Austrália: Exportações de lácteos para a China enfraquecem
Publicado por: MilkPoint
Publicado em: - 4 minutos de leitura
A previsão das exportações australianas de lácteos para a China também é composta pela atualmente fraca produção de leite na Austrália, que ainda não se recuperou do impacto da severa seca que atingiu o país em 2002 e 2003, disse ele. Além disso, as antes fortes exportações de vacas leiteiras da Austrália para a China se reduziram nos últimos anos.
Os participantes da indústria de lácteos da China expressaram interesse na importação de embriões australianos, que a Austrália disse que estava disposta a fornecer, disse ele, diminuindo, desta forma, a demanda por animais vivos.
Ginnivan fez esses comentários após retornar da China, onde fez uma apresentação em uma cerimônia aberta em comemoração aos 10 anos da Associação da Indústria de Lácteos da China, em Hohhot, Inner Mongolia. Notando que a indústria de lácteos da China cresceu extraordinariamente de 1995 a 2004, Ginnivan disse que ele percebe que a indústria está agora em um período de reestruturação e reajuste após um período de rápida expansão.
A oferta de leite excedeu a demanda, com uma guerra de preços em algumas áreas produtoras de leite em alguns períodos. De um modo geral, a demanda na China tem se reduzido um pouco, aproximando a oferta e a demanda, embora ele ache que isso será temporário.
Exportações para a China caem desde 2002
A Austrália é o terceiro maior exportador de produtos lácteos do mundo, fornecendo cerca de 15% do comércio global, embora produza somente cerca de 2% da produção global.
As exportações australianas de lácteos para a China, incluindo Hong Kong, têm caído firmemente desde o pico atingido de A$ 169,9 milhões (US$ 128,23 milhões) no ano fiscal que terminou em 30 de junho de 2002, quando as exportações totais de lácteos atingiram A$ 3,2 bilhões (US$ 2,41 bilhões), de acordo com dados oficiais e da indústria.
As exportações australianas de lácteos para a China e Hong Kong no último ano fiscal atingiram A$ 119,8 milhões (US$ 90,41 milhões) de um total de exportações de A$ 2,45 bilhões (US$ 1,84 bilhões).
Os exportadores australianos querem exportar mais produtos lácteos para a China, com o comércio atualmente dominado por leites em pó e fórmulas infantis, disse ele. A queda nas exportações de 2001-02 reflete, em parte, o impacto da seca que reduziu a produção de leite, da qual a indústria ainda não se recuperou totalmente.
A produção de leite da Austrália atingiu seu pico de 11,3 bilhões de litros em 2001-02. A produção está estimada em 10,1 bilhões de litros para este ano fiscal, o que denota uma pequena mudança desde 2003-04.
Ginnivan disse que de 3% a 5% dos produtores australianos saem da atividade a cada ano, exacerbando o esforço que o país enfrenta para aumentar a produção de leite. A situação não era favorável para deixar a atividade em 2002 e 2003, quando a seca pressionou os preços das terras para baixo, mas com o aumento desses preços agora, os produtores estão tendo a oportunidade de sair, disse ele.
A Austrália exporta mais de 55% de sua produção de leite anual e mais de 65% de sua produção de produtos manufaturados. Qualquer queda significativa na produção de leite se traduz em uma forte redução da disponibilidade de produtos para exportação.
Exportações de vacas leiteiras
De acordo com o Dairy Australia, as exportações de vacas leiteiras aumentaram em número em 11% para 70,8 mil cabeças no último ano fiscal de 2003-04, com 84% destinados para a China e 8% para o México. O valor dessas exportações foi de A$ 122 milhões (US$ 92,07 milhões).
Na semana passada, uma equipe de inspetores chineses aprovou os primeiros três centros de exportação de embriões da Austrália, o que poderia significar a exportação de milhares de embriões para suprir a demanda da China por bovinos de leite e de corte.
Ginnivan disse que a China quer aumentar a produção de leite do país e o melhoramento genético faz parte desta estratégia que também inclui aspectos de manejo e nutrição animal.
Apesar de Ginnivan notar uma redução temporária na demanda, a China está mostrando uma forte tendência ao crescimento na demanda por lácteos, direcionado pelo forte crescimento econômico, urbanização, o desejo de auto-suficiência e os benefícios nutricionais. Ele estimou um consumo per capita anual de produtos lácteos na China de cerca de 12 a 15 quilos, comparado com os 70 a 80 quilos na Ásia, 275 quilos na Austrália e 400 quilos na França.
Dado o tamanho do mercado chinês e ao fato de as ofertas globais de lácteos estarem apertadas, mesmo se os exportadores australianos não fornecerem diretamente para a China, outros exportadores o farão, criando um mercado maior em algum lugar, disse ele. "Direta ou indiretamente, isso está levando a um grande consumo em todo o mundo".
Em 01/09/05 - 1 Dólar Australiano = US$ 0,75474
1,32496 Dólar Australiano = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)
Fonte: Dow Jones Newswires (por Ray Brindal), adaptado por Equipe MilkPoint
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