A Avipal lançou ontem um programa para fidelizar o produtor de leite que fornece matéria-prima para a empresa. A companhia cadastrou automaticamente os quase 15 mil produtores que já são fornecedores no Rio Grande do Sul e os interessados em aderir ao "Clube do Produtor Elegê", sua principal marca do segmento lácteo, assinarão um contrato prevendo entrega exclusiva para a empresa durante 11 meses. Em troca, estarão inscritos em um sistema que prevê pontos e bônus, que poderão ser trocados por prêmios e um pagamento adicional. Pelo fornecimento, o produtor receberá o valor de mercado do leite.
A novidade foi lançada no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, durante a 28a Expointer (Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários).
Com o investimento de R$ 6 milhões no programa, além de fidelizar os produtores a Avipal quer aumentar o desempenho geral de seus fornecedores, disse o superintendente da empresa, José Carlos Aguilera. A cada 50 litros fornecidos, o produtor receberá um bônus. Cada 100 bônus rendem R$ 25 adicionais ao fornecedor.
A Avipal conta com a proximidade de relacionamento com os fornecedores para disseminar orientações técnicas ao produtor e melhorar o rendimento. "O aumento de produtividade no Sul é algo interessante para nós porque temos concentração de captação de leite na região", comentou o executivo.
A empresa recebe cerca de 50% do leite produzido sob inspeção no Rio Grande do Sul, num total de 2,5 milhões de litros por dia. "O modelo da Elegê é procurar um relacionamento de longo prazo", acrescentou.
Outro efeito do programa é preparar a empresa para o aumento da concorrência no estado, admitiu Aguilera, ao comentar a confirmação do investimento da Nestlé. Na semana passada, a multinacional informou que instalará uma fábrica de lácteos no Rio Grande do Sul. "Faz parte da estratégia de bloquear a concorrência", afirmou, ressaltando, no entanto, que o programa está sendo preparado há vários meses.
Exportação
A Avipal está otimista com o mercado externo para os produtos lácteos no segundo semestre. Embora as exportações tenham sido pequenas até junho, o equivalente a 2% da captação, a companhia previu que as vendas devem chegar a 20% no período de julho a dezembro. O mesmo índice é esperado em 2006.
Aguilera explicou que, no final do ano passado o mercado trabalhava com uma previsão de falta de produto para o primeiro semestre de 2005, o que acabou não se confirmando.
Assédio
Segundo nota publicada na coluna de Sônia Racy, no Estadão, a empresa estaria sendo assediada, visando uma possível venda.
Fonte: Estadão/Agronegócios (por Sandra Hahn), adaptado por Equipe MilkPoint
Avipal quer fidelizar fornecedores de leite
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