BST pode reduzir impactos ambientais, diz estudo

O uso de hormônios de crescimento para aumentar a produção de leite pode ajudar a indústria de lácteos a reduzir significantemente seus impactos ambientais, segundo pesquisadores dos Estados Unidos.

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O uso de hormônios de crescimento para aumentar a produção de leite pode ajudar a indústria de lácteos a reduzir significantemente seus impactos ambientais, segundo pesquisadores dos Estados Unidos.

Eles disseram que a suplementação de 1 milhão de vacas com hormônio de crescimento - somatotropina bovina recombinante ou rBST - teria o mesmo efeito da remoção de 400 mil carros das ruas ou da plantação de 300 milhões de árvores.

"Esse é um impacto bastante substancial", disse o pesquisador da Universidade Cornell, Dale Bauman. A pesquisa foi publicada no Proceedings of the National Academy of Sciences.

"Dando rBST para um milhão de vacas, é possível obter a mesma quantidade de leite usando 157 mil vacas a menos. A economia de nutrientes seria de 491mil toneladas de milho, 158 mil toneladas de soja e a quantidade total de alimentos animais reduziria em 2,3 milhão de toneladas. Os produtores poderiam reduzir o uso de 219 mil hectares e reduzir em 2,3 milhões a erosão do solo anualmente", disseram os pesquisadores.

Embora a venda destes hormônios tenha sido aprovada em 1993 pela entidade que regulamenta esses produtos nos EUA, o Food and Drug Administration (FDA), o hormônio é proibido no Japão, na Austrália, no Canadá e em partes da Europa. Aqueles que se opõem ao seu uso alegam que eles podem ter efeitos prejudiciais às vacas e às pessoas que beberem o leite.

Várias lojas dos EUA já estão dando preferência aos produtores que não usem hormônios sintéticos, como é o caso da rede Wal-Mart Stores Inc., que em março disse que passaria a usar somente leite produzido sem o uso de hormônios de crescimento nos produtos de marca própria.

A produção pecuária é fonte de 37% do metano liberado pelas atividades humanas (com mais impacto no aquecimento global do que o CO2) - principalmente como subproduto dos sistemas digestivos dos animais - e 64% da amônia que contribui para a chuva ácida, de acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) de 2006. A criação de gado no mundo produz mais gases estufa do que os veículos automotivos, disse o mesmo relatório da FAO.

O estudo focou em questões ambientais, e não de segurança.

A reportagem é da Reuters e da Agence France-Presse (AFP).
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Paulo Luís Gonçalves Campelo
PAULO LUÍS GONÇALVES CAMPELO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 11/07/2008

Meus amigos produtores de leite, li o artigo acima e fiquei pasmo com as conclusões do Dale Bauman. Discordo com ele sobre dois aspectos: o primeiro deles é que o pecuarista não vai diminuir o número de vacas se a sua produção de leite aumentar devido ao uso de Somatotropina Bovina Recombinante; caso isso aconteça, o produtor ficará feliz com o aumento da sua renda e não vai querer diminuir o seu rebanho para poder voltar ao nível de produção sem o uso desse hormônio.

Concordo que a atividade pecuária é responsável pela emissão de grande quantidade de gases de efeito estufa; porém, esses gases são reciclados pelo próprio metabolismo das plantas forrageiras, a exemplo do que acontece com as áreas de cana com os gases emitidos pelos motores a álcool. Fazendo-se essa analogia, podemos afirmar que as vacas são movidas a combustível verde, assim como os motores a álcool. Mas nem por isso podemos deixar de direcionar estudos que viabilizem tecnologias acessíveis que possibilitem ao pecuarista a apreensão desses gases para serem utilizados para a geração de energia limpa e também possibilitando a obtenção de renda extra com a comercialização de créditos de Carbono.

Definitivamente, os grandes vilões que realmente contribuem para o aumento da concentração de GEE na atmosfera são os combustíveis fósseis, isso porque os gases emitidos por esses combustíveis não se encontravam antes na atmosfera, e sim nos poços de petróleo.
Paulo Luís Gonçalves Campelo
PAULO LUÍS GONÇALVES CAMPELO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/07/2008

Discordo da afirmativa de que a pecuária contribui mais com o aquecimento global do que os automóveis. De onde vêm os alimentos que os animais consomem? Das plantas, que utilizam esses gases no seu metabolismo e, ao realizarem a fotossíntese, retiram o monóxido de carbono da atmosfera, principal gás do efeito estufa, e isso vai gerar um ciclo de forma que os gases emitidos pela atividade pecuária serão posteriormente extraídos pelas plantas que irão alimentar o rebanho, não contribuindo pelo seu aumento na atmosfera ao longo dos anos.

Já os carros funcionam com combustível fóssil, que estavam armazenados a milhões de anos nas profundezas da terra e dos oceanos e que estão sendo retirados pelos famigerados países exportadores de petróleo, e esses combustíveis, ao serem consumidos, estão lançando na atmosfera os gases de efeito estufa que nunca mais voltarão a ser petróleo, esses sim estão contribuindo para aumentar a quantidade de gases existentes na atmosfera.

É lamentável saber que existem pessoas que pensam assim, esses são os mesmos que defendem o petróleo como única matriz energética para abastecer a frota mundial e temem o desenvolvimento de combustíveis alternativos como o nosso álcool, que emite monóxido de carbono sim, mas que é retirado pelas plantações de cana deixando um saldo negativo, isso é, as lavouras de cana retiram mais monóxido de carbodo da atmosfera do que o álcool produzido com essa cana irá lançar na atmosfera ao entrar em combustão nos cilindros dos motores. Mais ou menos como acontece com as pastegens e os gases emitidos pelas nossas inocentes e lindas vaquinhas.

Convenhamos, dizer que a utilização de hormônios sintéticos irá contribuir para a redução de emissão de gases de efeito estufa é, no mínimo, uma afirmativa irresponsável e tola. Só me resta lamentar e torcer para que isso não seja levado a sério.
Roberto Jank Jr.
ROBERTO JANK JR.

DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/07/2008

De fato, toda ferramenta de intensificação de produção por unidade animal ou por área tem efeito ambiental positivo; o custo social, ambiental e por unidade produzida (esta última desde que com relção custo produto/preço de leite favorável) normalmente fica mais baixo.

Precisamos sempre lembrar que a população e o consumo crescem, mas não as terras e a possibilidade de alojar mais vacas em sistemas de baixa produtividade por área.
Qual a sua dúvida hoje?