Aumento de desnatados impulsiona creme de leite

Com a sobra de gordura resultante da fabricação de produtos desnatados, a saída encontrada pelos laticínios foi aproveitar o material para fazer creme de leite e outros derivados. É o que estão fazendo a Nilza Alimentos e a Cooperativa Agropecuária Itapagipe (Copapi), dona da marca Lactus.

A Nilza já deu o pontapé inicial lançando o creme de leite e até o final do ano pretende colocar no mercado produtos lácteos, como o creme de leite light, manteiga e achocolatado, a base de gordura do leite, aproveitando 100% da sobra resultante dos desnatados. Foram investidos R$ 2 milhões nesses lançamentos, informou matéria de Luiz Silveira, do Diário do Comércio e Indústria/SP. A empresa processa hoje 480 mil litros por dia, e mais de 15% desse total é trnasformado em leites denatados.

A Copapi, do Triângulo Mineiro, está seguindo o mesmo caminho, e lançou há 40 dias o creme de leite Lactus. Até agora, a produção está em 810 mil embalagens longa vida de 200 gramas por mês. A empresa processa 8 milhões de litros de leite mensalmente. "A aceitação está sendo muito boa e dentro de um ano pretendemos atingir 2,1 milhões de embalagens por mês. Quando isso acontecer, teremos até que comprar gordura de outros laticínios", comemorou o diretor comercial da Copapi, Carlos Alberto Bertolino.

Além de buscar uma solução para o excedente de gordura, a Nilza e a Copapi encontram no creme de leite um bom mercado devido aos baixos custos de produção. "Os novos players que estão entrando no mercado com leite condensado e creme de leite em caixinha longa vida concorrem com os produtos em latas de aço, que têm um custo e um preço muito maiores", avalia o pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP), Leandro Ponchio.