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Boas ofertas e dólar pesam sobre commodities

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 31/12/2018

4 MIN DE LEITURA

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Pressionadas por ofertas em geral confortáveis e pela valorização do dólar em relação às principais divisas do mundo, inclusive o real, as cotações da maioria das commodities agrícolas que têm o Brasil como grande país exportador vão encerrar 2018 em patamares mais baixos que os registrados no fim de 2017 e com médias anuais também em queda nas principais bolsas americanas.

Cálculos do Valor Data baseados nos contratos futuros de segunda posição de entrega mostram que, nessas duas bases de comparação, o café, negociado em Nova York, é o produto que apresenta as maiores perdas. A média de dezembro será cerca de 16% menor que a do mesmo mês do ano passado, e a média deste ano será a mais baixa desde 2006.

Pesam sobre os preços do café sobretudo as produções recorde no Brasil (arábica), maior exportador mundial, e no Vietnã (robusta) na safra 2018/19, o que colabora para manter elevado o nível de estoques em importadores e limitar o espaço para valorizações, conforme analistas consultados nas últimas semanas. O dólar forte melhora a remuneração dos exportadores, e justamente por isso se torna um fator adicional de pressão.

No mercado de açúcar, a situação não é muito diferente, ainda que neste caso o que colabora é o crescimento da oferta de países da Ásia, principalmente da Índia, que tem concedidos gordos subsídios a seus produtores. Na bolsa de Nova York, a média de dezembro da commodity recuará mais de 11% na comparação com a do mesmo mês de 2017, ao passo que a média de 2018 será a mais baixa de 2007.

Como neste ano, realçam consultorias especializadas, o Brasil também estará no centro das atenções em 2019. Ainda que possa perder a liderança da produção global para a Índia, o país continua encabeçando com folga as exportações, embora as usinas do Centro-Sul estejam privilegiado a fabricação de etanol, que segue competitivo em relação à gasolina no mercado doméstico.

A questão é se o "mix" da próxima safra na região, que terá início em abril, será tão "alcooleiro" como no ciclo atual e quais os reflexos dessa estratégia no balanço global de oferta e demanda, que caminha para um relativo equilíbrio - as estimativas variam de pequeno déficit a superávit também modesto.

Outra commodity cujas exportações são puxadas pelo Brasil e que continua com cotações em baixa é o suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ). Com a produção em São Paulo e Minas Gerais - que abrigam o maior parque citrícola do mundo - recuperada do tombo de meados desta década e a demanda externa em rota descendente, o suco fechará dezembro com preço médio em torno de 6% inferior ao do mesmo mês de 2017 em Nova York, e sua média anual será a mais baixa desde 2015.

Para as indústrias exportadoras, o horizonte só não é mais plúmbeo graças ao consistente aumento do comércio do suco pronto para beber (NFC). O problema, nesse caso, é que os aportes em logística necessários para impulsionar os embarques são mais elevados - o NFC ocupa cerca de seis vezes mais espaço que o FCOJ nos navios e armazéns.

No mercado nova-iorquino, quem destoa é o algodão. Sustentado pelo reaquecimento da demanda da China e quebra na oferta, e apesar das disputas comerciais entre o país asiático e os Estados Unidos, principal exportador mundial, o preço médio da pluma fechará dezembro com alta de 4,5% em relação ao resultado do último mês de 2017 e, segundo o Valor Data, a cotação média anual será a maior desde 2013.

Mas em 2019, realçam analistas, não será fácil preservar essa sustentação, já que diversos países, o Brasil entre eles, tendem a ampliar a produção. Por isso, será fundamental que a China continue recompondo seus estoques e que as cotações do petróleo permaneçam no nível atual, que tira um pouco da competitividade das fibras sintéticas. Se isso acontecer, será melhor para o Brasil, o segundo maior exportador no segmento.

Outro movimento que poderá beneficiar o Brasil é a redução da área plantada de soja na próxima safra (2019/20) nos Estados Unidos, onde as colheitas têm batidos sucessivos recordes. Ocorre que, por causa das rusgas com Pequim, os americanos viram as encomendas chinesas diminuírem, e não está claro se os beligerantes caminham ou não para um armistício concreto capaz de levar a China a retirar a sobretaxa de 25% que incide sobre o grão americano exportado para seu mercado.

Caso isso aconteça, analistas afirmam que as cotações poderão voltar a subir em Chicago. A média deste mês será quase 7% inferior que a de dezembro de 2017, e a média de 2018, a mais baixa desde 2015. Desde 2015, essa média não rompe a barreira de US$ 10 por bushel (ver matéria Mas, afinal de contas, o que é exatamente um bushel?), o que vinham acontecendo desde 2008. Neste ano, os exportadores do Brasil, que lidera os embarques mundiais, compensaram a queda das cotações com prêmios mais polpudos pagos pelos importadores nos portos. Se houver altas expressivas em Chicago, os prêmios vão cair.

Mas de fato não existe almoço grátis. Todas as projeções disponíveis na praça apontam que a prevista área menor de soja nos EUA em 2019/20 será ocupada pelo milho, o que tende a exercer pressão sobre as cotações do cereal. Dessa forma, os exportadores brasileiros poderão enfrentar dificuldades no segundo semestre do ano que vem, quando será escoada a "safrinha" desta temporada 2019/20. Como a soja, o milho tem andado de lado em Chicago desde 2015. Fechará dezembro com alta da ordem de 8,5% sobre o mesmo mês de 2017, mas sua média em 2018 continuará abaixo de US$ 4 por bushel.

As informações são do jornal Valor Econômico. 

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