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O MilkPoint recebeu uma nota do professor Sebastião Cesar Cardoso Brandão, da Universidade Federal de Viçosa, sobre a notícia publicada em 01/11 no site, que mostra a opinião de alguns agentes do setor sobre a fraude do leite. "Em relação ao artigo do MilkPoint 'Especialistas apontam problemas no leite', de 01/11/2007, gostaria de esclarecer que, da forma como a matéria foi colocada, poderia parecer que todos (produtores e indústrias) fraudam o leite UHT no Brasil. Entretanto, é claro, isso não é verdade, pois, felizmente, ainda a grande maioria dos produtores e indústrias é honesta por natureza. Mas um mercado somente controlado pelos "honestos por natureza" não é suficiente para debelar essa fraude, pois ela dá muito lucro, sendo indispensável a ação do governo para punir os fraudadores.
A fraude do leite prejudica os consumidores pois reduz o valor nutritivo do leite e prejudica as indústrias e produtores honestos. A defesa do consumidor e a garantia da legalidade da comercialização devem ser realizadas pelo governo, incluindo o MAPA, O Ministério da Saúde, o Ministério Público, o Ministério da Justiça, e os órgãos de Defesa do Consumidor.
Já foram registradas diversas denuncias de fraude ao leite ao longo dos últimos 30 anos, mas nunca houve ação governamental que acabasse definitivamente com ela, pelo menos na sua grande maioria. Pouco tempo depois dos escândalos da comprovação das denuncias, a situação voltava ao (a)normal, ou seja a fraude voltava a ocorrer. Dessa última vez, pelo menos, houve uma ação conjunta do Ministério Público com a Polícia Federal, que enquadrou os responsáveis antes da revelação da ação governamental. Os presos confessaram a fraude em detalhes aos Procuradores da República responsáveis pela ação do governo. Nos casos passados, a comprovação legal da fraude se perdia nas dúvidas levantadas nas análises laboratoriais, e na burocracia legal.
Talvez seja essa a solução para a fraude do leite no Brasil: tratar como caso de polícia (que na verdade é), realizando ações prévias de investigação sigilosa (antes da divulgação) que ajudem a prová-la legalmente. Torna-se também indispensável que as legislações do MAPA e do Ministério da Saúde sobre o assunto sejam atualizadas, para evitar que os fraudadores escapem da punição por falhas jurídicas."
Equipe MilkPoint.
