Bactéria transgênica pode adoçar naturalmente o leite

Adicionando uma nova cepa de bactéria geneticamente modificada aos produtos lácteos, o processo de fermentação está limitado a converter a lactose em glicose, uma técnica que pode remover a necessidade de adicionar adoçantes aos produtos lácteos.

Publicado por: MilkPoint

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Uma nova cepa de bactéria geneticamente modificada converte a lactose em glicose nos produtos lácteos, podendo remover a necessidade de adicionar adoçantes aos produtos lácteos.

A pesquisa, parte do projeto Nutra Cells financiado pela União Européia (UE), também tem implicações para a intolerância à lactose porque, ao converter a lactose em glicose, o teor de lactose no produto final é significantemente reduzido.

Os pesquisadores, liderados pelo professor Oscar Kuipers da Universidade de Groningen, avaliaram várias cepas e plasmídeos da bactéria Lactococcus lactis modificada por engenharia genética. Esta bactéria é extensivamente utilizada na indústria de lácteos na produção de produtos lácteos fermentados, e tem um metabolismo de carbono relativamente simples.

Ao modificar por engenharia genética diretamente esta cepa da L. lactis, os pesquisadores foram capazes de deletar genes que codificam para o metabolismo da glicose da bactéria. Isso foi obtido pelo rompimento do principal sistema de transporte do açúcar, chamado de sistema fosfotransferase (PTS).

A lactose é um dissacarídeo, ou seja, é composta de duas moléculas básicas de açúcar, uma molécula de galactose ligada a uma molécula de glicose. Ao deletar certos genes no PTS-lactose, é possível criar uma bactéria que fermenta seletivamente a parte galactose da lactose, mas não a parte glicose. A glicose então se acumula fora da célula, no produto lácteo.

Kuipers disse ao site FoodNavigator.com que a pesquisa usou uma cepa laboratorial, sendo necessário o desenvolvimento de um processo industrial. No entanto, um dos principais obstáculos é a aceitação dos consumidores dos produtos geneticamente modificados, particularmente na Europa. O produto precisa, ainda, ser aprovado pelas regulamentações da UE.

O processo foi testado em leite em pó com teor de lactose de cerca de 5% e funcionou bem, com o processo de fermentação parando quando o pH do leite caiu para 4,2, o que ocorre na fermentação láctea sob condições naturais.

A técnica também pode influenciar o sabor do produto lácteo final, disseram os pesquisadores, uma vez que a produção de glicose combinada com menos acidificação do produto produziria um sabor mais suave.
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