Baixa lucratividade desanima produtores de MG

O sul de Minas Gerais inicia a entressafra, período em que normalmente os preços aumentam em virtude da menor produção de leite. No entanto, mesmo com o valor recebido por litro sendo R$ 0,04 maior que no mês passado, o negócio está desanimando os produtores locais em virtude da baixa lucratividade, dada pelo alto custo da ração.

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O sul de Minas Gerais inicia a entressafra, período em que normalmente os preços aumentam em virtude da menor produção de leite. No entanto, mesmo com o valor recebido por litro sendo R$ 0,04 maior que no mês passado, o negócio está desanimando os produtores locais em virtude da baixa lucratividade, dada pelo alto custo da ração.

Segundo reportagem da EPTV Sul de Minas, para a Cooperativa de São Gonçalo do Sapucaí a situação também não é boa. No ano passado, nesta mesma época, os produtores entregavam cerca de 60 mil litros mensalmente. Hoje são 40 mil. Segundo o presidente de uma cooperativa, José Guilherme de Azevedo, a falta incentivo aos produtores e a soma dos gastos acabam desestimulando quem sempre viveu do leite como principal fonte de renda.

De acordo com o presidente da cooperativa, o preço do leite industrializado para os revendedores é de R$ 0,75, valor que deve subir nos próximos dias.

Segundo o presidente da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais, Eduardo Dessimoni Teixeira, o preço do leite no estado deve ter um aumento médio de R$ 0,05 a R$ 0,10 por litro para os produtores no período da entressafra.
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ALAN CARLOS COTA
ALAN CARLOS COTA

SETE LAGOAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/04/2007

É imoral a situação do pequeno produtor hoje na nossa região, dificuldades imensas na hora de conseguir um finaciamento, o preço pago pelo litro de leite mal dá pra tirar as despesas, falta linha de crédito para todo o setor leiteiro.

A realidade hoje de todos aqueles que dependem desse ramo, é lastimável, veja a cooperativa de uma cidade vizinha à beira de uma falência, enquanto a de Sete Lagoas viveu momentos nunca vistos com falta de leite e greve de funcionários. O setor esconde, mas o que estamos passando é uma crise, que poderá agravar ainda mais se o governo estadual e federal não intervir por nós.

Se falta leite no mercado, que incentive o produtores que mudarão de ramo a retorna ao setor leiteiro, que aumente o preço do leite pago, que libere mais verbas e créditos, pois só assim conseguiremos aquecer nosso mercado.

Fico triste, mas vejo uma luz no fim do tunél e espero que autoridades e empresários não deixem apagar.

Palavras daquele que mais sofre com essa situação " O Cidadão".
Fernando Antonio de Azevedo Reis
FERNANDO ANTONIO DE AZEVEDO REIS

ITAJUBÁ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/03/2007

Conheço São Gonçalo do Sapucai, estive no mês de novembro/06 por lá, visitei dois grandes produtores, um de 9000 litros/dia e outro de 4000 litros dia aproximadamente. Ambos cresceram o volume de leite produzido nos últimos anos, pelo que me lembro, não são fornecedores da cooperativa local.

Pergunto se produtores não estão saindo ou não estão nas cooperativas em virtude do preço recebido pelo leite, eu tenho observado em outras cooperativas da região a saída de tradicionais produtores de bom volume, muitos estão entregando para empresas privadas.

Portanto, não é a produção que está caindo, mas sim a captação de algumas empresas, sendo o principal motivo o preço recebido pelo leite.
Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/03/2007

Cara quase conterrânea Daniela,

O problema é que se a produção continuar a cair, aqueles que já a têm no limite de suas forças, morrerão de fome. Não é por aí. Entendo que a iniciativa não deve vir só da união dos produtores, mas, sim, do Governo Federal, que deveria dar condições para que os investimentos necessários pudessem ser realizados, como subsídios, preço mínimo, financiamentos reais, tal como acontece nos países mais desenvolvidos em pecuária (EUA, Holanda, Nova Zelândia, entre outros). Só que...

Um grande abraço e, não desanime.

