Aumento de produção deve ser estimulado em 2008
Terminou ontem (6) o 6º Congresso Internacional do Leite, realizado desde o dia 4 de dezembro em Resende (RJ) pela Embrapa Gado de Leite. O evento abordou o mercado de leite interno e externo, e diversos especialistas falaram das perspectivas do setor.
Publicado por: MilkPoint
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No dia 5 foram apresentadas as palestras de Christian Robert, secretário executivo da FIL (Federação Internacional de Lácteos), que mostrou como a entidade e por que o Brasil deveria se filiar ao comitê. Vicente Nogueira Netto, presidente da Fepale, Marcelo Pereira de Carvalho, diretor executivo da AgriPoint, e Paulo do Carmo Martins, chefe-geral da Embrapa Gado de Leite falaram sobre as perspectivas para o mercado de lácteos.
Segundo Nogueira Netto, o setor lácteo no Brasil está entrando em um novo ciclo, sendo fundamentais o aumento do consumo doméstico de lácteos e ampliação das exportações. Algumas das vaiáveis-chaves para o crescimento do setor são o crescimento da economia e programas sociais, marketing institucional de lácteos e manutenção das políticas anti-dumping. As tendências de curto prazo dependem das taxas de juros e do câmbio, dos preços dos lácteos no mercado internacional e dos preços dos insumos. Segundo Nogueira, os preços no mercado internacional vem sofrendo alguma queda, mas a perspectiva é de preços médios consideravelmente mais altos do que a média dos últimos anos. "O Brasil tem exportando muito leite ultimamente e, até outubro, passamos dos US$ 191 milhões, um recorde histórico", comemora.
Carvalho acredita num aumento do estímulo de produção para o próximo ano, mesmo com os custos mais altos de produção. Apesar da queda dos preços verificada a partir de outubro, tudo indica que 2008 se iniciará com preços quase 30% maiores do que 2007. "Ainda que os preços dos insumos de alimentação tenham subido e apertado as margens, o cenário é de estímulo a produção, havendo necessidade de novas fábricas para permitir o crescimento continuado," prevê.
Martins falou sobre a formação da União Européia e a importância do bloco no setor leiteiro, acrescentando que a UE está deixando de pressionar os preços internacionais ao reduzir os subsídios à exportação e se concentrar no mercado da própria União Européia. O chefe geral da Embrapa utilizou também exemplos de microeconomia, como o dilema do prisioneiro,para mostrar que o comportamento cooperativo entre empresas tende a trazer resultados mais interessantes do que comportamentos competitivos. "É necessário ter confiança para que se possa ter um comportamento mais cooperativo no setor; um exemplo de ação cooperativa é o marketing institucional", explicou.
Torsten Hemme, diretor presidente da IFCN/Alemanha falou sobre o mercado internacional de lácteos, sobre como o aumento dos preços internacionais influencia o estímulo da produção em diferentes países. Sam Shi, pesquisador da China, falou sobre o crescimento do setor lácteo daquele país e disse que a expectativa é de um crescimento de 20% a 30% do consumo de lácteos ao ano na China e, ainda, que pelo menos até 2010 o país será importador de leite em pó. Porém, Shi acha que a China tem condições de crescer muito sua produção de leite.
Alfredo de Goeye, presidente da Serlac/Brasil falou do setor exportador de leite e projetou para 2020 uma produção brasileira de 50 bilhões de litros no país, com um consumo de 180 litros/habitante/ano, se o crescimento continuar com as mesmas taxas dos últimos anos. Assim, o excedente seria de 10 bilhões de litros (20% da produção total). Em 2005, esse percentual foi de 1%.
Glauco Rodrigues Carvalho, pesquisador da Embrapa Gado de Leite, falou sobre os possíveis impactos da agroenergia na atividade leiteira, como o aumento de custos de terras e grãos utilizados na ração animal.
Equipe MilkPoint.
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