As importações brasileiras de leite em pó fecharam o mês de abril em 4 mil toneladas, 46,6% a menos do que o volume importado no mesmo período do ano passado. No acumulado do ano, a redução é de 53,2%: 53,4 mil toneladas no primeiro quadrimestre de 2000 contra as 25 mil toneladas importadas até abril deste ano. Os dados são da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

Os números consolidam a tendência de queda nas compras externas de leite em pó verificadas a partir dos acordos de preços mínimos feitos com a Argentina, Uruguai e empresas da União Européia, além das tarifas antidumping aplicadas às exportações da Nova Zelândia. Em valores, a redução nas importações de leite em pó foi de 36,8%: US$ 13,5 milhões em abril de 2000 contra US$ 8,5 milhões em abril deste ano.

De acordo com o chefe do Departamento Econômico da CNA, Vicente Nogueira Netto, a redução acontece não apenas em relação ao leite em pó, mas a todos os produtos lácteos. Segundo Vicente Nogueira, a queda nas importações consolida também a tendência de recuperação dos preços ao produtor e o aumento da demanda interna, observados a partir de fevereiro. Para este ano, a expectativa é de que as importações cheguem, no máximo, ao equivalente a 1,4 bilhão de litros de leite. A produção nacional deve crescer 5%, alcançando 20,82 bilhões de litros e suprindo quase que a totalidade do mercado nacional.

Paulo Sérgio Mustefaga, assessor técnico da CNA, explica que a retração determinada pelas medidas antidumping também refletem nas cotações do leite no mercado interno. "Os efeitos serão percebidos mais claramente a médio e longo prazo. O produtor, por exemplo, passará a ser melhor remunerado e poderá investir para aumentar sua capacidade", afirma. Mustefaga diz, ainda, que o quadro pode mudar a partir do mês de junho. "Como estamos em período de entressafra, as importações podem aumentar a partir desse mês", prevê.

fonte: Confederação Nacional da Agricultura e Valor Online (por Maeli Prado), adaptado por Equipe MilkPoint