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
Daniela Baptista de Oliveira
DANIELA BAPTISTA DE OLIVEIRA

MATIAS BARBOSA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/03/2007

O problema é que toda a estrutura necessária à boa produção leiteira envolve enormes e constantes quantidades em investimentos. Desta forma, conheço apenas alguns fazendeiros que conseguem se aproximar de uma estrutura capaz de suportar as exigências deste tipo de negócio. E dentre eles, 100% não depende em absoluto do dinheiro apurado com a venda do leite.

Os que realmente precisam, e se utilizam da venda do leite como meio de subsistência, não possuem qualquer tipo de assistência financeira e/ou incentivo, tampouco atingem dignidade em seu sustento e de sua família.

O fornecimento de leite deveria continuar decaindo, e de forma vertiginosa, para que alguém finalmente valorize o trabalho e o esforço de quem se dedica à produção.
Germano Jose Martins Assunçao
GERMANO JOSE MARTINS ASSUNÇAO

PARÁ DE MINAS - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 28/03/2007

Se não nos unirmos vamos continuar como os últimos da lista, porque os laticínios fazem o preço e no último dia do mês.

Nós, pobres produtores, temos que engolir o preço estipulado. Como já dizia meu pai, quanto mais leite, maior o prejuízo.

Teríamos que ter uma bancada para nos defender e saberíamos no início do mê so que receberíamos dia 30 como pagamento do leite.

Vamos diminuir a produção para que possamos ter uma luz no fim do túnel.
Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/03/2007

Prezado Leonardo,

O produtor de leite é o único detentor da matéria-prima que não pode dar preço a ela. A explicação é simples: impossibilidade de armazenamento por período respeitável de tempo. Resta, então, lidar com gado de elevada produção e com número de cabeças reduzido.

Mas, o custo inicial deste sistema é grande e a maioria de nossos conterrâneos mineiros vive em condições financeiras proibitivas. O Governo Federal, tão "imbuído da vontade de ajudar aos mais necessitados" parece que vê no produtor o grande fazendeiro abastado, esquecendo-se que a grande massa vive em condições de semi-pobreza. Quando lança financiamentos, o faz através do Banco do Brasil, uma das entidades bancárias mais enjoadas na concessão de crédito, o que inviabiliza o acesso da maioria dos pecuaristas estatinos.

Resultado: o financiamento só chega a quem menos precisa dele - os mais ricos. Assim, comungo com a sua preocupação de acabarmos matando a "vaca do leite de ouro", não para ver o que tem dentro, como na história da galinha dos ovos dourados, mas para comê-la.

Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
leonardo campos de carvalho
LEONARDO CAMPOS DE CARVALHO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 24/03/2007

Gostaria de me solidarizar com o tema da reportagem, quando esta diz que o produtor está desestimulado a produzir leite na entressafra, sobretudo pelo preço da ração e a lentidão com que as empresas compradoras de leite estão agindo para aumentarem o preço do leite aos produtores.

Sou professor universitário e digo aos alunos que na cadeia do setor leiteiro, as empresas compradoras vêem o produtor como um inimigo e não como um parceiro de fundamental importância na produção da matéria-prima que tanto elas precisam para beneficiar produtos de suma necessidade para uma vida saudável ao ser humano.

Percebo que este ano, será um divisor de águas na cadeia produtiva do leite e faço um alerta: Cuidado para não acabar as vacas de leite de ouro!
Aroldo Augusto Martins
AROLDO AUGUSTO MARTINS

EDEALINA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/03/2007

Estou de acordo com os produtores de Minas. Aqui em Goiás não é diferente, também temos sérios problemas para continuar na atividade. Hoje precisamos de uma gestão de negócio muito boa, mas ela não faz milagres.

Infelizmente, nós, que fornecemos matéria-prima, seremos cada vez mais massacrados, tanto pelo nossos fornecedores de alimento, como também pelos compradores do leite.

Existe um cartel de interesses e o pobre do produtor acaba pagando o preço, isso por falta de gestão.

Desde 1987, há uma tendência de se pagar menos para quem produz matéria-prima, e aumentar o lucro de quem industrializa e revende.

Basta verificarmos quanto custa um copo de requeijão, ou um iorgute. Esta tendência não irá mudar agora, por isso temos que viabilizar nosso negócio com uma boa gestão ou partir para outro negócio.
Qual a sua dúvida hoje?