006 tivemos prejuízo de 22% nas exportações", contou o diretor-executivo Elias Zydek.

A Confepar começou a exportar leite em pó em abril de 2004 e fez embarques até novembro do ano passado. "Paramos para não ter prejuízos", justificou o diretor-comercial Gilson Rosa.

De acordo com reportagem de Marli Lima para o jornal Valor, a fábrica da Frimesa tem capacidade para produzir 1,2 mil toneladas de queijos por mês, das quais 900 eram exportadas. Hoje a produção mensal está em 400 toneladas e a captação de leite foi reduzida de 850 mil litros por dia para 600 mil. O leite condensado está salvando a cooperativa e, mesmo assim, o faturamento previsto para o ano já baixou de R$ 578 milhões para R$ 550 milhões - em 2005 ele foi de R$ 489 milhões.

Apesar do revés na exportação, a cooperativa avança para Santa Catarina, onde inaugura, no dia 16, na cidade de Aurora, a primeira indústria própria de leite pasteurizado no estado, que teve investimento de R$ 5 milhões em sua ampliação e modernização.

A Confepar segue o mesmo rumo. Segundo Gilson Rosa, a cooperativa exportou no ano passado 1,8 mil toneladas de leite em pó para uso institucional, o equivalente a 10% de sua produção. Enviou o produto ao Iraque, República Dominicana e África. Em 2006 pretendia embarcar 30% do total. No entanto, está produzindo 30% menos que em 2005. "Além de não dar para exportar, o preço está baixo porque as importações aumentaram", disse. Segundo o executivo, o quilo era negociado por R$ 7,50 em julho de 2005 e agora está em R$ 6.